21°- CAPÍTULO ✝

10.6K 977 1K
                                    

Reúno todos os resquícios de coragem que eu ainda tinha, e vou em direção a Ethan, na saída de minha cela, onde ele me algema.

— Espere aqui. — O guarda pede antes de caminhar até a cela que ficava de frente para minha.

Ethan abre a cela e como previsto, Brooklyn sai de lá com a sua típica expressão de superioridade. Ele também algema ela, a trazendo em seguida para perto de mim.

— Vou cuidar das duas hoje. — Ethan explica, pegando em meu braço e no de Brooklyn, nos guiando pela multidão de pacientes que estavam distribuídos pelo corredor.

— Houveram algumas baixas por aqui. — Ethan comenta, e eu sinto uma pitada de ironia em sua voz, o que me faz pensar que ele pode saber de algo.

De qualquer maneira, eu estou dando o fora daqui hoje mesmo, por isso não me importo com que ele possa saber.

Começamos a andar em silêncio pelo caminho que nos levaria até o refeitório, e sei que preciso ser rápida neste momento.

— Hm, Ethan... Será que você poderia me levar ao banheiro? — Pergunto, cessando meus passos e fazendo com que ele e Brooklyn parassem também.

O guarda me olha por alguns segundos, sempre mantendo seus olhos desconfiados.

— Eu realmente estou apertada. — Forço uma careta, tentando dar o meu melhor para convencê-lo.

Ele suspira antes de assentir.

— Tudo bem, mas isso vai ser rápido.

— Eu estou com fome, vamos para o refeitório agora. — Brooklyn insiste do outro lado, tentando nos puxar em direção ao refeitório.

A observo, vendo um pequeno sorriso surgir em seu rosto, e sei que ela quer apenas provocar.

— Nós vamos ao banheiro. — Rebato.

— Vamos para o refeitório. — Ela endurece seu semblante.

— Ao banheiro, Brooklyn. Estou apertada. — Insisto.

— Refeitório, Ellinora. — A garota de cabelos castanhos não pareceria que iria ceder.

— Calem a boca vocês duas. — Ethan aumenta o tom de sua voz, cobrindo nossa pequena discussão. — Eu não sabia que estava na Ala infantil do sanatório. — O guarda bufa, sem paciência.

— Foi ela que começou. — Brooklyn aponta o dedo em minha direção, e a minha vontade é de quebrá-lo.

— Eu mandei calar a boca, Brooklyn. — Ethan repreende ela, me fazendo abrir um sorriso. — E você. — Ele aponta para mim. — Pode tirar esse sorriso do rosto, não tem nada de engraçado acontecendo aqui.

Meu sorriso some dando lugar a uma careta emburrada, e Ethan nos olha negando com a cabeça, visivelmente irritado.

— O que vamos fazer? — Pergunto, tentando amenizar o clima.

Ethan bufa outra vez, antes de chamar um guarda que passava por nós. Ele pede para que o outro me leve até o banheiro, enquanto ele iria acompanhar Brooklyn até o refeitório.

— Eu já volto. Não tente nada idiota. — Ethan me adverte.

O outro guarda me leva até o banheiro, que por sinal não demoramos ao chegar. Ele solta meus pulsos das algemas, deixando que eu entre no ambiente de azulejos.

Já dentro do banheiro, eu verifico se estou sozinha, e quando felizmente confirmo isso, corro até a última cabine, já sabendo o que fazer. Arrasto a cortina azul para o lado com certa urgência, vendo o grande painel de metal atrás do vaso sanitário, que acabei encontrando em uma das vezes em que vim até o banheiro. Arrasto a cortina azul outra vez, fechando a cabine, e me viro para o painel, agarrando suas grades e aplicando pressão nelas, que, sem muita dificuldade se desprende da parede.

REDEMPTION || H.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora