22°- CAPÍTULO ✝

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Sugestão: escutem a música sugerida na mídia junto a leitura do capítulo abaixo.

Todas as células do meu corpo pareceriam pegar fogo a cada choque dado, eu não consigo ter certeza de quantos foram, mas aumentavam de intensidade a cada nova descarga elétrica

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Todas as células do meu corpo pareceriam pegar fogo a cada choque dado, eu não consigo ter certeza de quantos foram, mas aumentavam de intensidade a cada nova descarga elétrica.

— Aumente para o sete. — A voz de Arthur se torna distante.

Meus olhos cansados se abrem para contemplar as lâmpadas brancas do teto. As únicas coisas que fui capaz de me concentrar durante essa grande sessão de tortura.

— Tem certeza, Senhor? Nós nunca usamos um grau tão elevado. — Ethan pergunta, temente, ao meu lado direito.

Viro meu rosto para ele, o encontrando ao lado da máquina de eletrochoque.

— Não interessa. Agora faça o que eu mandei antes que o castigado seja você. — O tom de voz de Arthur era tão ameaçador quanto suas palavras.

Ethan me olha por um instante, e se minha visão não estivesse tão embaçada e meus pensamentos tão fora de ordem, eu diria que vi ele hesitar antes de puxar a alavanca para baixo.

Meu corpo é inundado por uma nova onda de choque, mas desta vez é muito mais forte do que as anteriores, fazendo com que meu corpo balance sobre a maca, como em uma convulsão frenética apenas sendo limitada pelas tiras de couro que prendem meus pulsos e tornozelos. Sinto cada músculo queimar a medida que o choque se alastra pelo meu corpo. Meu coração acelera de tal maneira que parece rasgar meu peito, e sinto que os fios ligados à minha cabeça perfuram minha pele, devido à alta temperatura.

Tento lutar contra as sucessivas perdas de consciência, porém, não tenho mais o controle do meu corpo. Cansada de resistir, deixo que meus sentidos se desliguem aos poucos, em um pedido desesperado para acabar com todo o meu sofrimento.

***

Me sinto como se acordasse de um pesadelo, e quando finalmente retomo minha consciência, como que por instinto, levo minha mão para as laterais da minha cabeça e quando toco a pele sensível me lembro da horrível sensação dos choques elétricos percorrendo meu corpo enquanto me queimavam por dentro.

Sento sobre a cama em que estava, e olho em volta, esperando encontrar a habitual escuridão do meu quarto, mas o que vejo é completamente o oposto. Tudo ao meu redor é de um branco tão claro e luminoso que tenho de semicerrar os olhos.

Encaro as quatro paredes que me cercavam, e meus olhos param em uma maçaneta cinza que se destaca em meio a tanta luz, e sem demora, caminho até ela. Olho toda sua extensão enquanto rodo a maçaneta, e quando ela finalmente se abre, espio com apreensão, mas acima de tudo, muito curiosa pelo que posso encontrar do outro lado.

Várias pessoas transitavam pelo corredor que se escondia do outro lado da porta. Pessoas devidamente uniformizadas levavam seus pacientes, trabalhando em meio a uma grande correria do local.

REDEMPTION || H.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora