Capítulo- 2- Indo para o "inferno"

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 Meu pai teve que passar a noite na delegacia. Antes de ir para a faculdade, fui com minha mãe até lá para conversamos com ele, e com muito custo o delegado autorizou.

Ele parecia bem, estava em uma cela só dele, pois tinha ensino superior e tinha de tudo na sua cela, mas mesmo assim me deu um asco só de entrar naquele pardieiro.

— Papai, não se preocupe. Tenho certeza de que o Doutor Paulo conseguirá seu habeas corpus, ou tentará uma fiança. Até a tarde o senhor sairá desse chiqueiro!

— Não há possibilidade de fiança, é crime inafiançável. Marcela, de todas as minhas filhas, você é a que mais se parece comigo, você sabe que eu não sou inocente do que me acusam. Você é esperta.

— É tão grave assim, querido? — interrompeu minha mãe, tristonha

— Sim... e é bem provável que nos próximos dias todos os nossos bens sejam bloqueados. Imóveis, contas bancárias, tudo. Então, Tânia, preciso que você e as meninas fiquem longe desse escândalo, a imprensa vai perseguir vocês, não darão paz. Então, até que tudo se acalme e a poeira baixe, vá com elas para a fazenda da sua mãe!

— O que? Para a fazenda da vó Maria? Ah! Não tinha um lugar "pior", não?! Eu odeio aquele lugar!

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— O que? Para a fazenda da vó Maria? Ah! Não tinha um lugar "pior", não?! Eu odeio aquele lugar!

— Marcela, não é hora para discussões! Farei o que me pede, querido, pode deixar. Mas e você ficará bem?

— Como pode ver... ter estudado pelo menos me deu alguma regalia, mas será temporário. Vá ainda hoje, se conseguir. Ou amanhã no máximo.

Ah! Mas eu não ia para a fazenda da minha avó nem brincando! Precisava falar com o Diego o mais rápido possível. Os pais dele tinham um apartamento em Nova York e me adoravam. Ia ver com ele se os pais não me emprestariam por uns dias. Eu tinha certeza que eles não iam me negar isso. Viviam me bajulando.

Decidi nem ir para a faculdade naquele dia. Voltei para a casa com a minha mãe, e quando ela falou para as minhas irmãs que iríamos para a fazenda da minha vó, elas foram correndo arrumar as malas.

Já eu liguei para o Diego para nos encontrarmos mais tarde para conversarmos. Já percebi ao telefone que ele estava diferente comigo.

— Nós poderíamos almoçar juntos.

— Não, tenho outros compromissos. Faz o seguinte, me encontre no meu apartamento às 8h da noite. Está bem?! E você fez bem em não aparecer hoje na faculdade, não falam em outra coisa que não seja o escândalo em que seu pai se envolveu.

— Eu imaginei.

— Apareceu em todos os jornais da TV e hoje nos principais jornais do país.

— Eu sei... Mas logo meu pai vai sair daquele lugar, e tudo voltará ao normal. A gente sabe como é a justiça nesse país.

Ficamos de nos ver no apartamento dele, e minha mãe me avisou que estava indo até o aeroporto comprar as passagens para Minas, e eu já avisei que a minha não seria necessária, pois eu não iria me enfiar no meio do mato. Não mesmo! Eu iria para Nova York.

Mudança Radical (Degustação)Where stories live. Discover now