Capítulo 6-Sombras(Pt. 3)

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— O que diabos foi isso?—perguntei histericamente assim que Sebastian começou a levantar

— E-Eu não sei... Eu tinha acabado de voltar para cá depois que você me jogou em algum lugar perto do México e eu senti... Senti uma presença estranha. Depois disso não lembro de muita coisa.

Recuperei o ar que eu havia perdido e olhei para Sebastian novamente. Seus olhos estavam normais. Nunca pensei que ficaria feliz em ver aqueles olhos de novo.

— Liz, no que você está se metendo?

— O que?

— Primeiro aquele demônio, agora essa... Coisa... Alguma coisa está acontecendo. Os planos parecem estar se agitando.

Olhei para ele, pensativa e uma coisa que minha mãe me disse anos atrás parecia estar voltando a tona. Uma antiga canção de ninar macabra que ela cantava para mim antes de dormir.

"Quando os planos se agitarem, feche os olhos meu amor, quando as almas gritarem, cubra seus ouvidos; Algo grande está vindo, algo grande será erguido..."

Minha respiração ficou descompassada e eu queria deitar ali mesmo no chão para ignorar o peso que parecia estar nos meus ombros. Não era possível que minha mãe pudesse ter me dado uma dica de alguma coisa que estava por vir, era?

Não, era só uma canção de ninar boba que ela cantava para mim. Minha mãe não poderia prever o futuro. Muito menos fazer uma música macabra para crianças sobre ele. Sacudi a cabeça e olhei para Sebastian. Ele parecia tão apavorado quanto eu.

—Você está bem? —perguntei, realmente preocupada com o estado dele

Não sabia o que poderia acontecer quando um fantasma era possuído por outra coisa. E, a julgar pelo olhar de Sebastian, não parecia uma experiência muito boa.

— Sim, eu acho... —ele respondeu

— Vá descansar, acho que você precisa.

Ele assentiu e sumiu, me deixando sozinha com meus pensamentos.

"— Meia noite, Elizabeth. E é bom que esteja lá na hora..."

x

Bufei fechando os livros do meu pai e esfreguei minhas têmporas, frustrada. Não havia nada que me ajudasse com o Homem de Chapéu naqueles livros, apenas relatos dos encontros com ele e como todos eles correram de medo. Olhei para o relógio ao lado da cama do meu pai.

11:50PM.

Hannah e Jimmy já estavam dormindo em meu quarto. Peguei um suéter do meu pai, que ficava quase em meus joelhos, e eu fiz meu caminho para a porta da frente, saindo de casa enquanto tentava não fazer barulho.

Estava frio do lado de fora, o que me fez esfregar minhas mãos em meus braços, em busca de um pouco mais de calor. As ruas estavam vazias e o silêncio me incomodava enquanto eu fazia meu caminho para a casa de Hannah. Não sabia o que iria acontecer lá, mas a sensação era de que não seria nada agradável. Senti a presença dele antes mesmo de falar alguma coisa e desejei ser possível dar um tiro em espíritos perseguidores.

— Você realmente não está indo ao encontro daquela coisa, está?

— E se eu estiver? —perguntei, virando para encarar Sebastian que me olhava como se estivesse com raiva pelo que eu estava fazendo

— Você quer morrer ou algo assim? Você sentiu o poder daquela coisa! Você não pode contra ele.

— Seu apoio moral ajuda muito.

Medium (Concluído)Where stories live. Discover now