Adeus, meu telefone.

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- Oi, Mari. – o sorriso branco já esquecido e o tom que ela falou o meu nome me fizeram ter lembranças, lembranças que sempre terminam comigo indo embora de coração partido. Estava sem ação.

- Paula? O que tá fazendo aqui? – me veio uma vertigem logo em seguida, aquele perfume estava me deixando tonta, nostálgica e magoada novamente, mas que ódio. Ela me olhou de cima a baixo.

- Eu precisava te... – com o olhar parado nas minhas pernas expostas. Mordeu os lábios e me olhou nos olhos novamente. – Ver de novo.

- Eu falei que não queria mais olhar na sua cara. Será que isso não entra nessa sua cabeça? – Juntei forças de não sei onde pra dizer isso, mal sabia eu que nem tinha começado.

- Vim dizer que te perdoei, não consigo ficar sem você, vamos voltar? – Mas o que?

- O que? Olha a merda que você tá falando, me perdoou? Que porra eu fiz, eu não fiz nada, você quem fez. E eu não perdoei. – Olhar na cara dela estava me estressando e me destruindo ao mesmo tempo. Por que ela ainda tinha que causar efeitos em mim?

- Você ainda insiste?

- Você que insiste!

- Eu estou errada? Eu? – como essa cara de pau não quebra? Estou quase a quebrando com minhas próprias forças.

- Quem me traiu? Quem bateu na minha porta pra atrapalhar minha vida como quem não quer nada? Fui eu? Acho que não.

- Marina, esse seu cinismo não tem limites não é?

- Eu... Ah, quer saber? Some daqui, eu tenho namorada, eu a amo, e não quero mais te ver. Nunca mais apareça na minha casa. Aliás, nunca mais apareça na minha vida. – ameacei fechar a porta, mas ela pôs o pé na frente. A outra assistia tudo sem dizer nada. Uma vontade de estapear a cara das duas. Mas isso só pioraria a situação.

- Então é verdade? Você está mesmo namorando?

- Será que é tão difícil de acreditar? – gritei. Já estava fora de mim.

- Mari, eu pensei que... – fomos interrompidas pelo meu celular. A minha namorada escolheu o horário perfeito pra ligar. Ou não. Peguei o celular. – Quem é?

- Não te interessa , tchau Paula. – bati a porta e ia atendendo o celular, só que a lerdeza em pessoa aqui não trancou a porta imediatamente, o que não impediu que Paula adentrasse o meu apartamento, tomasse o meu celular, e atendesse. Ela quer foder com a minha vida e me deixar na merda de novo, só que não vai conseguir porque a melhor coisa que eu tenho é a minha namorada, e nossa relação tem amor de verdade, não vai ser destruída assim. Pelo menos eu acho.

- Alô? – ela fez voz de puta com sono, e eu parti pra cima dela, só que a Luíza me segurou pelos braços. Pra provocar Paula colocou no viva voz.

- Alô, Mari? Quem é?

- Ér... Ela tá dormindo aqui. – neguei com a cabeça, na minha Mente Stripper, passava diversas formas de torturar e talvez esquartejar aquele corpinho perfeitinho dela.

- E quem tá falando?

- Eu sou a Paula, namorada dela. – Vou jogar os restos de Paula para os cachorros da rua.

- O que?

- Yasmin, não acredita nela, é uma mentirosa, eu não faria isso! – gritei.

- Mari? – Luíza tentou tapar minha boca. Só que é muito burra, e afrouxou o aperto nos meus braços, mordi a mão dela, depois dei uma cotovelada em sua barriga, e me soltei. Ela se apoiou na porta pra respirar e ficou lá. Agora sim, livre, parti pra cima da Paula. Ela colocou a mão esquerda na minha frente, me parando.

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