Capítulo - 3- Eu não nasci para isso...

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Na manhã seguinte, minha vó veio nos acordar supercedo.

— Bom dia, meninas! Vamos levantando, que o dia promete! Venham tomar o café da manhã!

Eu mal podia abrir os olhos, eram 6h da manhã. Eu dormia até às 10h no mínimo. Por que levantar tão cedo? Estranhei. Coloquei meu roupão por cima da camisola e fui para a cozinha meio dormindo ainda. Foi aí que o vi pela primeira vez. Um homem alto, com o corpo bem torneado. Ele estava de costas, tomando uma xícara de café e usava uma camisa xadrez azul. Quando ele escutou meus passos, virou-se e me olhou. E que olhos! Olhos verdes, lindos, intensos, quase impossível deixar de encarar. Eu mais que depressa fechei meu roupão ainda mais.

— Bom dia! — disse o moço dos olhos bonitos com um sotaque engraçado.

 — Bo-bom dia! Quem é você? — perguntei gaguejando, meio envergonhada por estar de roupão e meio hipnotizada pela beleza dele

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— Bo-bom dia! Quem é você? — perguntei gaguejando, meio envergonhada por estar de roupão e meio hipnotizada pela beleza dele.

— Menina, isso é jeito de andar pela casa?! Coloque já uma roupa. Ah, sim! E esse é o Samuel. Samuel, essa é minha neta Marcela, aquela que comentei com você ainda há pouco.

Minha vó falando de mim para aquele cara? Por quê?!

— Ah, claro! Prazer!

Só fiz um gesto afirmativo com a cabeça e mais uma vez percebi o seu sotaque mineiro, caipira, puxando sempre o "r". Nesse momento a Juliana e a Clara saíram me "atropelando" para cumprimentar o caipira.

Eu e minha vó trocamos olhares e ambas percebemos o entusiasmo das meninas com o caipira.

Ele era bonito, não nego. Cabelos negros, olhos verdes impossíveis de não notar, um corpo que parecida definido. Era um gigante de 1,85m para os meus 1,55m de altura. Sim, eu era superbaixinha, mas estava sempre de salto, então não me importava muito com minha altura, porém ali, descalça na frente dele, eu me sentia uma anã.

Enfim, ele podia ser lindo como um deus grego, ou um supermodelo, mas ao abrir aquela boca e falar com o sotaque mineiro (admito que fosse até charmoso), puxando em exagero o "r", além do fato de que com certeza ele devia falar errado, era óbvio que ele não tinha uma educação refinada como a que eu tive. Ele não passava de um caipira que trabalhava para minha vó, vestindo calças jeans e camisa xadrez. Só faltava um chapéu de cowboy, que eu tinha certeza que ele possuía e havia esquecido em algum lugar.

Eu não sabia nem o que vestir. Acabei colocando uma roupa de ginástica mesmo e um par de tênis brancos. Tomando nosso café da manhã, o tal Samuel perguntou para minha avó se eu ia correr em uma maratona, e ela simplesmente disse que qualquer coisa que eu fizesse seria equivalente a uma maratona. Aí perguntei o que eu faria, pois não tinha entendido.

— É bem simples, minha cara. Aqui, como você bem sabe, não é sua casa, muito menos um hotel cinco estrelas... — Não sei se era impressão minha, mas ela me pareceu estar sendo um pouco sarcástica, e continuou: — Aqui há muito serviço, muitas coisas a serem feitas. Então, se quiserem permanecer aqui, tendo um teto e boa comida, terão que trabalhar na fazenda.

Mudança Radical (Degustação)Where stories live. Discover now