Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)

Capítulo 4

"Narrado pelo Harry"

"Eu gosto de você, como amiga". Essa mensagem que eu enviei para a Emilly estava martelando na minha cabeça quase como uma tortura.

Eu gosto muito da Emi, muito mesmo, mas eu sei que nós não podemos ficar juntos pelo simples fato das nossas famílias serem inimigas...

Se eu falar para ela que realmente gosto dela, ela vai fazer de tudo para ficarmos juntos e nem tudo tem de ser do seu jeito. Eu não enfrentaria minha família nem deixaria ela enfrentar a dela, posso estar sendo egoísta, sim, eu posso, mas eu a conheço e se ela se virar contra a sua família não sei o que pode acontecer.

Interrompi meus pensamentos quando alguém entrou no meu quarto.

— Mano, a sua "lobinha" está aí fora te esperando. — Como os lobos são amigáveis e quase humanos nós temos uma família grande; eu tenho uns 5 irmãos de sangue com 3 homens e 2 mulheres. Agora a nossa matilha tem uns 20 lobos. Eu sou um dos mais novos dos meus irmãos, na verdade eu sou o segundo mais novo, tenho 24 anos (contamos a idade como a humana). 

Ah, isso que o Natan falou de "lobinha" é que os lobos gostam de aumentar as famílias e meus país pensam assim e querem que eu e a Jhenny nos casamos, até porque eles querem continuar com a descendência de lobos.

— Já estou indo... — Levantei, pus uma camisa e fui para o quintal. A nossa casa é quase como uma cabana, ela é de madeira e é grande, porém não chega nem perto da casa da Emi que é bem grande e produzida, até porque vivemos mais na floresta do que na casa.

Fui até lá fora e encontrei a Jhenny vestida como sempre; bermuda no meio da coxa, blusa preta sem manga com um pouco de terra e mato e o cabelo com um rabo de cavalo.

— Oi, Harry. — Saúda ela me abraçando.

— Oi, Jhenny...

— Algum problema?! — perguntou preocupada.

Respirei fundo trazendo de volta a lembrança daqueles cabelos loiros, aqueles olhos azuis e a personalidade inabalável da Emilly.

— Vários, porém para o mais importante preciso da sua ajuda, pode me ajudar?! — pergunto com os olhos brilhando.

— É com o que eu estou pensando? — passei a mão no cabelo como sempre faço quando estou estressado. — Já sei, mas o que eu posso fazer por você?

— Me dar cobertura, eu fico te devendo uma...

— Tudo bem, já sei o que você pode fazer por mim. — Ela deu um sorriso tímido. — Eu e o Bryan estamos apaixonados um pelo outro... amanhã nós iremos nos encontrar secretamente...

Olho para o seu rosto sentindo alívio em todo o meu corpo.

Ela não gostava de mim.

— Tudo bem, eu te ajudo cunhada. — Dei um beijo na bochecha dela e fiz um sinal de agradecimento.

 

— Quem manda ser rebelde?! — perguntei dando um susto na Emilly.

— Que susto, o que você está fazendo aqui? — ela indagou chegando perto da janela onde eu estava.

— Vim te ver, sua sangue suga — respondo piscando.

— Já pode ir então — comentou seca e grosseira.

Simplesmente não a entendo.

— Está bem, tchau — saí andando.