Capitulo Cinco - The Wrong Seems Right

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Sem mais delongas,

Boa leitura, meus Darks.

~o~


O metrô chegou. Não está muito cheio.

Procuro um lugar desocupado e sento perto da saída. Ajeito o gorro cinza na minha cabeça, olhando pelo reflexo da janela atrás do meu assento. Levanto um pouco, pegando um pacote de jujubas que comprei com uma senhora no pátio da estação e guardei no meu bolso de trás. Fico comendo e observando as pessoas, esses lugares são interessantes de fazer isso.

As roupas que usam me dão uma ideia do lugar para o qual estão indo ou voltando, as companhias, a idade provável, os pertences, as conversas... Não é como se eu fosse um bisbilhoteiro ou julgador, eu não apresento nenhuma opinião sobre nada que vejo ou escuto nesses locais. Apenas olho e me distraio pelo caminho. A não ser que seja algo a ver comigo, aí sim me importaria. Quando olho para todos que posso, pego meu celular e plugo o fone de ouvido. Escolho The Script para tocar já que hoje indo para o trabalho havia escutado The Fray.

É quinta-feira e como previsto saí do trabalho as 19:00 e vim para o metrô. Estou indo fazer as compras do mês. Tem mercadinhos com tudo que compro perto de casa, mas eu gosto de ir um pouco mais longe às vezes, só para mudar variar e ver outras paisagens.

Sobre minha terça e quarta-feira depois de segunda? Horrível. Na noite de segunda-feira dormi bem. A terapia Friends fez efeito. Mas você ficar indo para o trabalho nos dois dias seguintes olhando de minuto em minuto para o lado, esperando ver um audi r8 não é o que eu chamaria de progresso. Eu ainda tinha esperanças de vê-lo de novo e minha vontade de ficar com ele não diminui nem um pouco. Pelo contrario, parece que só fez aumentar.

Por vezes fico mexendo meu celular na mão, lendo a única mensagem que me mandou que para mim também é tudo que sobrou para provar de que realmente aconteceu e ele existe. A pessoa que foi capaz de conquistar meu coração em uma noite. Eu me pego escrevendo mensagens sem sentido e tentado as enviar, mas no final, o orgulho fala mais alto.

Esses dois dias serviram para me fazer entender de uma vez por todas que nada do que eu faça vai me livrar desse sentimento a não ser que eu me entregue a ele. Foda-se Harry ser perigoso, galinha ou o caralho a quatro. Eu gosto dele e ele disse que gosta de mim. Se eu for só mais um, posso tentar conquista-lo. Não posso é perder minha chance.

Eu demorei a me decidir e me arrependi de ter mandado ele embora. Agora é tarde. Não sei onde mora, nem onde encontra-lo. Vou tentar ir para o club sábado, mas duvido que ele apareça. Stanley mesmo disse que ele não frequenta aquele lugar, só foi por um dia.

Nunca deveria ter escutado o Stan, ele nunca se importou comigo. Não mais. Como iria saber o que é melhor para mim? Ele nem sabe que estou apaixonado, nunca me pergunta como estou. Não tem nem ideia de que esses dias andam me enlouquecendo e corroendo.

Ao menos Stanley voltou a se afastar. Quando pede dinheiro é um tipo de problema, mas nada sério e para pedir de novo, demora. Por que isso parece aproveitamento? Não parece. É exatamente isso. Nem os pais dele mandam dinheiro. Ele sobrevive, quando não empresto, com o dinheiro de amigos e namoros. Às vezes a avó dele tão ingênua quanto eu envia dinheiro também.

Por que eu não paro de pensar nos outros e não tento pensar um pouco mais em mim mesmo?

Termino as jujubas e o metrô chega ao meu destino. Saí com algumas pessoas e joguei fora o pacote num lixo ali perto. Continuo com meus fones e coloco as mãos nos bolsos do casaco como gosto de fazer. Toca uma música do Green Day, me trazendo lembranças da época de escola. Sorri levemente e cantarolei baixinho, avistando o hipermercado Tesco que é bem perto das escadas do metrô. Quando me aproximo, as portas de vidro automáticas se abrem e sinto a mudança de temperatura.

Light In The Dark (l.s. AU dark!Harry)Onde histórias criam vida. Descubra agora