02•Ballet e Café

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Relutei em acordar sentindo meus olhos pesados e uma leve dor de cabeça acusada pele ressaca do dia anterior, havia se passado duas semanas desde do casamento caótico que eu organizei porém minhas saídas para as sócias sempre me deixavam nesse estado, deveria repensar melhor pois essa dor não compensava mesmo as bebidas sendo incrivelmente deliciosas.

Era sábado de manhã e assim que abri totalmente meus olhos, o despertador soou fazendo eu torcer a cara em reprovação. Minha gatinha de pelos longos subiu em minha cama para me dar um bom dia, retribui seu carinho e já me levantei rapidamente para ir para o chuveiro. A água em temperatura ambiente era maravilhosa, lavei os cabelos e após sair sequei com o secador terminando com um coque simples. Vesti minhas meias calças, um body preto e um short levinho. Peguei minha bolsa e sai porta fora caminhando e respirando o ar daquela linda primavera onde os pássaros cantavam e o céu era limpo e azul, com pouco sol já que era apenas sete e meia da manhã. Segui a pé mesmo até a minha padaria preferida em toda Santa Catarina, pedi dois croissant e um latte de chocolate, ovos mexidos e uma porção de pão de queijo. Comi despretenciosa enquanto rolava meu dedo entre a tela do IPad e fazendo umas anotações das próximas festas que eu ia organizar, eram mais duas para o mês de setembro. Graça aos bons céus eu estivera em um momento muito bom da minha vida, ganhava o suficiente para viver bem. Queria muito que o Balé pudesse me proporcionar essa estabilidade, mas sei bem como
Funciona esse mundo da Dança e da arte. Só somos valorizados depois que morremos, enquanto em vida, passamos fome se tentar sobreviver disso. É como Van Gogh. E tantos outros artistas brilhantes do século XIX.

Término meu café da manhã e sigo até o estudo de Ballet que ficava apenas a poucas esquinas de distância e ao chegar no local aprecio sua bela e vasta decoração a entrada era em tons de branco e flores enfeitava o hall, o clarão da letra cursiva escrita brilhava em dourado. Lírio Art ballet dance Aquele era um dos melhores estúdios da cidade, e durante a semana as pessoas pagavam uma boa fortuna para que seus filhos estudasse ali. Porém, todo sábado ele era aberto para comunidade e todas as meninas que desejassem participar, e eu admirava muito isso no Sr. Carlos.
Entrei pelo grande salão, havia várias salas de aula dividida por faixa etária - abri a porta da minha sala, a número 05 e disse em um sorriso genuíno:

— Bom dia meus amores! — Falei empolgada as meninas de mais ou menos 7 a 8 anos todas com suas roupas rosas e seus tutu se agitaram dando um alto "Bom dia" Em uníssono sorri, recebendo um abraço em conjunto. vocês vão me amarrotar, eu disse entre sorrisos.

— Bom dia Camille. — Encarei os olhos pretos de Victor ele normalmente não era muito social era mais ranzinza pra um jovem de seus poucos vinte oito anos, tinha um corte social e vestia um terno cinza que deverá ter custado alguns Dólares, já que ele não ficava muito no Brasil. — ele era filho de Carlos o do dono dos studios e com isso gerenciavam os negócios do pai. — Temos uma professora nova. — Ele voltou sua atenção para mim e prosseguiu com algo nos lábios que poderia ser um sorriso.

Me senti levemente traída, mas dei de ombros parecer não me importar tanto.

—  A é? De que se trata? — Arqueei a sobrancelha varrendo meus olhos pelo local.

— Olá — Uma voz feminina disse de maneira suave surgindo por trás, meus olhos arregalou e senti meu rosto ficar quente. Ela não tinha um rosto desconhecido, sinto que já tivera visto antes.

— Essa é a Anelise ela é filha de um amigo meu. — Victor proferiu tais palavras me arrancando dos meus pensamentos.

Pisquei rapidamente,

— Seja Bem-vinda. — Falei estendendo minha mão, a mesma prontamente se pôs a me cumprimentar e senti meu corpo estáticos quando seus dedos tocaram os mesmo.
Ela laçou um sorriso lascivo e eu me lembrei de onde a conhecia.

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