Incontrolável

angelscom

a recepcionista da angelscom group lançou-me um olhar questionador antes de me levar até a sala de reunião no fim do corredor. dei uma checada em mim mesma certificando-me de que não havia nada bizarramente fora do lugar. até agora, tudo bem.

_fique a vontade, senhorita davis. o restante do grupo deve chegar em breve.

_obrigada-respondi educadamente, feliz pela sala ter ficado momentaneamente vazia.

respirei fundo, deslizando os dedos pela beirada da mesa até chegar a uma parede de janelas com a vista para o porto de Boston. a admiração misturou-se a minha ansiedade crescente. em um pouco tempo, eu estaria cara a cara com os investidores mais ricos e influentes da cidade. eu me sentia muito distante da minha zona de conforto, aquilo não era nem um pouco engraçado. respirei fundo e sacudi as mãos ansiosamente querendo que o meu corpo relaxasse um pouco.

_vanessa?

vire-me, um homem jovem mais ou menos da minha idade, com cabelos loiros divididos cuidadosamente na lateral, ollhos azuis escuros e vestindo um terno de três peças aproximou-se de mim. apertamos as mãos .

_ você deve ser Christopher.

_ por favor, me chame de chris

_ o professor scott me falou muito sobre você, chris .

_não acredite em nenhuma palavra.

ele riu, deixando a mostra dentes perfeitamente brancos contrastando com um bronzeado que me fez pensar em quanto tempo ele de fato passava na nova Inglaterra.

_ só coisas boas, juro- menti.

_isso é legal da parte dele. eu devo uma a ele. essa deve ser a sua primeira reunião

_é, sim

_você vai se sair bem. é só lembrar de que a maioria de nós já esteve no seu lugar antes.

sorri concordei com a cabeça, sabendo que as chances de Christopher White, herdeiro do magnata do transporte Daniel White, ter que procurar qualquer outro investidor que não seu pai, por meros três milhões de dólares , eram de poucas a nenhuma. menos assim ele era o motivo pelo qual eu estava ali aquela manhã, e eu era grata por isso. scott sabia exatamente quando cobrar um favor .

_sirva-se, os doces são deliciosos

ele apontou para o farto café da manhã na mesa, o nó no meu estômago discordou dele . eu precisava me acalmar não consegui nem digerir o meu café da manhã.

_obrigada, mas estou bem.

a medida que os investidores iam aparecendo. chris apresentava-me, e eu fiz o meu melhor para conversar fiado, xingando em silêncio a laura, minha melhor amiga, sócia ausente e marqueteira de plantão. ela era capaz de ter diálogos interessantes até com uma lata de sopa, enquanto eu só tina cabeça para os fatos e os números que estava preparada para apresentar, o que não era ideal para bater um papo com pessoas que eu nunca tinha visto antes.

quando as pessoas começaram a se acomodar a mesa, posicionei-me do lado oposto, organizando e dando uma olhada na minha papelada pela vigésima vez. chequei o relógio na parede a minha frente. eu tinha menos de vinte minutos para convencer aquele pequeno grupo de estranhos de que valia a pena investir em mim.

o ruído de vozes silenciou, mas quando olhei para chris para que ele me desse a deixa para cemeçar, ele apontou para a cadeira central vazia a minha frente.

_estamos esperando por turner.

''turner ?''

a porta se abriu. puta merda . esqueci como respirar. meu homem misterioso entrou- um metro e oitenta de glória masculina-não, se parecendo em nada com seus colegas de terno. a camisa gola V preta destacava seus ombros e peito escultural e o jeans gasto caía no corpo dele como uma luva. minha pele arrepiou com o pensamento de ter aqueles braços em volta de mim de novo, acidentalmente ou não .

munido de um café gelada tamanho grande, ele se largou na cadeira a minha frente parecendo ignora o fato de estar atrasado ou sua própria falta de formalidade, lançou-me um sorriso de reconhecimento. ele era uma pessoa completamente diferente do profissional garboso em que eu por muita sorte tinha trombado aquela noite. ele sofria de um caso maravilhoso de cabelos rebeldes, espetados em todas as direções, implorando por meus dedos. mordi o lábio em uma tentativa de esconder minha apreciação natural pelo corpo daquele homem.

_ este é james turner- disse chris _ james, vanessa davis ela esta aqui para apresentar sua rede de moda a clazin.

ele ficou imóvel por um momento.

_ nome inteligente, você a trouxe aqui ?

_ sim, temos um amigo em comum em Harvard.

james acenou compreensivamente com a cabeça, predendo-me em seu olhar penetrante que me fez corar instantaneamente. ele lambeu os lábios. aquele simples ato teve o mesmo efeito em mim que na primeira vez em que nos vimos.