7- O Rapaz Misterioso Parte 1

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Em casa, descansei o máximo que pude e tentei prepara-me mentalmente para o confronto de amanhã. Como é que se descansa numa situação destas? Não dá! Tenho que praticar um pouco de conversa para amanhã ser capaz de enfrentar o Zombie e lhe dizer que ele é o meu para para o Trabalho de Ciências. Andei de um lado para o outro feita galinha. Tenho a certeza que lá em baixo ouviram porque, a certa altura, me disseram para parar porque o meu andar estava a fazer muito barulho. Foi o melhor que fizeram. Tive que parar e deitei-me em cima da cama. Só me lembro de acordar de manhã com um cobertor. Foi o Simon, de certeza. Ou a Nana. Como eu os adoro. Acabei por não pensar em nada e agora continuo numa pilha de nervos. Pode ser que o pequeno almoço de cereais com chocolate me anime. Resulta sempre, é chocolate!

Cheguei à escola mais cedo e procurei pelo Adam. Como não sei o último nome, é um bocado inútil perguntar às pessoas se o conhecem. A escola é grande e tenho a certeza de que ele não há de ser o único Adam na escola. Não o encontrei e fui para a sala. Estava quase vazia. Apenas o Adam lá estava dentro. Que feliz coincidência! Aproximo-me para falar com ele e as palavras fogem. Continuo a andar mesmo sem conseguir pronunciar um único som. Quero parar mas não consigo. Ele está a olhar para mim, a ir na sua direção, mãos agarradas aos livros em frente do peito. Cada vez mais perto. Sinto-me controlada por uma força maior. Passo a última fila de cadeiras que me separa dele, sempre num paço vagaroso. De repente toca. O barulho da campainha toca e acorda-me deste transe. Consigo virar a tempo para ir para a minha mesa, evitando-o. Tenho a certeza de que ele percebeu de que tenho algo a lhe dizer; quem não perceberia?

As aulas decorreram normalmente creio eu. Estava demasiado ocupada a repensar no episódio que tinha acontecido de manhã para poder estar atenta. Que coisa estranha se havia passado?! É hora de almoço e tenho de falar com ele. Estou decidida.

-Vão andando sem mim. Tenho de ir ao cacifo por uns livros e depois tenho de falar com o Adam por causa do trabalho de ciências. -disse eu a Sophie, Anne, Zoe, Peter e Damon. Olharam-me todos com um olhar preocupado como se tivesse acabado de dizer que ia procurar um suspeito de um homicídio. Depois, entre olharam-se e vi uma ligeira reflexão de ombros. Têm razão. Não podem dizer-me para não ir.

No meu cacifo, que se encontra num local até bastante sossegado em relação ao resto da escola, enquanto estava a por os livros, senti-me observada mas não liguei. Ando meia paranóica desde a cena do lago com o livro perdido e a sombra. Viro-me para trás e apanho um susto tão grande que deixo cair as chaves que tinha na mão. Devo ter parecido uma verdadeira idiota. Em frente a mim encontrava-se um rapaz alto, bem estruturado, com calças de ganga e uma camisa-casaco. Tinha cabelo castanho e olhos azuis como o mar num dia de inverno. Frios, quase gélidos mas ao mesmo tempo ardentes como numa tarde de verão. Estranho.



Romance Proibido - Livro 1Where stories live. Discover now