Ghosts And Creatures

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Hey, boa noite.

A música titulo de hoje é Ghosts And Creatures, do Telekinesis.

Enjoy :)

Esse capítulo é dedicado à Emily e Amanda, os meus bebês.

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Camila fechou os olhos por um minuto antes de suspirar e engolir não só a saliva acumulada em sua boca, mas também a dor e a decepção que pareciam querer consumir-se em chamas assim como aquele casarão, dentro de si.

As luzes coloridas avisaram a chegada dos bombeiros e da polícia, e a morena virou de costas, depois de olhar para Lauren mais uma vez. Ela ainda era segurada por Normani, e chorava como uma criança. Camila mal podia reconhece-la daquela maneira.

Sentia uma onda de torpor apossar seu corpo. Era como se as lágrimas trancassem dentro de si, como se uma barreira invisível as impedisse de molhar sua face. Camila teve anos para aprender a esconder emoções.

Seguia até o carro quando foi abordada por Dylan.

- Camila, o que houve?

- Prenda Lauren, é a minha principal suspeita.

- Mas...

- Dylan, isso é uma ordem.

Ela mandou, em um tom mais do que ríspido, e o rapaz apenas assentiu antes de transferir a ordem para os demais policiais. Ninguém ali se opôs, nem Lauren. Ela estava atordoada demais para se importar com o que acontecia consigo.

Camila entrou no próprio carro, seguindo para a direção oposta a da delegacia. Suas mãos tremiam no volante, e ela sabia exatamente para onde estava seguindo, esteve ali a mais de um ano atrás.

Quando Camila estacionou o carro naquela ponte abandonada, foi quando deixou as lágrimas caírem. Ela não lembrava de ter chorado mais em algum momento de sua vida, seu peito parecia comprimir todas o seu ar, assim como seu coração.

A dor que sentiu naquele momento foi o motivo pelo qual nunca quisera se apaixonar ou amar verdadeiramente alguém. A junção da dor pela perda e decepção eram tão agonizantes quanto o inferno jamais seria.

Os soluços eram altos, e tão intensos que por vezes faziam Camila tossir. Ela levantou as pernas e as abraçou, como uma criança. Seu corpo parecia tão frágil quanto uma escultura de vidro, e era como se sentisse a dor em sua pele, queimando.

Havia acabado de perder o melhor amigo, a pessoa que provavelmente mais amava naquela cidade, depois dela, Lauren.

Apenas a menção do seu nome fazia as lágrimas caírem com ainda mais força. Camila socou o volante, como se isso pudesse fazer toda a agonia dentro de si desaparecer. Ela não tinha a minima ideia do que fazer a partir dali.

A sua vontade era simplesmente nunca mais vê-la.

Normani observou com os braços cruzados o último corpo ser retirado. Ela fechou os olhos podendo sentir o cheiro ocre da carne dilacerada pelo fogo que emanava não só do casarão, mas principalmente de todos que não puderam escapar de lá.

O corpo de Willa foi o primeiro a ser retirado, e ao vê-la, Tanya e Beatrice não puderam conter as lágrimas. Normani agradeceu internamente por Lauren não estar mais ali, a visão do corpo carbonizado era certamente algo que nunca esqueceria. Mal poderia imaginar o horror vivido ali.

Ela andou ao encontro das únicas mulheres, além de si, que conseguiram sobreviver ao desastre. Tanya e Beatrice estavam aos prantos, sendo consoladas por Raphaella e Hannah.

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