One.

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   Uma mulher escovava os dentes, um homem desamarrava seus sapatos caríssimos de camurça. Uma menininha se ajoelhava diante da cama e pedia para seu anjinho da guarda lhe presentear com uma boneca nova. Um gato pulou do telhado arrancando uma telha, da qual caiu e fez estrondo suficiente para que um idoso saltasse, em susto, de seu sono profundo no sofá. Tudo isso acontecia em apenas um segundo e, nesse mesmo segundo, Dean estava com seus olhos praticamente colados em seu microscópio, analisando, pela milésima vez, aquela célula totalmente desconhecida pela humanidade.

   Num lugar extremamente isolado dos Estados Unidos, se instalavam quatro áreas altamente secretas designadas pelo governo americano a realizarem somente uma única coisa:

   Estudar a vida extraterrestre.

   E era exatamente isso que Dean fazia.

   Astrônomo, com doutorado em ciência da computação e PhD em química, Dean Campbell Winchester formou-se em Oxford, como um dos melhores cientistas da Europa, por realizar inúmeros experimentos bem sucedidos, inclusive em relatar que a teoria da física molecular era a base para a física quântica. Recebeu um dos mais importantes prêmios da ciência há dois anos atrás, com 19 anos, sendo o mais jovem brilhante cientista de toda a Europa.

   Dean poderia se gabar por isso, mas infelizmente não tinha tempo para nada que envolvesse seu ego. Seu cérebro parecia trabalhar mais de 24 horas por dia, sempre tentando ultrapassar os limites de seu conhecimento.

   Não foi à toa quando recebeu uma carta do governo americano o recrutando para a área 94.

   A área 94 ficava exatamente 309km da área 51, a famosa base secreta do governo, que, em 1994, não era mais tão secreta assim, por finalmente ter sido afirmada sua existência. Isso graças um físico fofoqueiro, que não conseguiu ficar calado em 1989 e resolveu falar para o mundo sobre um local chamado S-4, relatando ter visto naves alienígenas e até autópsias em seres cinzas e carecas.

   Sinceramente? Ele estava certo e, por mais que Bob Lazar — o cientista fofoqueiro — fosse incrivelmente inteligente, Dean o achava extremamente babaca por não conseguir conter suas estúpidas emoções humanas e contar para o mundo todos os segredos que deveriam ser guardados.

   Se Dean resolvesse contar para todos na Terra as coisas absurdas e descobertas fantásticas que já presenciou, com toda certeza, o mundo não seria mais o mesmo.

   Mas, de certo modo, a humanidade não estava pronta para descobrir que, sim, não estamos sozinho e, não, nós não somos absolutamente nada superiores à outras vidas que vagam pelo universo.

   Por essas e outras, ele preferia ficar calado e manter-se são o suficiente para conseguir fazer uma descoberta que mudaria o mundo.

   De fato, ele faria... O que ele não sabia é que essa descoberta não mudaria o mundo e sim sua forma de ver a vida.

   Com as pálpebras pesadas, seu rosto começou a tombar para o lado esquerdo, junto com sua respiração, que começou a ficar cada vez mais profunda. Em alguns espasmos, abria seus olhos, tendo aqueles leves sustos de estar caindo, o que realmente ele estava, devido ao seu corpo estar escorregando lentamente pela cadeira giratória de couro.

   Mas não foi nenhum desses pequenos sustos que o levaram a acordar e sim um clarão forte, como se mais de trezentos raios tivessem rasgando o céu negro. Não foi necessário barulho algum, apenas a cor branca feito flash, que, de tão intensa, mesmo com Dean em seu sono leve, com os olhos devidamente fechados, quase o cegou.

   Num reflexo repentino, seu corpo se jogou para trás, o dando um belo tombo de costas. Por um único segundo, achou que estava sonhando, mas foi nesse mesmo segundo que percebeu não conseguir abrir totalmente os olhos, por causa da claridade, que ainda aflorava seu laboratório, vindo diretamente da janela. Sem pensar muito, colocou seus óculos contra fortes luzes à laser, podendo assim conseguir enxergar um pouco melhor daquele evento desconhecido.

   Não houve barulho algum. Mas Dean começou a correr em desespero, achando que o setor de química tinha explodido por alguma razão estranha, já que ele estava completamente sozinho naquela área.

   Sim, ele estava sozinho. Diferente da área 51, onde a extensão do lugar é enorme e se encontram mais de 300 cientistas trabalhando naquilo, a área 94 era bem pequena, contendo apenas quatro departamentos e 25 pessoas, de diferentes ramos da ciência, trabalhando ali. O local era de extrema segurança, por dois motivos:

   1 - Era de fato secreto. Ninguém que não trabalhasse ali sabia da existência. Nem mesmo seus familiares. Para os pais de Dean, ele estava trabalhando na NASA.

   2 - O governo americano sabia muito bem como proteger e esconder seus segredos.

   Talvez aquele lugar fosse o mais seguro do mundo, apenas por ser secreto ao extremo. Nem mesmo os trabalhadores da área 51 sabiam dele. Então, se não era uma explosão no laboratório de química, o que mais poderia ser?

   O vento gelado cortou seu rosto, pelo modo abrupto que saiu de dentro do departamento de biologia. O local, agora, apenas iluminado pelos altos postes de lâmpadas grandes, que se fixavam ao redor do campo. Dean só conseguia ouvir o som da própria respiração gelada e seu par de tênis, que batiam contra o chão de cimento terroso.

   Não demorou nem cinco minutos para atravessar o campo e chegar ao laboratório de química, se assustando rapidamente por ver que nada ali tinha sido tocado, muito menos explodido. Seus olhos vagaram pela enorme janela de vidro, franzindo imediatamente o cenho, ao conseguir ver uma pequena luminosidade alguns metros de distância fora do departamento.

   Não era algo que ele via todos os dias e realmente se pegou pensando que preferia ter visto o laboratório explodindo. Com passos lentos, admitiu que talvez sentisse medo de chegar perto demais daquela fonte de luz, mas sua curiosidade de cientista falou tão mais alto que nem sequer por um momento houve hesitação.

   Seu par de vans se tornou mais barrento, por chegar a uma área sem cimento algum, levantando a poeira da terra seca à cada passo que dava. Suas mãos se esconderam dentro do bolso do jaleco, procurando seus óculos de grau, para que não perdesse o mínimo detalhe do que estava prestes a encontrar.

   E foi naquele segundo que a vida de Dean Winchester mudou para sempre.


-x- 

 como podem ver, nova adaptação aqui, babes! 

 eu espero que vocês gostem muito dessa história, pois ela é mais uma dos meus xodozinhos e seria estranho para mim se vocês não curtissem, porque ela é maravilhosa, sério. 

 também gostaria de aproveitar o enredo que a fanfic aborda para divulgar uma banda que sou fã para caramba, o nome é starset  e o grupo, além de ter canções ótimas, nos traz toda uma historinha — bem dinâmica, devo dizer. 

 em resumo, em 2013 um astrônomo da allen telescope array teria descoberto um sinal proveniente de uma estrela na constelação ophiuchus. no sinal, uma mensagem — de origem humana — prenunciava os detalhes do fim da humanidade. a mensagem teria sido levada até the starset society, que a traduziu e percebeu a importância da publicação imediata da mensagem. foi assim que eles teriam encomendado um grupo de músicos e cientistas para ajudá-los na divulgação do conhecimento para um público mais amplo. esse grupo seria o starset e seus fãs seriam os messengers

 OS MEUS ÍDOLOS SÃO CRIATIVOS, SIM OU CLARO? 

 enfim, procurem pelas músicas e preparem-se para se apaixonar por elsewhere thereabouts.

 até a próxima att, babes!

Elsewhere Thereabouts (E.T.) ➸ destiel versionOn viuen les histories. Descobreix ara