Corpos em parques...

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 Assim que Kate sumiu, eu encarei o presídio.

 Suspirei e me virei para a rua, pegando o rumo da casa de Lolla novamente.

 ¨Luke¨

 Me virei para Agatha, que estava agora com uma aparência muito melhor. Os cabelos sedosos e negros, cobriam um pouco sua bochecha, e parte do ombro. Olhos da cor da madrugada, nutriam o mesmo brilho morto, apenas com mais expressão. A pele branca e esquelética, não havia muito o que se fazer para mudar sua aparência. Mas pelo menos, a amnésia tinha ido embora.

 Sorri, a encarando.

 Assim que percebeu meu olhar, fechou a cara, e se levantou da maca que estava sentada, olhando pela janela.

 - Quando vou embora daqui? - Ela perguntou, voz impaciente.

 - Daqui a pouco. Espere a Arya chegar. Então vai embora junto com ela - Respondi, sorrindo.

 Agatha revirou os olhos, e continuou a andar pela sala. Ri da mesma, voltando meus olhos para o papel a minha frente.

 Ouvi o barulho da porta se abrindo lentamente, e quando me virei, Logan entrava, com cara de tédio, vestindo uma camisa branca, no qual estava escrito de preto: "I'm sick, help me, please!", no qual devia ter ganhado do hospital.

 - Olá Luke, Agatha - Ele cumprimentou, largando um skate no chão, e se virando. Cumprimentei, e Agatha apenas deu um gesto com a cabeça.

 - E essa camisa? - Perguntei, rindo. Ele fez uma careta.

 - A secretária do hospital percebeu que eu estava doente, e me deu essa coisa - Olhou para a própria - Para os médicos não me deixarem ir embora. Mas cara, só vim aqui visitar minha mãe, não quero tratamento - Reclamou, cruzando os braços.

 Ri dele, e o consolei:

 - Você precisa de tratamento. Seja lá o que for, fez você ficar desse jeito, e você precisa. Vai ser melhor para você. - Levantei, e meu celular tocou. O peguei, vendo o número de contato. Arya. Ela tinha chegado.

 Me voltei para Agatha, e falei:

 - Minha namorada chegou - Chamei com a mão - Vamos, pode ir agora - A garota fez uma cara de alívio, e só faltou pular a janela. Logan olhou desolado para ela, provavelmente pensando que teria que ficar naquele hospital do mesmo jeito.

 Rindo, abri a porta, e deixei Agatha sair, logo a fechando de novo, e me virando para o outro atrás de mim.

 - Então, Logan, o que realmente, você sente? - Perguntei, pegando uma caneta. Ele me olhou, e riu. Franzi a testa.

 - Que foi? - Perguntei, confuso.

 - Você fica engraçado assim, todo sério. - Riu um tanto alto com a cara que eu fiz - Você é praticamente uma criança com um jaleco de médico, fala sério! - Explicou. Ri diante daquilo, e respondi:

 - Tenho dezenove, não sou mais tão criança. E você também não, completou dezoito alguns meses atrás - Deixei escapar. Ele ergueu uma sobrancelha, como se fosse negar, mas depois assentiu levemente. 

 - Há, é. Eu não lembro - Sentou na cama, a voz fraca - Eu só lembro de por várias vezes acordar, o quarto escuro, cheio de garrafas de bebida, minha roupa inteira com cheiro de droga, e por várias vezes, o monte de meninas rindo e conversando, quase nuas. - Disse, fazendo uma careta, como se tivesse nojo de si mesmo. - E depois eu ficava... sei lá, inconsciente, e fazia coisas contra a vontade - Engoliu em seco, e olhou um tanto acanhado para mim, esfregando as mãos - Coisas... Constrangedoras - Contou, olhando para a janela.

Tem alguém aí? - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora