Ela precisa de ajuda

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» LAUREN JAUREGUI - POV «

Não existia sensação pior do que estar em último numa corrida, isso acabava com qualquer resquício de bom humor que eu tinha na hora de correr.

Eu estava na frente até um pouco antes da última volta para a subida da montanha, e quando estava pra jogar meu carro para dentro da curva, o babaca do Zac deu um encostão na traseira do meu carro, e aquilo foi suficiente para fazer meu carro rodopiar na avenida e quase criar um engavetamento.

Pisei fundo no acelerador apertando meus dedos contra o volante, e recuperei o controle do carro, conseguindo me lançar de volta no caminho da corrida. Eu iria ganhar, custe o que custar.

Afundei ainda mais o pé no acelerador, confiando na potência do meu Dodge para alcançar os carros da frente. Não foi difícil chegar na traseira do primeiro carro, muito menos ultrapassá-lo. Eu não conhecia o cara, mas dava pra ver que ele ainda estava iniciando nas corridas de rua, e competia por diversão, diferente de Zac.

Zac era o típico moleque mimado, filho de empresários, que esbanjava o sobrenome para conseguir tudo o que quisesse. Era o tipo de pessoa que jogaria a própria mãe no fogo para chegar onde quer, e por isso, toda vez que corríamos eu precisava estar atenta e esperar qualquer coisa vinda dele.

Quando vi a traseira do carro dele a uns bons metros a frente, pisei ainda mais forte no acelerador, tirando vantagem de toda minha experiência naquela pista. Eu conhecia o jogo de Zac, sabia exatamente o que ele faria para não me deixar passar, mas estava na minha área, conhecia aquela montanha como a palma da minha mão, e iria ganhar aquela corrida.

Minha mente estava a mil.

Quando alcancei o carro da frente e Zac percebeu que eu estava bem atrás dele, sua primeira reação foi desacelerar e deixar que nossos carros se encostassem, aquilo fez com que o carro dele fosse impulsionado para frente, e o meu perdesse um pouco da velocidade. Mas aquilo foi previsível.

Comecei a criar minha estratégia enquanto Zac tentava de qualquer forma me prejudicar. Criei um mapa mental da montanha, buscando a melhor hora que pudesse arriscar uma ultrapassagem, e uma ideia brilhou na minha cabeça.

A alguns metros a frente havia um pequeno mirante, onde alguns turistas paravam para tirar fotos da cidade. O acostamento era estreito, quase não cabiam dois carros lado a lado, e também não era longo, mas se eu fosse rápida o suficiente eu conseguiria ultrapassá-lo ali. O lugar era bem próximo a linha de chegada no alto da montanha, se não desse certo, Zac levaria a corrida. Era arriscado, mas seria minha única chance, e se eu não fosse rápida o bastante, meu carro se chocaria com a divisória que encerrava o acostamento.

Faltava pouco.

Zac continuava brincando de zig-zague pela pista, tentando me desconcentrar, mas eu estava focada no plano. Sabia que ele estava se sentindo vitorioso, e que provavelmente estava com aquele sorriso idiota no rosto enquanto me olhava pelo retrovisor, e aquilo só me deixou ainda mais determinada a acabar com ele.

Avistei a curva que dava para o pequeno mirante, e me concentrei. Seria naquela hora. O som dos pneus cantando na estrada de terra era tudo o que eu conseguia ouvir, enquanto as árvores passavam como um borrão. A curva se aproximava cada vez mais, e Zac parecia já cantar vitória.

No momento em que o carro da frente fez a curva fechada, joguei meu carro para o lado fazendo uma curva aberta, entrando na faixa do pequeno acostamento e acelerei. Zac demorou para se dar conta do meu plano, mas quando o fez, pisou ainda mais fundo no acelerador, me encurralando entre o carro dele e a divisória do mirante.

O espaço era pequeno, e eu já conseguia enxergar o fim do acostamento.

Estávamos lado a lado. Nessa altura, eu já tinha entendido que Zac não estava tentando me ultrapassar, ele estava tentando me segurar no acostamento até o fim, e eu não duvidava que ele quisesse que isso terminasse em um acidente.

Street RacerWhere stories live. Discover now