JOGO

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<Bia >



Que jogo era esse! Caraca! Josh está com algum demônio no corpo, só pode! O outro time estava sendo mutilado. Não tinham nem chance de pensar.

Eu podia ver sua concentração já que marcava uma atrás da outra. Quando pegava a bola e mirava na cesta, antes mesmo de arremessar, seus colegas de time já estavam comemorando. Parecia um furacão na quadra, tinha marcado 49 pontos dos 102 da marcação do Globe.

O momento mais marcante do jogo foi quando estava acabando o terceiro tempo e ele estava perto da cesta do outro time, com a bola na mão, olhou pros lados e não tinha ninguém para receber o passe, não pensou duas vezes e lançou na cesta para marcar. Santo Antônio da paçoca! O filho da mãe acertou! Ele arremessou a bola a mais de vinte metros de distância para o outro lado da quadra e pontuou. A ação em si não durou mais do que três segundos, a plateia inteira parou de gritar em expectativa, eu nunca tinha visto nada parecido, essas coisas eram quase impossíveis. Quando a bola passou pelo aro, todo mundo levantou do seu assento para comemorar, até os torcedores do time contrário ficaram de boca aberta. Ele era o melhor e comprovou isso essa noite.

-Currey, Currey, Currey, Currey!

Os torcedores não paravam de gritar seu nome. O jogo estava uma loucura, ninguém tinha dúvida de quem ganharia a essa altura.

- Uall! Como ele fez isso? Não sou especialista em basquete, mas sei que isso não é normal.

Até Rô estava impressionada. Ponto pra ele, porque impressioná-la era uma tarefa difícil. Muito difícil.

- Não, não é. Mas se tem alguém que fez isso parecer fácil, foi ele.

- Tudo bem. Admito. O cara é bom e legal também... Quando ele foi te levar os ingressos perguntou se você estava bem, se não tinha se machucado ou nada parecido. 

-Sério?

-Sim. Achei humilde da parte dele se preocupar com os outros, me fez repensar as minhas primeiras impressões. Esses jogadores são astros sim, mas também são gente como a gente. Nós só vemos os atletas e não as pessoas por trás deles. Isso é horrível, não iria querer pra mim.

Fiquei pensando um bom tempo sobre o que ela falou. Eu também era do tipo de pessoa que só pensava nele como astro. Até esse exato momento era isso que eu tava fazendo e era hipocrisia da minha parte, visto que tudo o que ele fez foi pra me agradar e me compensar pelo ocorrido no último jogo. Nada tinha sido culpa dele, acidentes acontecem, mas não é qualquer um que se preocupa com alguém que nem conhece.

- Vai, vaiiiiiiiiiiii James! Arremessa logo essa bola cara!

Rô estava torcendo. Com as mãos pro alto em sinal de frustração ainda! Que milagre era esse? Ela viu meu olhar interrogativo por causa da sua euforia e respondeu com a maior cara de pau.

-Que foi? Ele é bom também! E me parece muito bonito, olha só a bundinha dele! - e apontou para comprovar.

-Menina abaixa essa mão, apontar é feio!

Censurei ela mas não conseguia parar de rir da situação. Nós não somos normais.

-Será que tem namorada? Podia não ter né, quem sabe, se você conseguiu falar com o Currey, porque eu não conseguiria falar com ele? Qual será que é o seu primeiro nome?

-Calma, uma pergunta de cada vez, e é Allan, se tem namorada eu já não sei! Tenho cara de jornalista de coluna de fofoca? Ou Oprah pra sair entrevistando a galera?

Meu astro do Basquete - Boston Globe I  (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now