Capítulo 47 - Luto

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Estamos chegando na reta final em...😱😍♡♡

Contagem regressiva
05...

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♚ Pov Ardena ♚

Em alguns momentos da vida, você aprende que correr ou fugir não são mais uma saída. Que encarar os medos talvez seja a única solução cabível para alguns momentos. E aquela era uma dessas poucas exceções. O meu passado estava diante de mim, cara a cara, reivindicando ações. Um tempo que não só fazia parte de mim, como o de Asher também.

Algumas descobertas mudam pensamentos antigos e princípios refeitos. Eu, Ardena Werneck era apenas um efeito colateral de uma maldição cruel. Não estava em meu sangue, ou em minha linhagem, estava em Asher. Somente nele.

E tudo que havia visto era algo que mudaria todo o contexto em que viveria em diante.

E aquele era o primeiro passo.

As árvores se desmancharam em vultos, o canto dos pássaros soavam distantes a medida que corria me esgueirando pelas trilhas. Meu coração pesava a cada imagem do passado de Asher. Parte de mim o culpava, mas no fundo eu sabia que ele era tão inocente quanto a mim. Se tratava de acasos e acidentes que geraram secretas consequências estrondosas.

Porém, nem tudo podia ser justificável com um simples: Tinha que ser. Era mais do que isso. Muito além. Não importava tanto assim o motivo pelo qual Asher tomava suas decisões, e sim o fato dele as tomar. Com todos os anos que vivi naquela cabana, eu adquiri a percepção de que Asher carregava uma podridão em si. Que ao mínimo contato, mesmo que intencional, ele o destruía. E mais uma vez, eu precisava proteger as pessoas que eu amava de sua contaminação com trazia resultados letais.

Estava consumida em um desespero eterno, meu medo nunca havia encontrado um fim. Não poderia mais perder ninguém. Diferente das outras vezes, desta, eu não conseguiria reverter.

Por favor. Meu Deus. Não me tire mais ninguém. - aquele era um último apelo. Talvez exista realmente um Deus pelo qual todos acreditam. Estava na hora, na minha hora, de crer. Ele era a minha última esperança. Lutar contra Asher existia uma força muito maior. Uma energia celestial.

Meus olhos percorreram a pequena casa amarela de janelas brancas. Um jardim sempre muito bem cuidado e de grama cortada dava vida as flores coloridas que ali habitam.

Inconscientemente, aquele era o meu lar. Não importava em que lugar do mundo estivesse, eu sempre voltaria para aquela casa, mesmo que em apenas pensamentos e sonhos.

Aquela era a minha casa. E eu a protegeria com garras e dentes.

Minha avó abriu a porta trazendo consigo o lixo. Ela vestia seu avental de frutas, que Rodolfo também ganhara. A mulher de cabelos brancos jogou o saco preto na lixeira e limpou as mãos observando o marido que aparecera regando a grama. Ela sorriu para ele o vendo que se aproximou sorridente.

Eles se prenderam em um abraço, um gesto de carinho singelo. Rodolfo a perguntou sobre a sobremesa e ela o respondeu que havia feito sua torta predileta. Isso o alegrou de maneira satisfatória.

Quando seus olhos claros se arrastaram pelas ruas varreram os meus de uma maneira intensa. Minha avó parecia ler-me com apenas um olhar. Ela se virou e voltou-se para a casa ainda nos braços do marido.

Rodolfo abriu a porta para sua passagem, mas a senhora Britta se virou para mim novamente. Me supreendi quando os cantos de sua delicada boca se curvaram em um sorriso doce. Ela não era a única, o marido acompanhava com os olhos sobre mim.

Lua Imortal - Sangue de Prata 《2° Livro》Onde histórias criam vida. Descubra agora