Extra 3

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- Tenho algo para lhe dar. - Após abrir a porta de seu quarto e visto que Benjamin ainda estava acordado, eu entrei.

- O que é? - Ele estava com a cara amassada, talvez tivesse tirado uma soneca antes de eu ter batido na porta.

- Sei que você não gosta muito de objetos materiais, mas eu gostaria de te dar isto. - Entreguei o embrulho azul cintilante na sua direção, enquanto ele pegava confuso. - O dia do seu aniversário ainda não terminou.

- Obrigado. - Ele sorriu para mim. - Espero que não seja um livro. - Riu, o que me fez rir também.

- Não é. - Assegurei-o.

Ele abriu o embrulho e não sabia o que era aquilo.

- Se não é um livro, me diz o que é isso? - Perguntou erguendo o objeto vermelho no ar.

- É um diário. - Falei baixo me sentando na cama perto dele.

- De quem? - Perguntou. - Não vai me dizer que é para eu escrever nele? - Me olhou meio torto.

- Não, não. - Disse rápido. - Ele era da sua mãe.

De repente eu só escutei o barulho das nossas respirações e os olhares que dávamos para o diário. Não era um presente meu, mas sim de Ally para Ben.

- Esperei um tempo para te dar, porque estava criando coragem para você se questionar do porquê te dar isso. - Suspirei melancólico. - Na última folha está escrito 'seja lá com quem esteja este diário, gostaria que fosse entregue ao meu filho'. Chorei tanto ao acabar de ler que com você não será diferente. - Eu sorri em meio as lágrimas.

- Obrigado, pai. - Ele meio acanhado chegou perto de mim e me deu um abraço. Surpreso envolvi meus braços em volta dele e beijei o topo da sua cabeça.

- O mundo poderá estar contra ti, mas eu estarei aqui para lhe defender. - Não sabia de onde havia tirado aquela frase, mas tive necessidade de dizer. - Eu te amo, meu filho.

- Também te amo, pai. - O apertei mais em meus braços, sentindo um vento fresco nos envolver mais ainda.

Seja lá onde achavam que Allyssa estava, eu sabia que ela estava presente conosco em todo momento e lugar.

(...)

- Alô. - Falei assim que atendi o celular.

- Tá nascendo, cara! Tá nascendo! - Jonas gritou no meu ouvido.

- Era para você está lá dentro então. - Disse meio óbvio.

- Você não está entendendo a situação... - Ele deu pausa para respirar. - Eu desmaiei duas vezes. Tô com a pressão baixa e tomando soro na veia.

Eu comecei a gargalhar.

- Frouxo mesmo. - Comentei enquanto calçava meus sapatos. - Eu estou indo para aí. - O avisei.

- Te espero. - E a chamada caiu.

- BENJAMIN! - Gritei para que ele me escutasse.

Ele veio correndo.

- O que houve? - Ele perguntou afobado.

- Vai no hospital ou vai ficar em casa? - Peguei as chaves de casa e do carro.

- Hospital? Quem tá morrendo?

Dei um tampa na cabeça dele.

- Ninguém está morrendo não. Tua prima Emma tá nascendo. - Expliquei abrindo a porta pedindo para ele escolher entre ficar em casa ou ir.

A Gravidez - Volume 2Where stories live. Discover now