Prólogo

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18 Anos atrás

Melissa Montgomery, a única garota que amei de verdade. E era ela que eu queria para ser mãe do meu último herdeiro.

Ela está trabalhando de bar girl em alguma boate imunda dessa cidade, mas ainda sim, continua tão linda quanto me lembrava. Os cabelos ruivos e cacheados continuavam iguais, ela ainda me parecia a mesma e eu me pergunto se eu também continuo o mesmo. Provavelmente não.

O balcão onde ela está atendendo está lotado. Chego perto de um cara sentado em um dos banquinhos do bar.

- Sai. - Eu ordeno.

- E por que eu deveria? - Diz o homem olhando para mim um pouco irritado.

Suspiro e mostro meu revólver que minha jaqueta escondia. Ele arregala os olhos e sai o mais rápido que pode e eu calmamente me sento no lugar dele. Geralmente eu não gosto de correr risco mostrando minha arma para qualquer idiota, mas essa noite é importante. Minhas prioridades são outras agora.

- Ei, querida. - Chamo uma bar girl.

- O que vai querer?

- Aquela bar girl, ali, está vendo? - Aponto para Melissa e ela assente com a cabeça. - Poderia chamar ela? Gostaria que ela me atendesse.

A garota olha para mim com cara de deboche.

- Olha, não vai fazer diferença se eu ou ela te atender. A bebida vai chegar em você de qualquer jeito... Então, o que vai querer?

Olhei para ela e dei um dos meus melhores sorrisos. Ela corou imediatamente. Não tenho necessidade de usar armas com mulheres, já que basta apenas eu sorrir para que elas façam tudo o que eu pedir.

- E-espere um instante.

Ela saiu apressada e voltou com um papel e me entregou sussurrando um "ela já vem". Abri o papel e tinha o número da atendente que eu descobri se chamar Amber. Eu tenho que parar de fazer essas coisas. Meu foco desta noite é Melissa.

- Boa noite, senhor. - Eu quase dou um pulo do banquinho quando a vejo. Agora que estou aqui, não sei exatamente o que devo fazer. Será que ela me reconheceu? E se isso aconteceu, por que está agindo como se não me conhecesse?

Reúno coragem e olho para ela.

- Melissa. - Digo.

Ela abre a boca surpresa e seus olhos brilham de reconhecimento. Melissa teve que se segurar no balcão, porque parecia que alguma coisa tinha atingido seu peito em cheio. Eu faço menção de me levantar e tentar amparar ela de alguma forma, mas ela sai do meu alcance tão rápido que parecia que cada toque meu ardia.

- Meu Deus... - Ela arfava. - O que você está fazendo aqui?!

- Melissa, por favor, vamos conversar.

- EU NÃO TENHO NADA PARA CONVERSAR COM VOCÊ! - Grita ela chamando atenção de todos no local. Ela abaixa a cabeça envergonhada e respira fundo. - Por favor, vai embora Peter.

- Vamos conversar! - Eu insisto.

Ela olha para mim parecendo decidir se isso é uma boa ideia ou não, mas no fim acaba cedendo.

- Ok. Mas aqui não é um bom lugar.

Eu dou um sorrisinho.

- Eu estava pensando a mesma coisa.

Conduzo ela para fora da boate e a levo para o meu carro. Ela entra sem falar nada.

- E então, Peter Hastings. O que você quer?

Eu respiro fundo.

- Conversar, Melissa. Me desculpar, tentar fazer a coisa certa dessa vez.

- Peter, faz tanto tempo isso...

Eu olho para ela. Não há tempo para sentimentos. O amor atrasa todas as coisas, ele te deixa fraco. É o que meu pai dizia e hoje vejo que tem razão. O que seria de mim agora se eu tivesse decidido ficar com ela? A que destino eu estaria condenado?

- Melissa, eu disse que quero fazer a coisa certa dessa vez. E é isso o que vou fazer.

Ela me olha com incompreensão, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa eu a beijo. Melissa tenta recuar, mas logo cede e eu sinto que ela quer isso tanto quanto eu, mas por motivos diferentes. Ela quer por ainda me amar. Eu quero porque preciso do meu último herdeiro, e é isso o que eu vou ter.

A Última HerdeiraWhere stories live. Discover now