CAPÍTULO XXIV

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'' A morte para muitos significa o fim de tudo.
Mas para os que perdem a quem tanto se ama é apenas o começo de um amor incondicional uma saudade incontrolável uma alegria nas lembranças do passado, uma esperança de reencontro. Amor sem medida um amor além da vida.'' - Suelen Soares L

'' - Suelen Soares L

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Aydan

- Já se passaram três dias Aydan, estou começando a ficar preocupada.

Nurya caminhava a passos largos pela cozinha enquanto eu tentava engolir minha primeira refeição, sendo vigiado por uma Lívia pesarosa e preocupada comigo. Eu não a culpava, olheiras profundas emolduravam meu rosto, parecia que eu havia emagrecido cinco quilos desde que... desde que o corpo do Alan veio no barco.

- Eu não posso força-la - uma dor de cabeça ameaçava atacar - ela não quer falar comigo.

Fazia três dias que a Emily estava trancada no quarto, sem comer, sem falar com ninguém. Todos tentaram faze-la abrir a porta, mas ninguém conseguiu. Só sabíamos que ela ainda estava viva pelos barulhos constantes dela quebrando algo.

- Hoje é o enterro. Ela precisa sair - ela insiste.

- Ela vai sair - Livia diz se levantando e olhando para mim - vou tentar falar com ela. E você, trate de comer.

- Não precisa, eu vou - me levanto e levo o prato pra pia.

- Tem certeza?

Balanço a cabeça e sigo em direção a escada. Tudo estava tranquilo, a maioria dos sobrenaturais estavam curtindo os familiares e amigos resgatados mas na casa se propagava o absoluto silencio, cada um em seu luto. Passo pelo quarto do Alan e meu coração se aperta, era estranho ainda saber que eu não o veria enfurnado no escritório ou tocando aquele maldito violino. Paro de frente a porta da Emy e fico surpreso ao ver que estava entreaberta, empurro cautelosamente e dou uma espiada dentro. O quarto estava revirado, cacos de vidro por todo o chão, a cama desforrada e as cortinas estavam fechadas, de frente ao espelho Emily estava se arrumando, seu vestido preto longo tocava o chão e seus cabelo estavam soltos mas sem vida.

- Emily? - chamo.

Ela se vira e quase não a reconheci, se eu estava num estado ruim o dela beirava a loucura, olheiras profundas emolduravam seu rosto, os olhos pareciam saltar e a pele estava esticada sobre os ossos proeminentes. Meus olhos se enchem de lágrimas involuntariamente e eu engulo em seco para retirar o nó na garganta, dou um passo a frente com vontade de abraça-la, de conforta-la mas prevendo isso ela dá um passo para trás.

- Já vou descer - ela fala, a voz rouca pela falta de uso.

- Quer algo para comer?

Ela balança a cabeça e volta a pentear os cabelos, fico la parado apenas a observando.

- Vou me arrumar - ela não responde e eu fecho a porta.

Sigo para o meu quarto e me arrumo no automático. Tomo uma ducha rápida,ponho uma camisa preta de botão, uma calça jeans também preta e penteio meu cabelo para trás. Livia bate na porta e se senta na minha cama, me observando. Ela vestia um vestido tubo preto, seu cabelo estava preso em um coque alto na cabeça.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Where stories live. Discover now