XX. A busca

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 Ficamos tão assustados que paramos o que estávamos fazendo. Guilherme se pôs de prontidão na porta, e eu, me recompondo, me levantei. Já estava sem cor nenhuma pelo tamanho susto. Ouço uma voz masculina. Era meu padrasto que havia chegado. Reclamava da luz estar acesa e seus passos se aproximavam cada vez mais do meu quarto. Tremi e por instantes pensei que ia desmaiar, de tanto nervosismo.

- Quer que eu faça algo? - Guilherme falou baixinho. 

- Não, não precisa. - Enchi meu peito e criei coragem.

Ele havia chegado na porta, com seu jaleco na mão e cabelo despentado.

- Lucas?! Guilherme?! Vocês por aqui?!

Guilherme ficou calado.

- Eu que te pergunto, senhor Marcos. Como consegue entrar aqui depois do que fez?

- Justamente isso que eu queria conversar com você, Lucas... Eu posso explicar...

- Não tem explicação o que você fez! E minha mãe? Como ela fica? Me dá licença! - Fechei a porta com força e tranquei. - Gui, me tire daqui... Por favor....

- Claro, Lucas! - Ele me abraçou.

- Lucas, eu... - A porta abre. - Eu só...

Meu padrasto me viu abraçado com Guilherme.

- Não acredito que... - Ele disse, fazendo uma feição de reprovação. - Vocês dois, é isso?

- É só um abraço! Não está vendo?! - Exclamei, sem paciência. 

- E por que ficou nervosinho assim? Se não houvesse nada, não estaria assim... - Ele falou ironicamente.

- Não te interessa. Aliás, se quer saber, eu já contei tudo a minha mãe! Se prepare!

- Não se preocupe... Também vou contar sobre isso que vi agora... Ela vai ficar decepcionada, né? - Soltou um riso e deu as costas.

- Lucas, me desculpa... Eu não queria... - Guilherme falou, preocupado.

- Relaxa, Gui... Você mesmo disse que tudo daria certo, né? Então...

- Vamos, então! Amanhã sua mãe chega e você vai poder dar um fim nessa situação toda.

- Sim, sim...

Saímos dalí o mais rápido que pudemos. Por sorte, não vimos ele no trajeto até a porta. Durante o caminho até a casa do Guilherme, conversamos.

- Desculpa por te botar no meio de tudo isso, Gui...

- Quando eu disse que enfrentaríamos varias coisas juntos, eu disse tudo. Não me peça desculpas por isso. - Ele segurou minha mão.

- O-Obrigado. 

Continuamos caminhando lentamente, enquanto a brisa noturna passava. Chegamos finalmente e fomos ao quarto dele. Ficamos conversando durante um tempo, abraçados o tempo todo. Ele me perguntou se eu não estava com fome, e com aquilo tudo, eu tinha perdido o apetite. Só respondi que queria tomar um bom banho e descansar. 

A primeira coisa que Guilherme fez quando chegamos, foi tomar banho, e fiquei esperando ele terminar. E depois de um tempo, finalmente chegou minha vez.

- Eu devia ter trago uma muda de roupas! - Falei, quando entrei no banheiro.

- Relaxa, eu te empresto de novo! Não se preocupe!

- Mas é que... Isso fica chato...

- Chato nada! A não ser que você queira ficar pelado! - Guilherme riu maliciosamente.

Nas mãos do destinoWhere stories live. Discover now