Capitulo 10

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P.O.V Julie

Escuridão.

Foi tudo o que vi quando abri meus olhos.

Um som alto e ensurdecedor de metal contra metal.

Foi tudo o que eu ouvi.

Tateei as coisas à minha volta. Senti várias caixas e ouvi barulhos de animais, mas era quase impossível de enxergar. Levantei sentindo o metal embaixo dos meus pés e tentei me lembrar de como tinha chegado aqui.

Foi aí que me dei conta, não lembrava de nada, nem de meu nome, nem da minha idade ou parentes, amigos etc. Eu me desesperei e comecei a bater na estrutura de metal à minha volta gritando por socorro, até que senti um solavanco e cai no chão. Olhei em volta e vi uma luz verde a brilhar. Fiquei lá no chão e depois de um tempo tudo voltou a ficar escuro.

P.O.V Newt

Estávamos na sede discutindo sobre Thomas ter quebrado a nossa regra mais valiosa: não ultrapassar os muros do labirinto, e de repente ouvimos o estrondo da caixa subindo, nos entreolhamos achando estranho, aliás Thomas tinha chegado a apenas dois dias. Corremos para a caixa e esperamos ela parar de ranger. Abrimos e o que tinha lá dentro foi uma surpresa para todos nós. Lá havia uma garota.

P.O.V Julie

A parte de cima foi aberta e eu fui cegada pela luz do Sol por alguns segundos, mas assim que meus olhos se acostumaram eu pude enxergar. Eu estava olhando para cima onde muitos mas muitos mesmo garotos estavam olhando pra mim como se eu fosse uma aberração.

XXX- Gally, desce lá para ajudar ela.

Um garoto de sobrancelhas meio estranhas grande de ombros largos e fortes pulou dentro da caixa e me pôs por cima de seu ombro como se eu fosse um saco de batatas e usou uma corda para nos puxar para cima.

Julie- Ei, me solta seu brutamonte!

Gritei em protesto.

Gally- Quieta fedelha.

Fedelha?! Eu tenho um nome. Pensei em dizer mas lembrei que eu não sabia nem o meu próprio nome.

Quando finalmente subimos pra sei lá onde ele me colocou no chão. Olhei em volta procurando por algum sinal femenino mas tudo o que encontrei foi mais e mais garotos.

XXX- Afastem-se, deixem-me falar com ela.

Disse a mesma voz potente que tinha mandado o tal de Gally me tirar daquela grande caixa de metal. Segundos depois surgiu um rapaz negro alto e forte de aparencia ameaçadora que parecia ter uns vinte anos, definitivamente o mais velho dos garotos.

XXX- Vem comigo fedelha.

Eu hesitei e ele me lançou um olhar duro acompanhado de uma sobrancelha levantada e eu desisti de discutir e o segui, talvez fosse melhor do que ficar com aqueles garotos me olhando como uma aberração. Segui o rapaz até o meio daquele lugar que parecia um campo grande com várias partes rodeado por grandes muros.

Lá tinha uma árvore enorme com escadas, parecia uma casa na árvore sem teto.

XXX- Vamos subir.

Disse o rapaz cujo eu ainda não sabia o nome já começando a subir as escadas. Eu subi logo atrás dele. Chegando ao topo ele se encostou na grade de galhos saudáveis que tinha lá em cima. Eu fiquei mais atrás dele e ele se virou pra mim me chamando para ficar a seu lado. Eu fui, mas não pude evitar pensar que era possível ele me empurrar lá de cima.

XXX- Chamamos esse lugar de Clareira. Aqui temos três regras.

Assenti para ele continuar.

XXX- Primeira: Não machuque outro clareano, nada funciona se não tivermos confiança. Segunda: Todos fazem sua parte, aqui não tem lugar para preguiçosos. Terceira: Nunca ultrapasse aqueles muros.

I Promise (TMR)Onde histórias criam vida. Descubra agora