The Upside Down

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*****
Eu estou no saguão de entrada da velha mansão e Tyler está ao meu lado.

- Tyler! - eu digo o abraçando de vez - cara...

- shiu...

Fez Tyler tapando minha boca, fazendo sinal para que eu me cala-se, segurou em minha mão e me puxou para uma sala do lado esquerdo. Quando entramos ele foi até uma estante e a puxou assim revelando o grande buraco na parede. Em completo silêncio eu o segui para dentro na abertura e logo fechei a passagem com a estante novamente. Ele foi me guiando por dentro das largas paredes do velho casarão. Eu sabia que tínhamos subido 4 vezes por um espaço mínimo, mas não me lembrava de tê-lo feito, isso já fazia... Quanto tempo? Não sei, parece uma vida... Quando instantaneamente chegamos a um amplo espaço ali dentro das paredes, tinha panos, almofadas velhas e desenhos espalhados, parecia um refúgio, o refúgio de Tyler.

- agora podemos falar - disse Tyler em um sussurro - mas não muito alto para que ele não escute.

- ele? - perguntei confuso - Blurryface?

Tyler se espantou sob a menção do nome. Ele parecia assustado e com medo. Ele começou a se afastar de mim.

- Ty? - eu disse me aproximando - tá tudo...

- não se aproxima! - ele disse mais assustado e colando junto a parede - eu... Eu achei... Que você era Josh... Mas você não é real! Você é só mais um desses Blurrys... Não por favor...
- ele começou a chorar e se encolher - eu não aguento mais! me deixe ir... Por que me tortura?! Eu nunca te fiz nada...

Ele estava encolhido no canto com a cabeça enfiada entre as pernas chorando. Ele estava em um estado deplorável e isso me assustava mais do que qualquer outra coisa.

- não Tyler - disse me abaixando - sou eu, Joshua... - eu tentei tocar seu braço mas ele se encolheu mais ainda - me escute: eu e Ias...

- Ias? Iara?- disse ele de repente em pé a um palmo de meu rosto - o que tem ela?!

-uau, mas como você está em pé em fren...

- os sonhos acontecem picando e pulando partes desnecessárias, como todo o caminho até aqui - disse ele me olhando fundo nos olhos e me dando uma cheirada - você sabe blurry... Aqui é sua maldita dimensão!

- o que? - questionei confuso - Blurry?

- sim, seres criados do seu subconsciente embaçado...

- Tyler, me escuta, eu e ela, nós procuramos, mexemos em suas coisas, suas músicas...

- não, não, não... Vocês não deviam ter... Não...

- nós achamos as pistas, sabemos da verdade, estamos aqui por você!

- estamos?

- sim...

- então onde está ela?

Em um momento de espanto eu percebi: onde a raposa estava?!
Como se fosse uma resposta nós ouvimos um grito estridente.

- é ela! - eu disse me levantando - é ela! Precisamos procura-la!

- não... Ela está bem... Não tem o que você se preocupar, você não é real...

- Tyler me escuta - eu disse me abaixando e segurando em seus ombros magros enquanto ele se encolhia - eu e Ias estamos aqui por você, pela verdade...

- Qual verdade? - explodiu ele, porém, mantendo o tom de sussurro - que o meu psiquiatra resolveu me prender em uma mansão dos ancestrais dele para me torturar sem motivo algum?!

Implicit Demand For ProofOnde histórias criam vida. Descubra agora