Continuação

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Deixo um suspiro cansado e prazeroso escapar e abro meus olhos novamente, ambos atingimos nosso ápice, para recompensá la lhe dou um sorriso satisfeito e só então me afasto. Subo minha boxer e minha calça. Ela caça e veste suas roupas de maneira apressada. Coloco minha camisa social branca novamente e a abotou completamente, pego meu paletó e minha gravata. Me direciono à porta em silêncio, então paro com a mão na maçaneta e sem me virar para olhá la ordeno:

Tatiana, desmarque minha agenda para o resto da tarde. Estou indo pra casa, só volto amanhã.

Com a voz um tanto hesitante ela responde - sim senhor - e só então saio da sala, deixando a para trás. Visto meu paletó e coloco minha gravata calmamente enquanto caminho a passos firmes para o elevador. Assim que entro a porta se fecha, o silêncio e o vazio me fazem pensar na Yasmim novamente.

Eu preciso daquela mulher. Saciar de vez esse desejo ou vou acabar enlouquecendo!

A porta do elevador se abre e o estacionamento a minha frente se encontra deserto, mas com todas as vagas devidamente ocupadas.

Caminho até minha vaga reservada e coloco a mão ao bolso da calça para alcançar minhas chaves. Assim que o faço, a posiciono em direção ao meu porsche 918 spyder preto. Esse não é meu único carro, mas gosto de vir à empresa com ele mais que com os outros.

Desligo o alarme e destravo a porta, entro logo em seguida. Me sento e ligo a ignição, fecho a porta logo depois. Dou partida e saio tranquilamente. A ideia de a Yasmim ter estado tão próxima à mim me vem a mente. Com tudo que ocorreu nem pude assistir sua primeira gravação.

Dirijo sem pressa, apesar de querer chegar logo ao meu apartamento. Necessito de um banho longo e relaxante. O cheiro de sexo ainda predomina em mim. Por ainda ser cedo o trânsito não está tão intenso e com isso não demoro a chegar.

{...}

senhor Scarpa, o senhor vai jantar em casa essa noite? - estou arrumado para sair, talvez por isso a minha empregada, Fátima, esteja me fazendo essa pergunta idiota.

não Fátima. Vou jantar fora, pode ir para casa - eu não a deixo morar em meu apartamento como outros fazem com suas domésticas. Eu aprecio minha privacidade. Com outra pessoa em minha casa, eu não poderia ficar tão a vontade. Sem contar que é aqui, em meu apartamento, que faço a maioria das minhas transações pelo celular e notebook. E ainda tem as vagabas que trago de vez em quando.

Decido tomar uma iniciativa. Já esperei demais. Assim que chego ao estacionamento, pego meu iPhone do bolso da calça e destravo a tela. No dia que assinei o contrato da Yasmim, eu anotei seu número de celular em minha agenda. Procuro seu nome e assim que o encontro, faço a ligação. Meu coração parece querer saltar da boca pra fora. Que porra! Isso nunca me aconteceu antes, porquê agora? E porquê com ela?

Segundos que parecem durar uma eternidade. Até que sua voz doce e calma, porém firme e sensual surge do outro lado da linha.

(alô) -como vai senhorita Nunes? - meu tom de voz é calmo e sensual e só de ouvir sua respiração alterar com minha voz, já me sinto de volta ao controle.

(quem fala?) sorrio com sua pergunta, eu sei que ela sabe que sou eu, mas se ela quer jogar, por mim tudo bem -Leonardo Scarpa, lembra se de mim? - pergunto irônico e ouço ela sorri nervosa.

(ah, claro... Aconteceu algum problema senhor Scarpa?) tenho certeza que seu tom não é de preocupação e sim de deboche, continuo com um sorriso estupidamente idiota no rosto e agradeço mentalmente por ela não poder me ver agora.

-não há nenhum problema senhorita Nunes. Liguei apenas para lhe convidar para um jantar e um passeio - não vou ficar enrolando, pois tenho pressa em estar com ela. Sua demora em responder me causa um estresse momentâneo. Afinal, porquê ela não diz logo que sim? Que merda de demora!

(eu aceito sim, senhor Scarpa) - como é possível sentir tanta emoção em tão pouco tempo e por um motivo tão idiota?

-obrigado por aceitar. Estarei aí no hotel em 20 minutos - tento não soar tão idiota como estou me sentindo, mas acredito que falho miseravelmente.

(ok. Até daqui a pouco então, senhor Scarpa) - sua voz é tão decidida e forte, mas sua imagem me mostra o contrário. Não sei o que está acontecendo comigo, só sei que quero estar com ela. Quero provar seu corpo delicioso o máximo possível e quero ouví la sorrir a cada instante.

- até breve senhorita Nunes - ela sorri novamente pouco antes que eu finalize a chamada.

Essa mulher será minha destruição. Eu sinto isso, mas não consigo tirá la da minha cabeça.

Até em meus sonhos ela se faz presente. Que porra! Preciso me controlar. Eu não sou assim. Não sou desses tipinhos ridiculamente românticos.

Eu sou um líder.

Um alfa.

Preciso voltar a agir como tal.

Entro em meu aston martin one - 77 vermelho e dou partida. Estou tão excitado por saber que ela aceitou sair comigo. Isso só confirma ainda mais minhas suspeitas: ela também se sente atraída por mim!

O trânsito está um pouco intenso e isso me irrita. Pouco a pouco vou me acalmando ao lembrar que em poucos minutos estarei com a Yasmim ao meu lado.

Aproveito um dos semáforos vermelhos e pego meu iPhone do bolso da calça, destravo e ligo para um conhecido meu que tem um dos melhores restaurantes da região Paulista.

Ele não demora a atender. Faço a reserva sem cerimônias. Minhas mãos suam frio. Isso é patético!

É apenas uma mulher.

Repito várias vezes para o meu sub consciente, na tentativa de acalmar meu sistema nervoso... Mas falho mais uma vez.

O sinal abre e sigo em direção ao hotel que ela está hospedada. A noite está tranquila. Sem chuva, sem calor. Está favorável ao nosso primeiro encontro. Me pego sorrindo que nem um idiota de novo !!

A Dama Do TráficoWhere stories live. Discover now