Shayenne Wilson
A minha cabeça doía, devido aos choques que Liam me dava. Harry apenas ficava a observar, enquanto bebia com pouco de whiskey de uma garrafa achada, encostado ao balcão da cozinha.
- Shay, quanto mais mentires, pior é. Apenas diz onde estão os cientistas. - Harry fala calmamente, rodando o copo na sua mão, fazendo o líquido balançar.
- Eu já disse. - Suspirei, cansada. - Eu não sei onde eles estão. - As lágrimas picam-me os olhos, fazendo a minha visão ficar turva. - Por favor, não magoes o Louis. Se é a mim que queres, leva-me.
- Oh... - Ele riu. - Minha querida, tu e o teu grande coração derretem-me e irritam-me ao mesmo tempo. Sabes... Eu não te quero para nada. És inútil, quando não sabes usar os teus poderes.
- Eu não... - Estava demasiado exausta para falar, por isso, apenas descarrilei a meio da frase.
- Vês? Nem uns choques consegues aguentar. Sabes... Na festa de Halloween da tua irmã, eu estava bastante bêbedo e fiz e disse coisas que não deviam de ter sido feitas ou ditas. Peço imensa desculpa por isso.
- O que é que fizeste ao Louis? - Perguntei.
- Ele está apenas... Vamos dizer, um pouco perdido.
- Se tu lhe tocaste, eu-
- Tu o quê? - Provoca. - Não sabes usar o que tens dentro de ti, como é que podes estar numa posição para me ameaçar? A mim?! Os teus pais mataram a minha irmã com as experiencias malucas deles! E eu jurei apanhá-los, torturá-los, até eles me implorarem para morrer e eu iria conceder-lhes esse desejo.
- Matá-los não vai trazer a tua irmã de volta, Harry. - Disse. Silêncio rodeou-nos.
- Mas se não posso ir até eles... Eles que venham até mim. E ambos sabemos que tu és melhor criação que eles já fizeram. Guardas um poder dentro de ti, inigualável, intocável. E se tu és ameaçada, eles são ameaçados.
- Tu-
- Exato, minha querida. - O copo é pousado no balcão e as suas longas e finas pernas carregam-no até mim. - Eles sabem quem sou eu, quem és tu. E, neste momento, devem de andar à tua procura para protegerem a melhor criação que fizeram. Vocês não estão ligados por sangue, estão ligados por ciência.
- És um monstro. - Atirei, olhando-o nos olhos. Mais uma vez, o seu verde brilha.
- Não sou eu que sou o monstro, no meio desta história. - Semicerra os olhos, chegando a sua cara mais perto da minha. Engulo em seco, alargando as narinas. A sua mão direita eleva-se ao nível do meu cabelo, agarrando no mesmo e puxando-o para trás dos meus ombros, observando a marca deixada. - Tão belo. - Observou.
De repente, um grande vendaval levanta-se. A casa começa a abanar e o vento penetra pelas entradas, começando uma espécie de temporal dentro de casa. Tão grande, que as coisas começam a cair no chão. Harry e Liam olham um para o outro em forma de alarme. Largo um grito, quando as janelas e portas se abrem com a força do vento. Os dois rapazes agarram-se ao balcão, mas não é o suficiente e os seus pés deixam o chão.
No meio do vendaval, um vulto aparece. Semicerro os olhos, reconhecendo a silhueta de Louis. Os seus cabelos voam e os seus olhos estão brilhantes. Com um gesto de mão, Harry e Liam são mandados contra a parede e a força que me prendia contra a parede desaparece e Louis apanha-me, antes de poder cair no chão. Respiro fundo, quando o temporal passa. Ambos olhamos para os dois rapazes desmaiados no chão.

YOU ARE READING
The Twins // h.s.
FanfictionPara o mundo externo, sou apenas uma rapariga, com uma irmã gémea. Para o mundo interno, sou uma aberração.