Lágrima doce.

Capítulo 05 - O início de mudanças

  Na escola haviam apenas alguns alunos, porém Roger e Antônio, já estavam parados em frente ao local, como se esperassem por algo, Henry pensou em voltar ou esperar eles saírem, mas Yume praticamente arrastou ele dizendo:"temos que enfrentar os medos, lembra?" Quando eles passaram, Roger rapidamente segurou Yume, pelos cabelos com força.

- Veja o que temos aqui, que macio seu cabelo bichinha! -disse Roger, puxando ele cada vez mais forte.

- Está doendo, me solta seu brutamontes!!! -assim que Yume gritou isso, Henry se moveu meio que por instinto e deu um soco forte, no rosto de Roger, que caiu surpreso com o golpe.

- Henry... -Yume correu para perto dele.

- Caramba, o que você fez?! -Antônio ajudou Roger a se levantar do chão.

- Seu gordo desgraçado, isso não vai ficar assim, você e essa bicha vão pagar caro por isso! -as pessoas ao redor começaram a observar a cena curiosos, Roger saiu com Antônio.

- Henry, por que fez isso? -perguntou Yume, segurando a mão dele, machucada pela força do soco.

- Ele estava te machucando e você mesmo disse, que eu tenho que enfrentar meus medos, ele me maltratar é uma coisa, mas te ferir é algo diferente! -Henry parecia surpreso, com a própria ação.

- Tudo bem... Obrigado, temos que dar um jeito nisso, do jeito que Roger saiu zangado, é capaz dele tentar matar a gente.

- Yu... Eu que te agradeço por tudo, você é meu melhor amigo!

  Yume deu um sorriso, mas no fundo ele não queria ser apenas o melhor amigo, queria significar mais do que isso para Henry, eles foram para a sala, onde algumas pessoas estavam comentando sobre o que havia acontecido, os dois se sentaram nos lugares de sempre, foi quando Bruna veio na direção deles de repente.

- Oi! É verdade que você deu um soco no Roger? -perguntou Bruna para Henry, que ficou parado pensando por um tempo.

- É... sim, mas só fiz isso para defender um amigo.

- Que corajoso, não sabia que você era assim!

  Ela sorriu e foi para o lugar dela, Yume claramente ficou com ciúmes do jeito que Henry sorriu, depois dela falar com ele. A tarde Yume e Henry voltaram para suas casas, Roger sequer deu as caras o resto do dia, mas Yume nem pensou nele, pois passou a tarde pensando, em como matar Bruna sem ninguém descobrir, mas ele era bonzinho demais, para colocar qualquer um dos seus planos em prática, já Henry estava pensando no motivo dele ter feito aquilo, já que nunca teve coragem de sequer encarar Roger com palavras, quanto mais com um soco.

  Durante a semana, Roger voltou para a escola, mas ágil como se nada tivesse acontecido e continuou com as brincadeiras habituais, parecia estar planejando algo, que provavelmente não era nada bom, outra coisa aconteceu na semana e que deixou Yume muito para baixo, foi o fato de Bruna começar a sempre cumprimentar Henry, e fazer alguns comentários com ele sobre a aula, ou qualquer assunto.

  A aula havia acabado de terminar, Yume tinha que passar no trabalho do pai dele, por isso tomou um caminho diferente, durante o percurso ele viu algo que lhe chamou atenção, Bruna estava sozinha com Roger em uma rua quase vazia, os dois pareciam conversar e rir, Yume achou melhor ir embora logo, para não arranjar confusão, mas aquilo deixou ele confuso, afinal quando ele via Bruna conversar com Henry ela parecia desprezar Roger, então porque ela estava rindo com ele?

  Henry estava deitado no sofá olhando para o teto, foi quando o telefone tocou, ele rapidamente se levantou e atendeu a ligação, a pessoa do outro lado da linha, era Pedro, ele estava com a voz séria.

- Filho, tenho boas noticias, eu tenho feito muito lucros, na empresa em que trabalho e por isso consegui mais tempo disponível, acho que vou lhe visitar daqui uma semana!

- Sério... Tudo bem... -Henry não ficou muito esperançoso, considerando que ele sempre cancelava depois.

- Não se preocupe, dessa vez eu vou mesmo... Como está sua mãe? Espero que os remédios estejam ajudado ela, a melhorar dos nervosos.

- Ela está bem, mas ultimamente tem passado parte do tempo, conversando com uma vizinha chata.

- Filho... sabe que se quiser pode vir morar comigo, prometo que não vou arranjar nenhuma madrasta para você, e tentar ficar mais tempo por perto.

- Desculpa pai, mas é que além de minha mãe estar assim... eu encontrei alguém especial aqui, não posso deixar essa pessoa agora.

- Você que decidi, mas as portas sempre estarão abertas para você, se sua mãe quiser, ela também é bem vinda...

  Eles conversaram por mais algum tempo, mas Henry não queria ir embora apesar de tudo, ele havia se apegado muito a Yume e não queria se afastar justo agora.