Chapter 8

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"Às vezes, o mundo pede-nos para lutar por coisas que não conhecemos, por razões que nunca iremos descobrir." – via: Paulo Coelho

Mellody

As aulas por hoje tinham terminado. Passaram dois dias desde que conheci John. Temos falado e sinceramente acho que não vou querer que ele saia tão depressa da minha vida, a verdade é que gostei realmente dele. Wilma, quando passava por mim nos intervalos, mandava um pequeno sorriso e eu retribuía. Já Myrella nem olhava para a minha cara, e quando o fazia revirava os olhos.

Comecei a caminhar apressadamente até ao meu dormitório para ir buscar a minha carteira e a minha mala uma vez que hoje saí à pressa por estar atrasada. Assim que a tinha, caminhei até à parte de trás dos dormitórios e tirei o maço de cigarros que comprara no dia anterior. Peguei no isqueiro que John me havia dado no dia em que nos conhecemos e acendi um cigarro levando-o à boca. Já não tossia pois tinha-me habituado o que já não era mau. Fechei os olhos quando senti a substância sair pela minha boca.

"Não sabia que fumava." - abri os olhos e olhei para o meu lado vendo Harry, o tal Psicólogo.

"Comecei à pouco tempo." - respondi com um encolher de ombros. Provavelmente ele achava um desperdício de dinheiro e saúde, por ser um psicólogo.

"E porque o fez?" - perguntou e ouvi um estalo fazendo-me olhar para ele e ver que este estava a repetir o meu processo de à poucos minutos atrás. Arregalei os olhos, surpresa. Ele também fuma?

"É preciso uma razão?" - ele expulsou o fumo pela sua boca e prendeu o cigarro por entre os dedos olhando fixamente para mim com os seus olhos verdes claros. Fez rasgar um pequeno sorriso de lado, não mostrando os dentes.

"Há sempre uma razão até para a mais simples coisa." - refleti com as suas palavras fazendo-me pensar o porquê de sinceramente estar a fumar.

"A vida é cruel." - suspirei. - "Cruel ao ponto de me fazer decorrer ao vício para me isolar." - respondi de seguida com um encolher de ombros. Uma gargalhada ecoou ao meu ouvido direito fazendo-me ficar confusa e aparecer umas pequenas rugas na minha testa, como era habitual.

"O vício não lhe isola de nada, Mellody." - rolei os olhos pela sua afirmação. Não gosto de dar razão às pessoas mesmo que sabia que elas estão certas. Esta era eu. - "Muito pelo contrário, o vício ainda a vai levar a mais problemas."

"Você também fuma." - retorqui e ele riu abafado devido a ter o cigarro na boca. - "E se calhar também tem uma razão."

"Pois tenho. Toda a gente tem." - com cada frase que ele me dizia, fazia-me ficar cada vez mais confusa. - "Não me trate por você. Tenho 21 anos." - soltei um sorriso de lado.

"Só com a condição de me tratar por tu igualmente." - ele esticou-me a mão zelando um acordo.

"Mas agora mudando de assunto, está tudo bem?" - ele questionou mudando o seu rosto para uma expressão preocupada. - "Sei que não nos conhecemos muito bem, mas podes contar-me tudo que vai comigo para o túmulo." - sorri em agradecimento e atirei a beata para o chão, pisando.

"Não. Mas não há nada que possas fazer para resolver." - ele assentiu fazendo o mesmo que eu.

"Bem, eu tenho de ir buscar umas coisas ao meu dormitório. Tenho uma pessoa há espera dos meus conselhos." - ele piscou-me o olho soltando um último sorriso com direito à vista para os seus dentes perfeitamente alinhados. - "Não te esqueças, a minha proposta está de pé. Sempre que precisares de falar, sabes onde me encontrar."

{Só eu é que achei este diálogo completamente insignificante, fofo? Estes aqui ainda vão dar muito que contar.

Sofia'}

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