Lana Oliver

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Três anos depois...

Minha barriga doía de tanto rir dessa belezinha. Minha menina de cabelos dourados e cachos nas pontas, fazia gracinhas enquanto dançava pela casa. Ela tinha olhos verdes cristalinos e suas bochechas eram rosadas, tal qual uma bonequinha de porcelana. Ela não puxou muito para mim, meus cabelos eram lisos e escorridos demais, meus olhos castanhos e o rosto um pouco arredondado. Ela era uma mini cópia do pai. O jeito de andar era o mesmo. Até a forma arrastada como falava, nossa. Tudo isso porque pedi aos céus que ela não lembrasse aquele cara. Enquanto a via correr, momentos de um dos dias mais felizes da minha vida, adentraram meu consciente.

"- Ahhhh, eu não vou aguentar mais. - berrei.

Minha mãe segurava minha mão. Eu apertava tão forte quanto podia, sei que a estava machucando, mas era o único porto seguro no momento.

- Calma Lana. Respira e faz força querida.

- Não. Tenho. Mais. Força. - rugi, chorei, enfim, uma gritaria infernal.

- Por ela filha, faça força. Já podemos ver a cabecinha, ela está vindo ao mundo, vamos, você pode... - o médico incentivou.

Por ela, por ela, por ela. Rangi os dentes, mordendo minha boca até arrancar sangue. Gritei uma última vez e fiz força, de onde a tirei não sei. Algo parecia rasgar minhas entranhas, e foi aí que ouvi. Ouvi um chorinho agudo, a dor se foi. Apenas um cansaço se apossou do meu corpo pegajoso.
A enfermeira pôs aquela bolinha branca enrolada em uma manta rosa claro, ela tremia, chorava muito e estava toda sujinha.

- Minha bebê linda. - chorei e beijei o topo de sua cabeça molhada.

- Você já tem um nome para ela? - a enfermeira perguntou, segurando uma fita e uma caneta para pôr o nome da bebê.

Olhei para aquela criança única e especial ela era tão...

- Rara. - soprei.

- Ela é mesmo uma raridade. - minha mãe que até então somente se debulhava em lágrimas, conseguiu falar.

- Não. Quer dizer, ela é. Seu nome será Rara. - expliquei. Convicta de aquele nome era perfeito para ela.

- Adorei. - mamãe exclamou. - É único, doce e lindo igual ela. Rarinha da vovó. - ela sorriu, pedindo para pegá-la ao estender as mãos.

Passei minha pequena para seus braços. Imaginei ele a pegando no colo. Mas ele não faria isso, ele não estava aqui. Ficaria somente em minha imaginação.

- Tom está desesperado lá fora. Nunca vi alguém tão feliz em ser padrinho.

- Ele é incrível. O melhor amigo que eu poderia ter.

- Que pena que você não queira nada além da amizade.

Não respondi isso. Tom sabia que nunca passaríamos disso. O doutor me parabenizou e a enfermeira levou Rara para fazer a limpeza e banho. Fui levada para o quarto na maternidade, onde tudo estava perfeitamente arrumado para nós duas. Tom estava sentado no sofá-cama para acompanhantes. Por um momento a decepção me assolou quando percebi que não era Ele quem estava ali. Tão logo tratei de esquecer isso e lembrar que aquele era meu amigo incondicional, que estava ali por mim. Lhe dei meu melhor sorriso, grata por tê-lo em minha vida."

- Oiiii meu amor. - Priscila beliscava de leve a bochecha de Rara. - Awn Rara, você é tão perfeita. Minha filha com o Harry vai ser bem assim, igual a você.

Revirei os olhos para ela. A garota tinha quatorze anos, mas parecia ter mais. O corpo era desenvolvido para a idade.
Ela tinha essa obsessão com a boyband do momento, a qual prefiro não me referir o nome. Sem falar que ela era apaixonada por Ele. Justo por ele. E sempre que podia falava dele, insultava as mulheres que se envolviam com ele, cujo nunca procurei saber, mas admito que fiquei de queixo caído quando ela me disse que Taylor Swift namorou com ele. Céus. Nunca poderia imaginar que aquele garoto que conheci na escola se tornaria o que se tornou hoje.

- Lans. Minha mãe viajou pra Barcelona, você sabe.

- Sei.

Os pais da Pri se revezavam entre Brasil e Espanha para cuidar das empresas que tinham. Inclusive tia Maysa estava trabalhando lá também.

- Então. Eu sou menor né... Tenho que ter um acompanhante legal pra ir no show do One Direc...

- Nem vem. - a cortei.

Eu sabia que eles fariam shows no Brasil. Isso me deu nos nervos, porque é óbvio que os shows passariam pelo Rio e Priscila me perturbaria até a morte.
Peguei Rara no colo para almoçarmos.

- Lheva Pixila mãe.

- Não acredito que você persuadiu minha filha. - fuzilei a garota.

- Porque eu sabia que você iria relutar. Eu sei que você não gosta de música pop, quer dizer, você não gosta de música mas... É meu aniversário Lans. Eu vou passar sozinha. - seus olhos encheram de água e meu coração apertou. Maldita. - É tudo que eu quero, é só o que eu quero... Por favor. - pediu com lágrimas escorrendo em suas bochechas.

- Aff Cristo. Garota, já pensou em ser atriz? - questionei, sentando Rara no cadeirão.

- Não. Deixo essa façanha pra você. Por favor Lans, nunca mais te peço nada na vida.

- Nem pode querida. Sempre te dou de tudo e mais um pouco. Olha, vamos ver.

Júlia, a governanta da casa e babá da minha filha, serviu a mesa. Eu agora tinha meu próprio apartamento de frente para a praia de Copacabana. Minha mãe morava aqui perto, vinha nos ver com frequência.
Minha raiva por ela dissipou totalmente desde o momento em que ela resolveu compensar todos os anos de abandono quando foi me buscar em Londres depois de tudo que aconteceu. Tia Maysa a perdoou em termos e só parou de insistir que eu fosse morar na Espanha com ela, quando me consolidei como uma atriz de sucesso no Brasil. Realizando meu grande sonho de carreira.

- Lana. Não me deixe passar mais um aniversário em depressão. Pensa nisso por favor. O meet deles não tá caro. Mas é limitado. Tem que resolver hoje e espero sinceramente que você me dê a única felicidade que anseio em tempos. Estou sem fome, até mais.

Priscila empurrou os pratos para um canto e se retirou da minha casa, arrasada. Ela era uma garota meio mimada e irritante boa parte do tempo, mas não era má. Não, não era mesmo.
Talvez eu fizesse esse esforço por ela.
Que loucura de minha parte.

- Rara. Olha a sujeira que você está fazendo. - sorri ao retirar massa de tomate do seu nariz.

- Mãe. Na escoinha todo mundo tem papai. Cadê o meu?

- Ele... Ele está um pouco longe. Ele... Trabalha muito e não pode vir visitar você. Um dia ele vai vir e... Tenha um pouco de paciência tá bom? Enquanto isso você tem uma super mãe aqui. - tentei sorrir. Como eu não conseguia me controlar nesses momentos, meu Deus. Beijei sua cabecinha loira e levantei da mesa.

Pedi para Júlia ficar com Rara, enquanto me escondia no banheiro para chorar. Como eu explicaria a ela uma situação a qual nem resolvida totalmente foi? Como explicaria que seu pai nunca quis e nunca vai querer vê-la?
Um dia fui uma garota frágil, uma adolescente apaixonada de nome Marissa Meyer. Abandonada pela mãe, quando seu pai sofreu um acidente de carro que culminou em seu falecimento. Uma tia piedosa a adotou, Maysa Meyer foi minha mãe por dezesseis anos, até acontecer aquela desgraça toda e minha mãe de sangue resolver aparecer para me estender a mão e me tirar do lixo em que me encontrava. A garotinha voltou para o Brasil, ela estudou, ela batalhou, ela cria a filha sozinha. Ela é forte, ela é determinada. Por isso levantei do chão, impedindo que a fraqueza de Marissa Meyer me consumisse. Pois agora, a mulher diante do espelho se chamava Lana Oliver e ela não se deixará abater por lembranças antigas.
Caminhei até o notebook, pronta para encarar o passado e mostrar a ele que já não me afetava, que eu o venci, e mais. O superei.

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Gente. Não vou poder pôr fotos nem nada na história por enquanto, pois estou usando o 3G do celular e todos sabem como é horrível.
Desculpem os erros, mas eu escrevo pelo celular, pois é, até hoje meu note não quis cooperar e ando meio quebrada pra comprar um novo.

O MAIS IMPORTANTE, ME AJUDEM A ESCOHER A ARTISTA QUE SERIA A LANA!!! HELP.

Não consigo pensar em ninguém, quem tiver idéias manda aí tá?

Beijos, beijos, até a próxima. 💕💕💋

PARA SEMPREWhere stories live. Discover now