Capítulo 22 - Scott.

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P.o.v: Scott.
Fui até o meu irmão, ele estava no nosso forte. Entrei e ele estava tocando alguma coisa no violão.

–Aonde achou essa velharia? – sorri

–Estava no meu quarto, eu guardei. – Caleb respondeu

–Você amava tocar violão. – sorri. –Eu sempre amei escutar você tocar.

–Lembra quando você começou a me ensinar, eu era péssimo. – meu irmão deixo o violão de lado

–Eu me lembro, você melhorou demais. Mas daí a mamãe se foi e você não quis mais aprender. É tão bom ver que você voltou a tocar. – o abracei

–Você tá muito fofo. – Caleb me olhou confuso

–E você tá assim por causa do César? – mudei de assunto

–Sim, decidimos contar pra todos que estamos juntos mas acabou que ele se afastou porque acha que o bebê faz a gente ter que se comportar como irmãos. – meu irmão respondeu

–Não fica assim. Eu acho que ele está com medo de te perder e está entregando os postos, como se desistir fosse melhor do que tentar. – o expliquei

–É tem razão. Só que eu tô magoado. – Caleb suspirou

–E você tem o direito de estar. – aconcheguei meu irmão em meus braços

Fomos pra dentro, estava frio.

–Filho, o que aconteceu entre você e o César? – meu pai perguntou ao Caleb.

–É que... eu não entendo o César, uma hora ele diz que gosta de mim e na outra ele não quer nada comigo por causa do bebê. – meu irmão reclamou

–Olha, o César me falou sobre isso. Ele só esta com medo de perder tudo, o César tem um complexo de abandono. Que infelizmente eu não consigo suprir. Ele tem medo de que esse bebê tome o lugar dele como meu filho, e tem medo de perder você. – Alissa disse para o Caleb

Eu jamais deixaria o César. – meu irmão disse

–Então diz isso pra ele, faz ele sentir que é verdade. – meu pai disse

–Mas no seu tempo, Caleb, você tá magoado. – falei

–O Scott tem razão. – meu pai disse.

–Obrigado, gente. – Caleb sorriu

–Bom! Eu estou fazendo panquecas, alguém quer? – meu pai mudou de assunto

–Eu ia adorar mas tenho terapia. – falei, peguei as chaves do meu carro e fui em direção a saída.

Cheguei no consultório, um pouco atrasado pra minha seção.

–Então, Scott, como você está se sentindo essa semana? – minha terapeuta me perguntou

–Eu não sei muito bem, o aniversário do Nicki está chegando. E eu só penso na dor que a mãe dele deve estar sentindo, e a culpa me corrói por dentro. E eu sei que desculpa nenhuma via trazer o filho dela de volta. – falei

–Sim, mas pelo que seu pai me falou na minha última conversa com ele. Você parece estar se recuperando bem. – ela disse

–Eu só não quero preocupar ele. O Caleb já sofre de ansiedade desde que a nossa mãe morreu. – respondi

–Só que você também é filho, você também perdeu uma mãe e se sente culpado pela suicídio de um colega. – a mulher mantinha seu olhar firme

–Eu fui o culpado. – pus minha mais na testa

–E alguns de seus colegas de classe também faziam bullying com ele. Você não carregar esse fardo sozinho. – ela me disse. –Olha só, Scott. Eu quero que você fale, qualquer coisa que estiver sentindo, com o seu irmão, a sua namorada ou o seu pai. Você precisa por esses sentimentos pra fora, sentir. Se não você vai continuar vindo aqui toda semana e não vamos ter nenhuma melhora.

–Pode deixar. Eu vou tentar. – falei

–Eu quero que você consiga. – ela me jogou um sorriso amigável

Depois de mais algum tempo de conversa, fui liberado. Cheguei na escola apenas para o treino de lacrosse.
Estava no vestiário conversando com o César, sobre ele e meu irmão.

–Então é por isso que vocês estão se evitando a semana toda? – o interpelei

–Eu não culpo ele, eu tranquei ele pra fora do meu quarto. – César disse olhando pra longe

No fundo eu entendia ele.

–Eu entendo o seu medo. Só que, a gente ter um irmão em comum não vai mudar em nada. – falei

–Você tem razão, Scott. Mas agora acho que preciso deixar o Caleb pensar também. – César disse

–Eu também acho, ele tá te dando um gelo enorme. – sorri.

–Vamos treinar que é melhor. – César me puxou

Chegamos lá e o treinador começou a falar.

–Então, o Caleb Kingston tá machucado, ou seja vamos ter que arranjar um goleiro tão bom quanto o Kingston. – o treinadores explicou

–Eu gostaria de tentar. – Theo disse

–E eu Também. – Gwen veio logo atrás dele

–Okay. É só se preparar pra começar, algum de vocês é goleiro? Perdemos o titular e o reserva. – o treinadores explicou

Gwen e Theo foram bem, Gwen foi pro gol como reserva o Theo será titular até o Caleb se recuperar.
Começou a nevar e nós entramos, o dia estava frio, mas não contávamos que ia nevar.

Depois de me trocar estava indo para o lounge da biblioteca. Passei pelo armário do Nicki e haviam alguma flores ali, imediatamente me lembrei daquela noite. Algumas lágrimas insistiram em cair.

–Irmão? – Caleb se aproximou de mim. –Você tá bem?

Eu o abracei.

–Eu só não consigo mais. – falei

–Ei se acalma, vem cá. Você quer uma água? – puxei meu irmão pra um canto.

–Me leva pra casa ? – pedi ao meu irmão

Meu irmão me levou pra casa, não queira ficar ali. Fiquei olhando aquela geada fria cair do lado de fora enquanto segurava o botton do Nicki. Fiquei imaginando o que se passava na cabeça dele pra fazer aquilo.

–Sera que pensamos do mesmo jeito? – me questionei olhando pro botton

Sempre achei essa uma decisão muito drástica, até passar por tudo isso. Ela começou a fazer algum sentido na minha cabeça.
Sam chegou ali, ela veio ainda com o uniforme.

–Ei, amor. – ela me abraçou

–Sam você veio. – me aconcheguei nela.

–Claro que eu vim. O Caleb me disse que você estava mal eu vim. – ela se sentou no meu colo e me deu um beijo.

–Obrigado por cuidar de mim. – falei segurando em sua mão, meu olhos estavam marejados.

–Eu te amo, Scott. – ela acariciava meu rosto.

–Eu te amo, Samantha. – beijei sua testa...

Aquele Garoto | Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora