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— O que você está fazendo? — grita o guarda, andando em minha direção.

Estava na sacada da escola, sentado, esperando o eclipse acontecer. O tão famoso eclipse, que motivou muitos turistas a virem para nossa pequena cidade, ficar em frente a uma escola e observa-lo, com telescópios e bastante comida.

E tudo ficou ainda melhor, ou pior... No meu caso.

Amanhã seria dia de São Valentim, com essa data chegando, nossa cidade estava parecendo um filme de romance. Em todos lugares pessoas se beijavam, ou expressavam sentimentos de outras formas. E, por esses motivos, preferia ver o eclipse em um lugar alto, e também gostaria de ver o eclipse melhor a olho nu.

Juntando minhas preferências, e os acontecimentos lá em baixo, subi e deixei tudo para trás: Iria ver o eclipse sem ninguém, e sem preocupações.

Bem... Esse era meu plano...

— Essa área é proibida! — grita novamente, chegando cada vez mais perto.

— Proibida ao ponto de me colocar em problemas? — pergunto, me afastando.

— Com certeza — ele fala, se aproximando mais.

Não tinha para onde ir, mesmo assim, corri.

— Garoto!

Não olhei para atrás, mas sabia que ele estava correndo atrás de mim. Meu coração batia violentamente contra meu peito, minha respiração já estava desregulada, meus pés imploravam por descanso. Corri até o pátio, e quando pensei que sairia da situação ileso, não aconteceu.

— Você está com problemas! — diz, me alcançando.

— Problemas? — repeti, assustado.

Não estava conseguindo pensar, estava ofegante. O único ar que estava em meu cérebro foi utilizado para o medo, meu pavor de ir para a diretoria. E, não sei explicar como, mas sem sentir, meu corpo era empurrado em direção a diretoria.

— Senhor, estamos prestes a presenciar o eclipse mais esperado, e amanhã é véspera do dia de São valentim. Que tal esquecermos isso? — me desespero, estávamos chegando na direção.

— Esquecer? Eu até poderia, mas alguém preferiu corre em direção a cantina — ele debocha, negando meu pedido.

— Pátio, corremos em direção ao pátio. Por que eu correria em direção a cantina? Ela é toda fechada -
— o corrigi.

— Oh, desculpe. Que tal ser "O Sr. Inteligente" dentro da diretoria? -—ele debocha, novamente.

Quando percebo, já estávamos parando na porta da diretoria.

Em filmes, algum milagre aconteceria e eu me livraria daquela situação, mas não estava em um filme, por essa razão minha iluminada salvação não veio.

Ele bate na porta.

Antes que alguém pudesse responder, a porta é aberta violentamente por alguém de dentro.

Big Dream ➳ NamjinWhere stories live. Discover now