CAPÍTULO XXII

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Emily

Sigo para o prédio anexo ao castelo assim que amanhece, as nuvens carregadas no céu anunciavam uma possível tempestade mais tarde. Abro a gigantesca porta prateada e dou de cara com o corredor branco gigantesco, sempre que eu vinha aqui todas as manhãs eu me permitia um segundo para respirar fundo e seguir pelas incontáveis janelas. Caminho devagar e os gritos dos sobrenaturais me atinge, eles me observam a medida em que passo por eles de dentro de seus cubículos também brancos, de todas as espécies e etnias, uns com um ódio profundo e outros com esperanças de que os tirassem daqui.

Era sempre assim, todos os dias. Me dirijo para o corredor leste na sala dos experimentos, por todo o subterrâneo da ilha existia esses tuneis e corredores que levavam a varias salas onde sobrenaturais eram testados todos os dias. Fui levada por Meliorn para cá poucos dias depois de ter sido trazida e finalmente pude entender o por quê que eles me queriam tanto de volta. A sala do corredor leste era destinada aos anjos, os meus companheiros celestiais estavam enclausurados para que eles lhes dessem seu sangue mas havia um problema, o sangue deles não era tão poderoso assim, não igual ao meu.

Quando eu cheguei aqui e eles me disseram do que precisavam, claro que eu neguei mas quando começaram a matar os anjos os forçando a dar toda a sua essência, eu tive que agir ou todos eles iriam morrer. Então era isso, eu vinha todos os dias para que pudessem retirar uma pequena parcela do meu sangue e receber o antídoto para o Roza Negra e assim não acabar morrendo. Abro a porta e entro, uma cientista vampírica manda eu me sentar na cadeira de praxe e colocar meu braço no suporte para que ela retire meu sangue, mal sinto a agulha furar meu braço e poucos segundos depois ela insere mais outra agulha, só que com o antídoto.

- Bom dia - Meliorn entra todo sorridente, vestido com uma capa roxa chamativa e seus cabelos brancos bagunçados como se ele tivesse acabado de acordar - como vai minha querida ?

Não respondo lembrando da noite anterior quando ele tentou colocar um localizador demoníaco em mim, puxo a manga da blusa e cubro meu braço.

- O tempo está impossível hoje, muitos ventos e as ondas estão enormes - ele continua.

- Bem que você podia ir dar um mergulho e quem sabe se afogar - solto baixinho, ele escuta e sorrir

- De bom humor hoje, meu anjo ?

- Eu não sou seu anjo - cerro os dentes - quanto mais de sangue você irá precisar?

- Seu sangue é muito poderoso, muito mesmo mas ainda estamos testando e vendo no que dá ...

- Traduzindo, ainda terei que vir todos os dias - completo

Ele se aproxima de mim, tocando no meu queixo. Seus olhos violetas eram lindos se não fossem uma mascara para toda a escuridão que existia dentro dele.

- Não tenha pressa, você não saíra daq ... - um enorme estrondo estremece a sala e uma sirene começa a tocar instantaneamente, pequenas partículas de poeira dominando o ambiente - o que merda é essa!?

Ele corre para a entrada do túnel e eu o sigo, quando estamos chegando perto da porta principal mais um estrondo estremece o corredor nos fazendo desequilibrar. Ele rosna e abre a porta num rompante, a cena é chocante. Vários lobisomens transformados lutando com outros sobrenaturais, picos de incêndio por toda a parte, olho para cima e me deparo com alguns anjos e demônios sobrevoando o local mas ...eles não eram da ilha, então de onde ? Um par de olhos verdes chamam a minha atenção e meu coração dispara, ele olha pra mim e sorri com seu melhor sorriso badboy. Meu vampiro, meu...

- Tayler!! - grito. Um vampiro vinha se aproximando dele com uma espada erguida pronta para arrancar-lhe a cabeça fora mas ele vira no exato momento e sai do caminho girando num semi-circulo. Ele retira uma espada do sobretudo que vestia e corta a mão do vampiro, que geme de dor e cai de joelhos, sem pensar muito Tayler decepa a cabeça dele.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Where stories live. Discover now