CAPÍTULO XII

7.6K 735 89
                                    

Emily

Sabe aquele momento que antecede o seu quase despertar? Quando você consegue escutar os sons antes de realmente acordar? Foi assim que eu me encontrava na manhã seguinte ao pesadelo. Conseguia sentir o cheiro do orvalho da madrugada no ar, ouvir os passarinhos cantando e sentia a presença do Alan ao meu lado, eu estava deitada sobre seu peito firme já que ele tinha ficado a noite toda como eu havia pedido mas mais alguém também estava junto com ele.

- Ela dormiu a noite toda?

Tayler. Não me surpreendia ele já estar aqui antes que eu acordasse.

- Sim.

- Teve pesadelos novamente?

- Não - a voz dele adquire um tom de pesar - sabe, fazia séculos que ela não tinha pesadelos. Na verdade, os anjos não precisam realmente dormir.

- Acha que é o veneno? - ele parecia pensativo.

- Como assim?

Eles ainda não haviam percebido que eu estava acordada, o que era bom, assim eu podia escutar a conversa.

- Você sabe - o Tayler solta um suspiro e eu escuto o barulho de uma cadeira ranger quando ele se senta - a Emily anda cansada ultimamente, ela pode não querer demonstrar isso mas eu vejo; os pesadelos podem ser as alucinações que me disseram que ocorre...

- O que está querendo omitir?

- Bem, ainda tem os sangramentos que talvez ela também esteja escondendo.

Sinto o olhar do Alan sobre mim, me esforço para ficar quieta e manter a respiração regular assim como meus batimentos.

- O que sabe sobre esse veneno? - o Alan me aperta em seus braços - quanto tempo? Quero dizer...

- Eu entendi. Bem, ela ultrapassou o que eu julgava ser o limite. Quando fui para a Shadows um dos Sombras havia sido envenenado e morreu um mês depois. Foi horrível... foi como se houvesse secado.

- Já pus meus homens na busca desse feiticeiro. Descobri que seu nome é Meliorn, muito famoso no mundo sobrenatural por causa dos seus venenos e muito odiado pelos Filhos de Lilith por praticar um magia negra mais demoníaca.

Me mexo um pouco quanto o Tayler bate o punho no braço da cadeira, e o Alan vendo que eu havia me mexido o repreende por isso.

- Mas qual a finalidade de envenena-la se o que mais querem é ela? - ele pergunta confuso.

- Eu não sei! Eu só não posso deixar que nada aconteça a ela... eu já perdi um irmão, não posso perder outro...

Mas o Aydan não estava morto. Depois de muito pensar finalmente cheguei a conclusão que era ele... Era ele na floresta sim! Agora eu precisava descobrir o por quê que ele mentiu todo esse tempo e quando eu descobrisse a verdade , isso poderia arruinar para sempre a nossa ligação. Resolvo "acordar" e encontro ambos olhando para mim, dou um tímido bom dia.

- Bom dia - o Alan sorrir para mim enquanto o Tayler sai do quarto - dormiu melhor?

- Sim, obrigada por ficar a noite inteira irmão.

Alan sorrir de orelha a orelha. Pisco e sorrio para ele. Meu estômago ronca e como se fosse programado o Tayler entra com uma xícara de café fumegante. Minha boca se enche de água só com o cheiro.

- Trouxe café para você. Preto e forte do jeito que gosta - ergo uma sobrancelha e ele revira os olhos - sou observador.

Pego a xícara e dou um gole, o liquido preto desce pela minha garganta mandando uma descarga de energia pelas minhas veias. A cama se mexe quando o Alan levanta e se dirige para a porta.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt