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- Botãozinho de ódio? – não resisti em perguntar, porque havia sido engraçado o que ela falou, mas eu realmente não entendi.

- É, aquele que você não cansa em apertar dentro de mim – ela rolou os olhos de novo, como se eu fosse uma pequena criança burra que não entendia porra nenhuma – Não sei como você consegue ser tão chato e irritante. Na moral, por que não pode me esquecer? Aproveita e volta pra Giovanna!

- Antes eu tenho uma pergunta – não resisti novamente, mas dessa vez sabendo que, com certeza, daria merda.

- Se for para você me deixar em paz, até duas.

- Você tem uma câmera? – perguntei mordendo meu lábio, tentando não cair na risada antes da hora e ela me encarou com as sobrancelhas arqueadas, como se pedisse uma explicação - Wright com ciúmes de mim? Eu preciso gravar esse momento!

- Você é um babaca! – ela explodiu me olhando com raiva. Não, raiva era muito pouco, tava mais para ódio – Não é ciúme, é nojo! Você é um escroto, eu já disse isso, né? Me beija, vai pra cama com a minha amiga logo depois e ainda acha que tem o direito de querer alguma explicação das minhas atitudes?

- Nojo, é? - perguntei me aproximando. Nada do que ela dizia me atingia, mas aparentemente a melhor coisa que eu conseguia fazer era irritá-la. Ela arregalou os olhos, e sua respiração se descompassou juntamente com a minha – Quero ver então o nojo que você tem de mim - coloquei a mão em sua nuca, puxando-a pra mim, vendo-a ceder por míseros segundos, fechando seus olhos; até abri-los e começar a me estapear.

- Seu... Seu... Ogro! Nojento, babaca! Eu te odeio, ouviu? - ela gritava, distribuía tapas e me empurrava, enquanto eu ria. Obviamente eu não estava sentindo quase nada, mas eu já havia mencionado o quanto adorava ver a Wright puta da vida? - EU TE ODEIO! PARA DE RIR, BABACA! - Thalia estava descabelada e seu rosto estava ficando extremamente vermelho de raiva.

Ela me deu um último empurrão e saiu em disparada do elevador, cujas portas abertas mostravam os caras e o resto das meninas na porta, escutando toda a discussão. Dei de ombros e saí em direção ao refeitório, ignorando suas caretas confusas.

- Dougie, o que foi aquilo, cara? - Hazz foi o corajoso que perguntou.

- Sei lá, ela se descontrolou e deu um ataque dentro do elevador, bem como vocês viram - dei de ombros novamente, como se não fosse nada demais.

- Cara... Ela não se descontrolou por nada. Você beijou ela de novo, foi? - foi a vez do engraçadinho do Danny de fazer piada. Rolei os olhos.

- Eu não forço ninguém a fazer o que não quer, Danny. Se nos beijamos ontem foi porque eu iniciei, mas ela deixou. Então não teria sentido ela ficar puta por isso - bufei, tentando fazer das minhas palavras verdade para mim.

- Hm... É - ele concordou, mas sabia que não deixaria por aquilo mesmo. - Mas então por que vocês não pararam de discutir?

- Eu lá vou saber?! - respondi a todos os nossos amigos que prestavam atenção à conversa - A Wright é maluca! - vi Ju revirar os olhos e bufar, voltando a atenção para seu celular e passando a me ignorar - Ela surta por qualquer coisa, que saco! Me deixem em paz!

- Eu acho que minha cabeça nunca doeu tanto na minha vida - Amanda começou - a gente pode pedir alguma coisa antes de sair, por favor? - ela disse, desviando a atenção de todos de mim, me fazendo suspirar aliviado pelo interrogatório ter cessado e eu poder sumir sem que realmente notassem.

Entrei no restaurante e pedi uma caneca dupla de capuccino e fui beber no jardim. Me sentei abaixo da árvore que continha menos sombra a fim de me aquecer e tomei um gole do líquido sentindo-o aquecer imediatamente minha garganta, quase me fazendo gemer de prazer.

Fire N' IceWhere stories live. Discover now