Capítulo 64 - Casa

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Conversando com meus pais a respeito de toda essa volta que minha vida está dando, percebemos que muitas coisas ainda mudariam.

- Amy, no dia em que vocês chegaram de Londres conversamos com Rita. – Suspirou – E sabemos como sua agenda irá ficar cada vez mais apertada com apresentações, entrevistas e etc. Por isso, achamos melhor você se mudar pra capital. – Uma pedra de gelo pareceu brotar em meu estômago.

- Morar na capital, pai? Com o tio Heitor?

- Não, filha. Rita nos disse que soube de uma casa no Morumbi que estava para vender. – QUÊ? MORUMBI?

- Mas mãe, não ganhei nada ainda. Nem show eu fiz. Como vou pagar uma casa, ainda mais no Morumbi?

- Aquele dia, Heitor e eu ficamos o dia todo fora porque fomos falar com o proprietário. Depois de muito tempo de conversa, ele concordou em pegar uma quantia e dividirmos o restante até que você possa pagar o valor total.

- Você já poderá se mudar em alguns dias, meu amor. – Me abraçou apertado e sua voz saiu embargada – Minha menininha vai morar sozinha.

- S-sozinha? – Ok, eu não tinha planejado isso pra mim... Não para agora – Mas, eu não sei se conseguirei me virar sozinha, mãe. – Meu pai estava tenso, mas tentou me tranquilizar.

- Eu sei o que você está sentindo agora, Amy. Me senti da mesma forma quando saí do Sul e vim pra cá. Eu fui o primeiro a vir e depois de três anos vieram mamãe, Heitor e Dulce. Temos inseguranças e medos, mas Deus é maior do que qualquer coisa, filha. Tendo Ele, nada de mal acontecerá. E você agora tem uma carreira de sucesso pela frente e um namorado... Precisa ter o seu lugar, seu canto, seu espaço.

Eu sabia que ele estava certo, mas mesmo assim, de certa forma eu ainda temia. Sobre meu namoro com Harry, não temos nada ainda fixo para nos encontrarmos ou considerarmos nosso... Apesar dele dizer que sua casa é um pouco minha, como me disse hoje que é nossa. Mas, pensar nisso me causa calafrios.

- Eu sei que está certo, pai – Suspirei pensativa – Preciso amadurecer e a estrada vai fazer isso comigo.

- Você já é bem madura, meu amor. É independente, inteligente, não se deixa levar por ninguém... Te criamos muito bem. – Beijou meus cabelos já chorosa – Mas, mesmo que me doa dizer isso, te criamos para o mundo...

- Mas, não para ser mundana... Eu sempre me lembro disso, mãe... Ok, eu vou morar sozinha. Mas quero que vocês me visitem e que me ajudem a mobilhar a casa.

- Eu vou amar! – Me apertou ainda mais em seus braços – Úrsula e eu já pesquisamos sobre móveis e outras coisas mais. Sei que a casa é sua, mas como conheço seus gostos, marquei o nome de muitas lojas que podemos ir em São Paulo. – Dona Eliza, sempre prevenida! Eu ri e ela fez uma careta.

- E quantos cômodos tem a casa? – Meu pai riu e coçou a cabeça.

- Quinze, contando os dois banheiros.

- Quinze? Como assim, quinze? Como vou dar conta disso? – Eu não consigo nem manter meu quarto 100% organizado, imagine uma casa desse tamanho!

- Calma, Amy! Há duas empregadas e um caseiro. Este cuida do jardim, que de fato é lindo demais! – Meu pai e sua fixação por flores... – E as empregadas cuidam da parte interna. São seis quartos grandes sendo duas suítes, sala comum, sala de tevê, uma copa grande, cozinha bem distribuída, lavanderia, quarto de empregada com banheiro, dois banheiros, um espaço para cães no jardim, piscina média e uma casa para o caseiro com sala, cozinha, banheiro e dois quartos. Fora que tem um grande espaço para se aproveitar. – Minha cabeça girou a mil. Uma casa tão grande assim para uma pessoa só... Fora que não vou parar muito tempo lá por causa dos shows – Tinha pensado em um apartamento, mas sei do quanto tem medo de altura.

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