Capítulo 16° - "Quase beijo"

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- É... ahn... - Me levantei, rapidamente, sentindo vergonha de estar brincando com seu sobrinho.

- Oi, tia Matilde. É bom ver a senhora também. - Bernardo foi dar um abraço na sua tia, que me deu um olhar de "conversamos depois". Estava encrencada.

- Tenho alguns assuntos para tratar com você. Venha. - Bernardo olhou para trás e piscou para mim.

Babaca!

Soltei o ar que estava prendendo.

Por um momento, eu achei que tinha sido Dylan a entrar aqui. E qual seria o problema se ele tivesse? Não estávamos fazendo nada demais, ou estávamos? Ou íamos fazer? E se tivesse acontecido um beijo e fosse Dylan que tivesse chegado?

Meu namoro ia para os ares.

Por quê estou pensando em uma coisa dessas? Eu nunca trairia meu namorado.

Catei minha bolsa e sai dali. Peguei o elevador e me dirigi para o carro.

Estava morrendo de fome.

Liguei para Dylan e perguntei se ele estava em casa, ele disse que não, pois o pai de Yolanda havia pousado agora no aeroporto, e ele fez o favor de ir pegá-lo. Eu não sabia ao certo se Dylan adorava idolatrar o cara, ou ele era aquilo tudo para ser idolatrado.

Fui ao um restaurante de esquina e pedi comida para viagem. Não estava afim de jantar sozinha, então decidi ir até Lola.

Bette tinha ido passar o final de semana na casa dos avós junto ao seu namorado, e não havia voltado. Talvez tenha prolongado as férias.

Não estou insinuando que Lola é segunda opção quando não tenho companhia, é que na diversas das vezes, é a Bette que tem os melhores "conselhos", mesmo que as vezes sejam assustadores.

Bati na porta da casa de Lola e vi ela atender uns segundos depois.

- Olá, Ally. - Abriu espaço para mim entrar.

Eu já tinha vindo aqui umas cinco vezes ou mais. Dessa vez, o corredor que dava para a cozinha, para os quartos, para a sala e para área, estava pintado de um amarelo mais claro, quase pastel.

Na verdade, as paredes de todos os cômodos estavam pintados dessa cor.

- Quer comer alguma coisa? - Perguntou, se deitando no sofá.

- Não. Eu trouxe comida para a gente comer. - Amostrei a sacola, deixando à em cima de uma mesa de centro.

Me seitei no sofá assim como ela. Em Manchester fazia um frio enorme. Senti um baita calafrio na espinha ao sentir o vento gelado entrar pela janela aberta da sala.

- Você é louca?

- Desculpa, estava tomando um ar. - Riu, se levantando para fechar a janela.

- Um frio do caramba e você querendu tomar ar. É louca mesmo. - Comentei, me cobrindo com uma coberta que estava ali em cima.

- Então, o que devo a honra da sua visita? - Pegou a sacola, tirando dois potes de yakisoba. - Eba! Miojo.

Eu ri.

- Não posso apenas vir visitar você? - Me entregou o outro pote.

- Pode, ue, mas você sempre vai na Lola, ao invés de vir aqui.

- Bem...

Eu não tinha o que dizer para ela, afinal nem tinha o que dizer.

"Desculpa por ter deixado você de lado?"

Ah, ótimo!

- Ta tudo bem, Ally. Só perguntei, calma. - Riu pelo nariz, comendo seu macarrão e ligando a televisão.

Um filme qualquer passava na tela da televisão, qual eu não conseguia me concentrar em ver.

Meu celular vibrou e logo tratei de abrir a mensagem que havia chegado.

Dy: Te amo!

Também te amo.

Enviei a mensagem com um sorriso bobo no rosto.

A Gravidez - Volume 2Where stories live. Discover now