CAPITULO 40 - Marcelo

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OIIII GENTE. *-*

Antes que me xinguem pelo capitulo pequenininho, é que eu tenho um aviso pra dar. Ai pra não ficar só postando aviso, eu vou deixar o aviso com capitulo pequenininho.

Isso é bom, certo? Assim vocês ganham mais de Marcelo e Luisa. ;)

Ah, e não, o capitulo que prometi domingo não é esse, mas sou vou postar a noite.

VAMOS LÁ.

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Nós vamos enviar para o ganhador os 2 livros autografados + marcadores dos livros + marcadores personalizados + chaveiros + adesivos + chaveiros. Tudo com a arte dos livros, super fofo e com muito carinho. CORRAM LÁ PARTICIPAR.

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JÁ FALEI DEMAIS.

TCHAU.

VAO LER.


-- Marcelo --


— Entendeu tudo? — eu perguntei.

Luísa esticou os braços e segurou no guidão.

— Acho que sim.

— Acha?

— Eu entendi, vamos logo com isso.

Eu via suas mãos transpirarem de ansiedade. Eu ensinei a ela o que precisava fazer para por uma moto para frente, onde acelerava, onde freava e onde mudava a marcha. Em tese, ela sabia de tudo.

— Ok então, espertona, vai lá.

Coloquei as mãos nas coxas de Luísa e bati. Ela ligou a moto e girou a manopla direita para seu corpo, fazendo com que a moto acelerasse. Ela riu se divertindo pelo barulho e foi impossível não rir também.

— Faça como eu te ensinei — comecei — solta a embreagem devagar quando acelerar. Não esqueça que o manete da esquerda é embreagem e não freio, o freio é no manete da direta. Para mudar a marcha usa o pedal esquerdo, o direito é o freio das rodas de trás.

— Cala a boca, Marcelo. Já decorei de tanto que você repetiu isso.

Eu belisquei sua coxa a repreendendo, mas eu gostava dela assim. Sempre com uma resposta afiada e pronta na ponta da língua. Eu havia levado Luísa para uma estrada sem movimento, para que pudesse ensiná-la sem correr o risco de atropelar alguém por acidente. E para minha surpresa, a minha pequena era uma excelente aluna. No começo ela estava nervosa, as mãos tremiam e ela passou da segunda marcha. Cada vez que eu pensei que iria desistir, ela ficou ainda mais determinada. Depois de duas tentativas ela já estava indo até a quarta marcha, fazendo curvas e perdendo o medo da velocidade. Havia decorado todas as funções, não confundiu nenhuma vez os freios ou a embreagem, e só afogou a moto duas vezes.

Voltamos para casa e passamos o resto do dia conversando banalidades. Ela me contou sua infância, com a prima e a Carol. De como quase não se lembrava do pai e de como ela se sentia acolhida pelo padrasto. Aos poucos eu partilhei com ela também sobre a minha vida. Como minha mãe era, tão amorosa e perfeita. As confusões que passamos quando Matteo se apaixonou por uma garota do cursinho e as brigas que Luigi arrumou por causa disso.

Depois de um dia cheio de informações e conversa, não sentíamos a necessidade de falar nada, apenas de aproveitar a presença um do outro. Estávamos na cama dividindo um fone de ouvido. Deitamos de lado um de frente ao outro, e ficamos em silêncio ouvindo Hunter Haynes.

"I wanna be scared don't wanna know why

I wanna feel good, don't have to be right

The world makes all kind of rules for love

I say you gotta let it do what it does"

Quanto mais tempo passava com ela mais eu tinha certeza de que a queria para mim. Estes dias em meu apartamento foram os mais felizes que eu me lembrava nos últimos cinco anos. Sua mãe havia ligado, já que ela se esqueceu de avisar todo mundo que estava comigo. Ela andava pelo apartamento como se vivesse lá, sabia onde estava cada coisa no armário da minha cozinha, e me ajudou a arrumar todo o meu guarda-roupa. Ela se sentiu tão à vontade que até atendeu ao telefone, e depois passou a próxima meia hora envergonhada quando reconheceu a voz da minha avó do outro lado da linha. Até mesmo Milena e Pedrinho já estavam acostumados com ela.

— Eu consegui, eu consegui — ela gritava.

Eu desci da moto e coloquei o capacete no guidão. Ela pulava de um lado para o outro, batendo as mãos e comemorando sua pequena vitória.

— O que aconteceu? — Alice perguntou ao se aproximar.

Luísa a abraçou ainda pulando.

— Eu aprendi a dirigir a moto, eu que trouxe a gente aqui — ela contou empolgada. — Eu não atropelei ninguém e vim certinho.

Pedro veio para o meu lado e bateu no meu ombro.

— Que feio. Um advogado infringindo a lei?

Eu dei de ombros e desviei minha atenção para Luísa.

— Eu não vi nada, você viu?

Luísa foi para a areia junto com Alice e elas brincaram com as crianças. Agora eu entendia aquele sorriso idiota do Pedro para a esposa, já que provavelmente eu tinha o mesmo sorriso cada vez que olhava para Luísa. Fomos para a água brincar de skimboard e Pedrinho ficava mais tempo em cima da prancha do que nós. Luísa e eu caímos varias vezes, mas nós riamos e voltávamos e tentávamos de novo. Quando cansamos de tanto nos ralar na areia fomos nadar, eu a carregava em minhas costas a maior parte do tempo. No fim da tarde com o sol se pondo, Luísa finalmente quis sair da água. Pedro e Alice já haviam ido embora com as crianças, e nós deitamos na esteira para nos secar.

— É estranho que eu saiba que você está me observando? — eu perguntei.

Eu estava com os olhos fechados, sentindo suas mãos em meus cabelos e seu pequeno corpo deitado ao meu lado.

— Talvez um pouco. O que me entregou?

Eu não sabia como, eu apenas sabia. Eu sentia que sua atenção estava em mim, mesmo que eu não pudesse vê-la. Abri os olhos e confirmei que estava me observando. Aqueles olhos escuros, em total contraste com os meus, eram os mais lindos olhos que eu já havia visto.

— Eu não queria que você fosse embora amanhã — admiti. — Eu gostei de ter você aqui.

Ela suspirou e apoiou a mão no meu peito, deitando o queixo sobre ela.

— Eu sei, eu gostei de estar aqui também. Mas, a minha vida está lá, eu preciso voltar para a realidade.

Eu estava evitando pensar sobre isso até que fosse necessário, mas os dias se passaram mais rápido do que eu gostaria. E precisávamos aceitar o fato, ela morava lá e eu morava aqui.

— Eu não gosto muito dessa realidade.

— Vai dar certo, não vai? — ela perguntou. Seus olhos me observavam com atenção, eu podia ver o medo e a insegurança neles.

— É claro que vai, nós vamos dar um jeito — eu assegurei. — Você confia em mim?

Ela balançou a cabeça e me abraçou com força. Eu a apertei em meus braços e beijei sua cabeça. Nós permanecemos deitados até finalmente escurecer, prolongando o máximo que podíamos do nosso último dia juntos.



BASTA ME ESCOLHER - degustaçãoWhere stories live. Discover now