11°- CAPÍTULO ✝

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Sinto uma ardência nos meus pulsos, e gemo de dor antes de abrir os olhos. Em seguida, aos poucos vou abrindo-os e tentando enxergar onde eu estava. Minha visão demora alguns segundos antes de ficar totalmente nítida, e percebo que estou na velha sala onde vi Connor. Solto um curto suspiro, tentando mexer os braços, mas sinto que eles estavam presos às mesmas correntes enferrujadas, me fazendo entrar em desespero, começando a balançar os braços freneticamente.

Corro os meus olhos pela sala, encontrando meu casaco vermelho sobre a velha maca. Agora, encarando meu próprio corpo, vejo que só estava usando minha fina blusa preta de mangas longas.

Uma corrente de ar passa pelo meu corpo e minha primeira reação é tentar me encolher, o que não dá pelo fato de estar presa as correntes.

Analiso outra vez a sala, que é iluminada apenas por uma lâmpada que pendia no teto e por uma pequena janela onde se podia ver alguns clarões vindo do lado de fora.

Eu só preciso arrumar alguma coisa que possa me ajudar.

Encaro o chão sujo, vendo um enferrujado pedaço de arame perto de mim.

Isso terá que servir.

Com o auxílio do salto da minha bota tento arrastar o pequeno arame para perto, obtendo sucesso. Quando o arame está perto o suficiente, noto um pequeno detalhe: como eu vou pegá-lo com as mãos atadas?

Bufo, frustrada comigo mesma.

— Como é que eu vou sair daqui agora?

— Não vai. — Harry responde calmamente minha pergunta, enquanto entrava pela porta de ferro branco.

— Você tem que me deixar ir embora ou eu...

— Ou você o quê? — Me interrompe, vindo em passos rápidos e parando na minha frente.

Seu humor é algo peculiar.

— Você vai ficar calada, entendeu? — Seus olhos verdes me fitavam com irritação.

— Você não manda em mim. — Eu sei que na situação em que me encontro, isso não é o mais inteligente a se falar, mas eu não posso ficar aqui simplesmente morrendo de medo e deixar ele fazer comigo seja lá o que ele imagina.

— Eu mandei você calar a porra da boca! — Ele grita e seu rosto muda outra vez me fazendo arregalar os olhos.

Está bem, eu acho que posso ficar calada.

— Ótimo. — Ele diz, fazendo com que seu rosto volte ao normal.

Harry se vira de costas para mim e caminha em direção a maca.

— Por que você simplesmente não pode me deixar ir? — Sinto a frustração me invadir de novo, e minha promessa de ficar calada dura menos que meio segundo.

Harry me olha sério sobre os ombros.

— Você é muito chata. — Ele rosna.

— Eu não sou chata. E onde está o Connor?

Escuto ele bufar, irritado.

— Pare de falar um pouco.

— Por que eu não posso falar?

— Olha, ainda falando. — Ironiza, se virando em minha direção.

— Não vou ficar quieta até você dizer onde o Connor está. — Falo firme.

— Isso foi uma chantagem? — Harry faz uma falsa cara de surpreso, mas ao invés de respondê-lo, apenas ergo uma sobrancelha o desafiando, e ele se aproxima de mim em passos calmos, outra vez.

REDEMPTION || H.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora