Eu te amo

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EU TE AMO, FILHA

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EU TE AMO, FILHA...

- A noite será de muita chuva... Para aqueles que estão na estrada, fiquem atentos. Reduzem a velocidade ao máximo que puderem. Liguem os faróis e os Para-Brisas. Não se esqueçam de olhar o retrovisor! Agora, aumentem o volume e fiquem com mais uma música...

O som do rádio ocupava o lugar do eco de nossas vozes.
O céu estava escuro.
Um tom avermelhado destacava-se em seu centro.
O vento estava furioso.
Sua raiva era tamanha, que meus fios de cabelos, mesmo com o vidro entreaberto, dançavam agitados pelo meu rosto.
Os carros passavam em alta velocidade, provocando um barulho irritante. Pareciam está disputado uma corrida sobre a pista úmida, no qual, o troféu, seria uma vida perdida. Estavam agindo feito astecas.
A Lua não queria que eu a visse. Mas sabia que ela estava olhando-me escondida, em meio as nuvens carregadas.
Já estávamos na estrada havia horas. Não fizemos paradas. As poucas palavras que trocamos foram simplesmente: "Abra o vidro","Sim "," Tudo bem", " Estamos em... " "Não, obrigada". Apenas...

- Bem, Acho que lhe devo argumentos.- Manifestou-se.

- Sim...- Sussurrei - Meus olhos acompanhavam a pista passar rapidamente.

Ele logo desligou o rádio. Já era possível perceber as gotículas de água caírem levemente sobre o vidro frontal do carro.

- Desculpe. - Disse - Por tudo mesmo...

- Um pedido de desculpa não mudará em nada. - Sussurrei entre os lábios.

-...Por ser tão ausente em sua vida, por não te compreender.
Saiba que eu tentei entender-me com você, Maryanne. Além disso, eu prometi que seria o melhor pai do mundo. Porém, falhei. Ou era você ou meu trabalho.

- Entre esses, o escolhido foi o seu trabalho, como sempre.- Revirei os olhos.

- Mas eu tinha que te alimentar! Sei que é um trabalho que destrói qualquer família, mas não havia outra opção.- Deu um leve suspiro.

- Havia condições de vir me visitar pelo menos uma vez ao mês! Ou trabalhava aos domingos também?- Perguntei cinicamente - Ah, claro...- Olhei-o - Estava esquecendo-me, não tinha tempo, como sempre diz, porque estava com sua amante!

- Não diga o que não sabe, Maryanne! - Alterou-se.- Por favor... - Suspirou - Não diga o que não sabe.

- O que eu não sei?! - Indaguei perplexa - Charlotte confessou-me tudo... É por sua culpa que minha madrasta se foi! E logo ela, que tanto amava-o... Mesmo que ás vezes ela tirava-me do sério, eu conseguia perceber sua retina dilatar-se ao vê-lo.

Desventuras De MaryanneOnde histórias criam vida. Descubra agora