12- Calor Parte 2

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Olhei para mim e, ao ver que estava sem camisa, ocorreu-me um pensamento muito mau. Ele deve ser um perverso do pior. Aproveita-se de uma pessoa inconsciente e tirar-lhe a camisa?!?!

-Vou-te matar.- disse eu muito calmamente após acordar. Ele olhou assustado. Depois levantei-me.

-Calma assassina. Não te deves levantar já ou pelo menos não com essa velocidade! - e agarrou-me a tempo, quando as minhas pernas desfaleceram por momentos.- Senta-te vá. E veste a camisa. -disse ele passando-me a camisa- E já agora, vou morrer porque?

Olhei para ele com um ar super irritado. De seguida, quase que lhe espetei com a camisa na cara para ele ver o que estava errado naquele cenário. 

-Ahhh...isso!- e depois levou a mão à cabeça e mexeu no cabelo.

-Ah isso nada! És um perverso! Um... porco! Um...estúpido! E tudo o que me vier à cabeça de mal!- ataquei eu, chicoteando-o com a camisa.

-Calma, calma. Deixa-me explicar por favor.- pediu ele num tom calmo, enquanto punha as mãos à frente do corpo para se defender das chicotadas que eu lhe dava com a minha camisa.  

-Estavas a arder em febre! Abri a janela, liguei o ar condicionado, humedeci o quarto mas não sabia mais o que havia de fazer para baixar a tua febre. Estavas a suar bastante e por isso tirei-te a camisa! Agora, és capaz de parar com isso e vestir a camisa?!?! Não foi com má intenção. Juro.- e baixou os braços como que se a render. Parei e vesti a camisa. De repente, apercebi-me que estava num sítio desconhecido, numa cama.

-Onde estamos e porque estou deitada e estava a dormir?- questionei intrigada.

-Estávamos na cozinha e tu desmaias-te de repente. Eu trouxe-te para o meu quarto e esperei que tu acordasses. Como não acordaste por ti mesma, acordei-te eu que já são 7 horas da noite e tu deves ter que ir para casa, não sei.- explicou ele muito resumidamente.

-Uhmm. Ok. Obrigada.- disse eu, já arrependida da gritaria que tinha feito há uns momentos atrás. - Então este é o teu quarto... é, - e olhei em volta para tentar arranjar um adjetivo que se adequa-se corretamente- interessante- disse eu por fim- e vermelho. Muito vermelho mesmo. Calculo que a tua cor preferida seja o vermelho mas só para confirmar, é?

-Oh Meu Deus! Como adivinhaste? Deves ter poderes psíquicos, só pode- brincou ele.- sim, é vermelho. Nota-se assim tanto?

-Nã! A parede, os candeeiros, a prateleira, a cadeira e a carpete não denunciam nadinha....

E depois rimo-nos os dois feitos tontos e, devagarinho descemos as escadas e fomos até à porta de entrada.

-Vais bem para casa sozinha?-perguntou ele num tom preocupado.

-Vou. Não te preocupes. Peço imensa desculpa por tudo.

-Por tudo? O que fizeste?- perguntou ele, como se não soubesse do que eu falava!

-Por ter caído em cima de ti e por minha culpa não termos feito o trabalho... Peço imensa desculpa. A sério.- disse eu, sentindo-me mesmo mal com a situação.

-O que raio estás a falar? A culpa não foi tua em nada. Eu é que te tentei agarrar quando caíste e a coisa não correu lá muito bem e não te podes culpar por desmaiares, não é como se controlasses isso.- disse ele, super descontraído e a transmitir certeza.

-Sendo assim, não falo mais nisso. Adeus e até amanhã menino Adam.- disse eu num tom de brincadeira, começando a andar em direcção ao portão verde. Depois parei, virei-me para trás e antes de ele fechar a porta, chamei o seu nome. Achei que ele não tinha ouvido pois demorou algum tempo até reabrir a porta.

-Chamas-te?- perguntou ele sorrindo para mim, com um sorriso caloroso; o mesmo sorriso que havia feito quando eu acordei. O Meu Sorriso.

E, sem pensar duas vezes, corri até ele e, com um encontrão, abracei-o de forma a ele não fugir. Sou bastante mais baixa do que ele e até mais baixa do que a média das raparigas mas isso não me interessa. Desta forma consegui ouvir o seu coração bater e acelerar assim que me encostei a ele.

-Obrigada por tudo.- sussurrei. E dei um último apertão no seu tronco bem definido, coberto apenas por uma fina camisola, e comecei a larga-lo.

-De nada Mel.- sussurrou de volta, pondo os seus braços à minha e apertando-me um pouco. Senti a sua cabeça a encostar na minha. Uma sensação carinhosa. Quem diria que isto aconteceria vindo do Adam? Ainda ontem estávamos a discutir... Largou-me e eu sorri-lhe. Voltei a despedir-me e fui embora. Cheguei a casa com a cabeça a mil. Tinha tanto em que pensar! Deitei-me na cama para pensar e acabei por adormecer... 



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