CAPÍTULO 84 - Tarde de madames

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Lindonas! Mais capítulos da Mila e do Kiko a partir de agora!

Quem não leu minha primeira história e tem conta na Amazon, corre lá dar uma conferida. É bem diferente do livro da Mila e do Kiko, mas é muito legal e envolvente também... Chama LAILA DÓMINI e são 3 volumes. 

Obg!! Bjs

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**Camila**

Minha sogra vinha insistindo incansavelmente pra fazermos um programa, só nós duas. Confesso que eu tava apavorada com a ideia. Morria de medo dela ficar me analisando; de dar um fora; de não saber como me comportar. Das pessoas ficarem reparando em mim... Me julgando... Ai, ai, ai...

O Kiko também não ajudava em nada. Só enchia minha cabeça dizendo que a mãe ia me alugar demais, não dar sossego, falar um monte...

Bom...

Eu me esquivei o quanto pude, até que não deu mais...

Marquei com dona Valentina e, quando chegou a fatídica quarta-feira, lá fui encarar a fera.


Pra minha sorte, graças aos Céus, eu e meu marido estávamos terminantemente errados.

A mãe dele é um amor de pessoa.

Bem... Não deixa de ser uma grã-fina, milionária, daquelas bem caricatas de revista de fofoca. Mas, à parte desses rótulos, dona Valentina tem um coração enorme. E foi muito atenciosa comigo. 

Passamos um dia intenso, seguindo o roteiro no detalhe de uma exímia perua paulistana, com paradas obrigatórias nas lojas mais top de roupas, sapatos, acessórios e, pra fechar com chave de ouro, um menu completo no salão de beleza mais incrível da cidade.

É verdade que, vez ou outra, eu quase deixei escapar a paciência por entre os dedos, mas minha sogra mereceu uma dose extra de confiança. De fato, ela não sabia mais o que fazer pra me agradar...

Às sete da noite, o saldo do dia era: doze sacolas de roupa, cinco de sapatos, três de cosméticos, duas de acessórios variados, quatro bolhas no pé, vinte unhas impecavelmente pintadas, um novo corte no cabelo, uma maquiagem caprichada e uma sogra em êxtase por ter se dado bem com a norinha aqui...

Confesso que saí desse banho de sogra, a réplica perfeita de uma perua esvoaçante da alta-sociedade. Algo que, em princípio, nunca esteve nos meus planos. Mas, no final, até que não dava pra reclamar do resultado.

Abri a porta do ap. e o Kiko, sentindo meu cheiro no ar, veio me encontrar.

Há uns dez passos de mim, ele travou. Não ia pra frente nem pra trás. Só me encarava com os olhos esbugalhados e o queixo despencado no chão.

Eu sorria da cara dele e da situação em si.

— O quê foi que a minha mãe fez com a minha esposa?

— Passei no teste de qualidade? — e dou a voltinha clichê pra ele conferir.

— Caralho... — e suspira, coçando a cabeça. — Tá linda demais, Camila... — já se aproximando e se enroscando em mim. — Isso só comprova minha tese do quanto dona Valentina pode ser persuasiva.

— E você acha que a escolha foi só dela?

— Tenho certeza que não. Mas aposto que a iniciativa foi...

— Ah, é? E por que acha isso?

— Se dependesse só do meu anjinho lindo aqui, acho que não ia incorporar toda essa mudança de uma vez só.

— É... Talvez não...

— Posso beijar meu anjo perua agora, ou vou estragar alguma coisa aqui? — abanando a mão na frente do meu rosto.

— Hum... Deixa eu pensar... — assim que eu viro os olhos pra cima, sou assolada por um beijo de tirar as crianças da sala... Ai ,ai, ai... 

— E que tal a gente aproveitar melhor esse upgrade? — eu solto a pergunta no ar, cheia de duplo sentido.

— Hum... Tá tentando apagar fogo com gasolina, é, meu anjinho safado?

— Essa mente pervertida já desvirtuou meu convite inocente.

— Ah, é??! E qual era o convite, em princípio?

— Ia só te chamar pra jantar fora. Mas já vi que não tive sucesso.

— Jantar pode ser uma parte do programa.

— Sei...

— Mas o que vem depois, garanto que vai ser bem mais interessante...

— Hum... Mal posso esperar.

— Deixa eu ir me aprontar pra fazer bonito do lado desse meu anjinho lindo. — e me larga um beijinho na boca e um tapa na bunda, já saindo apressado pro quarto.

Pela primeira vez na vida, eu iria esperar meu gatinho se aprontar.

Tava me divertindo com essa inversão de papéis e me preparando pra perturbar o Kiko até não poder mais. Igual ele faz comigo...

***

Quando estávamos no carro, rumo ao restaurante...

— E, à parte dessa produção, como foi a tarde? — parecia curioso.

— Intensa.

— Dona Valentina cuidou bem do meu anjinho?

— Sua mãe é um amor, Kiko. Não sabia mais o que fazer pra me agradar.

Ficamos em silêncio.

— Por que pensou isso dela?

— O quê?

— Que a gente pudesse não se dar bem.

— Dona Valentina é gente boa, mas dá trabalho... Fiquei preocupado de você chegar em casa carregando a cabeça no carrinho de mão, de tanto ela falar na sua orelha.

— Credo, Cristiano! Pra que pensar isso da sua mãe?

— Só um palpite...

— Errado!

— Percebi.

— Homens nunca vão entender as mulheres nesse ponto.

— Talvez não. — ele sorri e beija a minha mão.

(COMPLETO) Meu mundo é dela! - A história da Mila e do Kiko...Onde histórias criam vida. Descubra agora