Fade

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Hey, boa noite.

A música título de hoje é Fade, do Kanye West.

Enjoy :)

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Os olhos cor de mel fitaram a sala a seu redor. As paredes desprovidas de tinta eram sufocantes, opressoras. E ele sabia que haviam pessoas lhe observando através do vidro.

Mathew tinha plena noção no que havia se envolvido e tinha esclarecimentos também sobre o que aquilo estava se tornando. Mas, antes de tudo, tinha noção do que queria.

Retirou os cabelos negros da face, escovando-os para trás, num movimento mecânico que aprendera com quem havia lhe instruído. Estando no meio em que estava era importante parecer, ao menos um pouco, bonito.

Mathew fitou os seus dedos pálidos em contraste com a mesa levemente enferrujada. Não sentia nada, apenas queria sair dali o mais rápido possível e comer um prato com ovos e bacon.

Sabia o que ela havia feito com Peter, com Jude, com James. E sabia que acabar com aquilo era a maneira mais eficaz de encerrar aquele assunto de uma vez por todas. Sabia que Camila não era subornavel, afinal, era a cabeça de sua amada que queria e sabia que enquanto aquela mulher vivesse, seus planos estariam em risco.

Havia o bastardo, também. Mas ele era uma peça inútil em um tabuleiro maior do que qualquer um poderia imaginar.

Mathew havia sido instruído para ficar calado, manter-se calmo. Os planos seguiriam as linhas que já vinham seguindo anteriormente apesar das baixas em campo.

Ele era sedento, mas antes de tudo, calculista.

- Bom dia, Mathew.

Ouviu, levantando o olhar e fitando a morena a sua frente. Sem dúvida nenhuma era uma mulher linda. Talvez pudesse se divertir com ela antes de enfiar uma faca em sua jugular.

- Bom dia.

Respondeu, quieto, taciturno como havia sido instruído a ser.

- Que prazer finalmente ter a honra de sua presença, Mathew Lee. Ouvi dizer que gosta da bacon. Talvez possamos comer algo depois de me falar tudo o que sabe.

Ele a fitou.

- Eu adoraria dizer que sei de algo. Realmente apreciaria bacon agora.

Camila assentiu, fitando uma prancheta com algumas folhas soltas sobre a mesa. Sentou-se na cadeira a frente de Mathew, pegando uma das folhas e a dobrando tranquilamente.

- O que sabe sobre o código presente em seu e-mail?

Ela questionou, calmamente. Mathew a fitou, com o cenho franzido. Que tipo de pessoa fazia um origami durante um interrogatório?

- Nada.

- Você recebeu vários e-mails com mensagens codificadas, entre elas, mensagens de James Buchanan e Aban Al-Asmar, que tentou assassinar Lauren Jauregui semana passada.

Mathew a fitou virar a folha e continuar dobrando-a simetricamente.

- Você está certa. Recebi.

- Então?

- Não faço ideia sobre o porquê.

Camila suspirou.

- Mathew, deixarei algo bem claro pra você. Eu costumo pesquisar sobre cada um dos homens que interrogo, sendo assim, nenhum interrogatório é como o outro.

Ela o fitou no fundo de seus olhos.

- Eu pressionarei você da forma mais cruel que eu puder. Eu irei espancar, privar sua alimentação, seu sono ou fazer você ouvir a mesma música tantas vezes que seu cérebro sairá pelos ouvidos. E eu não dou a mínima pros seus direitos. Aqui, eu faço as leis. Então, você pode fazer isso por bem ou por mal.

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