CAPÍTULO 54: Protetor

4.3K 322 106
                                    

[ Narrado por Luka ]:




Abri os olhos e tive a melhor visão que eu poderia ter naquele momento. Aquelas duas bolas de gude verdes claras me encaravam com preocupação, e logo abaixo tinha os lábios rosados que formaram um sorriso em cerca de dois segundos após eu abrir os olhos.

Guilherme: — Luka? Está bem agora? – tentei me levantar e uma sensação muito forte de enjoo me atingiu em cheio. Dei um salto da cama onde estava e olhei em volta.

Eu estava na enfermaria do colégio. Ao lado havia uma porta branca escrito "Banheiro" em vermelho. Corri para lá e me curvei no vaso sanitário. Botei tudo o que eu comi durante toda aquela semana para fora. Meus olhos começaram a arder como se eu tivesse nadando numa piscina de sal e cloro. Comecei a tossir logo em seguida. Levantei pensando que havia acabado, mas caí de joelhos novamente e vomitei o que sobrou no meu estômago.

Guilherme: — Luka... – ele abriu a porta e ficou me olhando de lá.

Me levantei e fui até a pia para lavar a boca e meu rosto. Tropecei no caminho, mas Guilherme me segurou e impediu que eu caísse.

Guilherme: — Calma... Calma...

Eu: — O que aconteceu? – perguntei com a voz bastante trêmula, me apoiei na pia e tossi ainda mais.

Guilherme: — Você quase desmaiou na sala de aula. – mais náuseas quase me fizeram cair, mas Guilherme me segurou de novo e me ajudou a voltar para a cama da enfermaria.

Nath: — O que foi, Luka?

Guilherme: — Ele não está bem.

Diogo: — Eita. – os dois estavam encostados do lado de fora do banheiro.

Eu: — Não estou bem mesmo... – falei com a voz trêmula e me deitei novamente na cama da enfermaria.

O professor Miguel entrou na sala e veio diretamente até mim. Ele pegou um aparelhinho na mesa da enfermeira e apontou para os meus olhos. Era uma lanterna clínica, e a luz incomodou um pouco minha visão.

Miguel: — Quantos dedos? – ele levantou a mão direita com quatro dedos.

Eu: — Quatro... – me senti tonto mais uma vez, o professor e o Gui me seguraram.

Miguel: — Qual foi a última coisa que comeu?

Guilherme: — Ele só comeu bolo, doces e salgadinhos no aniversário dele ontem.

Nath: — Ele não comeu nada demais. Tudo que ele comeu, nós comemos também.

Diogo: — Eu não fui no aniversário dele, então não comi nada... Mas bem que eu queria.

Miguel: — Não foi um problema no estômago.

Guilherme: — Como sabe?

Miguel: — Geralmente os problemas estomacais e digestivos são refletidos pela língua.

Nath: — O quê?!

Miguel: — A língua rosa ou avermelhada é saudável, mas quando tem uma faixa branca ou toda a língua está branca, isso são sinais de que ele precisa de ácidos naturais ou outros nutrientes, e, ou, vitaminas... Falta de algumas coisas para ajudar na digestão.

Guilherme: — Você é professor de matemática ou médico?

Miguel: — Podemos dizer que agora sou professor... Já tive muitos empregos por aqui.

Nath: — Vai ser difícil descobrir o que ele tem. Talvez só nossos pais saibam. – Escutei ela cochichando para o Diogo.

Miguel: — Talvez tenha razão, mas vou tentar ajudar... Agora me deem licença. – ele gesticulou para todos saírem.

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now