Capítulo 07

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Sem correção

Luana

Quando entrei no camarim para me trocar as meninas me olharam da cabeça aos pés. Claro que se lembravam bem que eu dançava poli dance e que fazia parte do grupo. Só não estava atuando por causa do contrato com o Davi. Mas como ele ainda não tinha renovado nosso contrato, e eu li, a data estava vencida. Não havia falado em casamento nem em civil e muito menos em igreja, eu me senti na obrigação de voltar aos palcos e ganhar o meu sustento. Se ele me sustenta, e não estamos dormindo juntos, pelo menos não essa semana, em que as meninas estavam aqui conosco e foi uma experiência maravilhosa. Agora não sei como será, já que ele as levou para a casa do irmão onde elas passaram o fim de semana.

- Então a chefe desceu dos saltos para a realidade e voltou ao seu antigo cargo, unindo-se os reles mortais. – Brincou uma. Antes eu partiria para a briga. Diria que o Davi é meu, que não brigamos que ainda estamos juntos, e que vamos nos casar e jogaria na cara delas tudo o que estou vivendo. Mas com o passar dos anos a gente vai aprendendo que muitas coisas não precisam ser ditas.

- Acrescentou minha música a sequencia John? – Perguntei ao DJ. Ele fez um gesto que sim e sorriu.

Ouvi a garota comentando com uma novata: "Além de ter voltado com o rabinho entre as pernas, ainda não perdeu a empáfia.".

Continuei me arrumando. Calculei que quando o Davi voltasse o show já estaria na metade, ele brigaria um pouco, mas não se oporia em me deixar dançar.

Não é seu costume vir ao camarim falar com as dançarinas ou checar nada que não entenda. Tudo é por nossa conta.

Prendi meu cabelo, vesti uma roupa qualquer e caminhei pela boate. Ele já havia chegado. Fui até o bar e me sentei, admirando como a casa estava linda e animada.

- Achei que preferisse não descer mais. – Ele se aproximou e beijou-me no pescoço. Não respondi. Só por essa frase senti que teríamos problema quando dissesse que iria dançar. Então preferi fazer surpresa e só depois discutir minha situação.

- E como foi lá com seu irmão? – Ele sentou-se ao meu lado observando o movimento.

- O que poderia ser ruim com o Daniel e aquela família. Tudo em perfeita ordem. E por falar em perfeita ordem depois me lembre de que eu preciso te dizer algo.

- É sério?

- Nada... Coisa boba. Mas não quero ser pego de surpresa.

- Não quer me dizer agora? – Ele beijou meus lábios e acenou a um senhor que entrava na porta da boate.

- Teremos muito tempo hoje. – Meu coração acelerou-se e minhas pernas tremeram. – Agora os negócios me chamam. – E se afastou.

Enquanto ele se afastava eu comecei a analisar se seria viável levar em frente essa dança. Era ousada e muito mais sensual do que as minhas habituais. Mas agora estava na chuva e quem estava na chuva era para se molhar.

O pessoal parecia muito mais animado que as outras noites ou era eu que sentia um clima diferente no ar. Pedi ao barman outra bebida e virei de uma vez. Voltando ao camarim.

Quando as luzes se apagaram e me avisaram que era a minha vez, eu já estava pronta. E nunca havia tremido tanto quanto agora.

- Tomara Deus que os negócios do Davi demorem mais que três minutos. – Que era o que duraria minha musica. Até quando eu havia vindo para o camarim ele ainda se mantinha trancado no escritório. E que lá permanecesse. O que os olhos não veem o coração não sente. – Talvez nem fique bravo e eu esteja imaginando coisa.

Marcas da AlmaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora