Capítulo 15

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Eu joguei pensamentos para a parte detrás da minha cabeça quando uma voz pronunciou o meu nome. Soltando alguns papeis, eu segui pela grande ala de automóveis até a recepção. Meu olhar distraído caiu sobre as costas de um homem alto, cabelos escuros e jaqueta de couro. Peguei-me analisando-o enquanto me dirigia até ele. Respiração e batimentos tragicamente aceleraram quando eu reconheci o meu ex-namorado.

― Er... ― a minha voz trepidou na minha garganta. Olhar de Leo veio para mim como ele girou; um sorriso firme em suas características.

― Bom dia, Demetria.

Instantes se passaram até que eu voltasse ao meu estado atento. Um vinco surgiu na minha testa quando eu mentalmente perguntei o que ele estava fazendo no meu trabalho. O carro de Leo aparentemente era novo, ele não podia ter tanto dinheiro a ponto de comprar mais um. Então, qual o porquê de sua visita?

Molly deslizou de sua cadeira giratória, colocando documentos em seus braços, e então contornou o balcão e sumiu do meu contato. Eu respirei fundo e avancei um passo para Leo. Nós estávamos sozinhos, e eu gostaria de receber uma explicação plausível. Sob o brilho de seus óculos negros, eu consegui ver a minha imagem imponente. Para alguém que se fazia assustada nos últimos dias, a coragem resolvera finalmente me deixar mais forte e convicta. Eu gesticulei para que ele se aproximasse um pouco mais, abafando a nossa conversa para o restante da sala.

― O que faz aqui?

O sorriso de Leo aumentou. Seus óculos para fora de seu rosto deram-me a visão dos olhos azuis. Eu havia confiado a minha vida àquele homem, e eu podia afirmar o quão desastroso o excesso de fé me retornara como consequência. Ele passou a língua sobre os lábios, me encarando antes de colocar o Ray-Ban suspenso à gola em V de sua camisa branca. Eu me tornei alerta o tempo todo, esperando quaisquer atitudes; até as mais imprevisíveis.

― Eu queria te ver. ― ele sussurrou.

Eu senti meus pés afundando contra o piso quando a resposta despencou sobre mim. Um lado da minha cabeça me pedia para fugir de Leo, mas o outro estava perplexo demais para executar qualquer coisa. Eu puxei ar dos pulmões por um par de minutos, tentando manter uma respiração normalizada. Eu sabia que Leo tramava algo, de qualquer forma. Ele não viria no meu emprego para adquirir alguma coisa. Ele me queria, ele estava pondo em prática algum tipo de plano particular.

― Você precisa ir embora. ― meu tom foi um grande fracasso mesclado ao medo abrupto que me atingia.

Leo sorriu mais ainda. Diminuindo o pequeno espaço entre nós, o meu rosto foi refém da sua nojenta carícia. Um polegar escorregou sobre a minha bochecha direita, meticulosamente seguindo os traços que levavam para a minha boca. Eu tentei esconder a repugnância do contato, mas uma onda de náuseas foi o bastante para que a reação se fizesse evidente.

― Eu não gostei de saber que você tem outro. Pensei sinceramente que fosse me esperar, Demi. ― ele simulou uma falsa indignação. Suas sobrancelhas arqueadas e lábios entreabertos estavam a centímetros do meu rosto. ― Nós tecnicamente ainda somos namorados, você sabe.

― Nós terminamos quando você tentou aquilo... ― eu estalei, impossibilitada de concluir a frase a partir do dedo de Leo contra a minha boca.

― Eu não quero discutir sobre isso. Não aqui.

― Então vá embora e me deixe em paz.

Eu notei que os olhares de empregados e clientes jaziam sobre a nossa localização. Isso não era bom e ético, realmente. Eu deveria atender as pessoas, me comportar com cordialidade, mas Leo não era alguém que veio para adquirir um carro. Ele era um assunto extracurricular, que precisava ser resolvido fora do meu ambiente de trabalho. As pessoas apenas não entendiam que ele era perigoso o suficiente para manter-se alerta, no entanto.

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⏰ Last updated: Oct 06, 2015 ⏰

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