II

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David tinha acabado de voltar de Mauritânia (é, aconteceu mesmo!) e foi chamado novamente pelo Álvaro para outra missão.

- Boas novas, temos um novo cliente – disse – faça um bom trabalho, ele veio até nós por indicação de um dos grandes.

- E o que vai ser dessa vez?

- Um pavão.

- Estátua, brasão,...?

- O animal mesmo – Álvaro sentou para continuar – ele sonhou com o bicho e...

- Ah não! Mais um desses trabalhos infames?

- Bem, o homem disse que foi um sonho bem realista.

- Todos são! – David acendeu um cigarro, ignorando um cartaz vintage de Proibido Fumar que decorava a parede. Ele estava zangado demais para se importar com isso – Mais um riquinho que mora em Saturno. Nos demita logo e contrate um taxidermista artístico, vai dar no mesmo.

- Posso continuar?

- Pois não. – A ironia transbordava de sua voz.

- Nosso cliente sonhou com um belo pavão albino dançando – antes de David começar a falar, Álvaro continuou – Chega de comentários, consiga qualquer coisa de qualidade.

- Tanto faz, ele está pagando.

A DançaWhere stories live. Discover now