Capítulo 27- "Ali estava eu, com a esperança de consertar o que fiz."

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- Qual o problema? - Arthur perguntou seriamente assim que chegou no restaurante que havíamos combinado de nos encontrar; ele puxou a cadeira para trás e sentou-se bem próximo de mim. Olhei para os lados apenas para ganhar tempo, pois estava me sentindo extremamente nervosa, e notei que várias mulheres (ou todas) do recinto, encaravam descaradamente o homem que estava sendo meu acompanhante essa noite. Como Arthur tinha compromisso à tarde, marcamos de nos encontrar 19:30 p.m. em um dos melhores restaurantes da cidade, o que não era grande coisa já que a cidade era pequena e haviam poucos restaurantes, enfim...
As mulheres o encaram como se a qualquer momento pudessem atacá-lo e me olhavam de cima à baixo, torcendo seus narizes e me fuzilando com olhares de inveja. Sei que não podia puxá-lo para mim e reclamá-lo como meu, mas era exatamente o que eu gostaria de fazer.
- Então... - ele disse, me tirando dos meus devaneios de maluca possessiva.
- Bem, eu estava pensando e já que você ditou seus termos, quero ditar os meus para me casar com você - falei calmamente, cruzando minhas mãos no colo.
- Estou ouvindo - ele disse e aproximou-se ainda mais, me deixando um pouco intimidada.
- Estamos fazendo isso estritamente por causa de Brendon, não? - perguntei e a resposta afirmativa que ele me deu era como um punhal em meu peito, mas não deixei que ele visse como me afetou - então não haverá intimidade nenhuma entre nós. Quero quartos separados e...
- Isso está fora de questão - respondeu, franzindo a testa - o que acha que Brendon vai pensar em ver os pais casados e dormindo em quartos diferentes? Esqueça.
- Tudo bem, mas quero minha privacidade e não quero que me encoste um dedo.
- Se é isso o que quer - ele respondeu e apesar de estar aliviada por ele ter aceitado, fiquei um pouco magoada por ser tão fácil para ele.
- E mais uma coisa - eu segurei sua mão sobre a mesa e seus olhos acompanharam o movimento, o azul brilhando com um emoção indecifrável - eu lhe peço desculpas pelo que fiz e pode ficar com raiva de mim, mas, por favor, não fique bravo com Anne e Nick. Eles ficaram calados por minha causa e...
- Eu merecia saber - ele tirou a mão da minha e senti como se um caroço enorme estivesse na minha garganta - e ninguém os obrigou a ficarem calados.
- Eu os obriguei. Disse que se não guardassem esse segredo de você, eu iria embora e nunca mais saberiam notícias minhas - falei, desesperada. Era uma mentira, mas eu tinha que convencê-lo de qualquer forma - Seu irmão é doido por você e Anne está se sentindo muito culpada, seja razoável, Arthur.

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