▲Capitulo 6 ▼

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Anoiteceu. Os meus olhos abriram lentamente, um seguido do outro, na tentativa desesperada de conseguir ver alguma coisa no meio daquela escuridão. Deviam ser 2 da manhã, ou um pouco mais tarde. A luz da lua penetrava pelos vidros no topo da parede, fazendo o quarto ficar um pouco mais claro, e se apouco não conseguia ver nada, agora a escuridão era menor, fazendo-me ver perfeitamente cada detalhe daquele quarto.

O meu corpo foi arrastado para fora da cama. Já de pé, vi que ainda estava vestida. Boa… tinha adormecido vestida e tudo, se Barbara sonha com isso, posso ter a certeza que ela me mata, literalmente. Peguei na minha mala e tirei de lá um frasco de piri-piri que tira roubado ao Sr Paul. Uma pequena gargalhada escapou pelos meus lábios, assim que lembrei o que iria fazer hoje. Compus a minha cama e apressei-me a sair do quarto sem que ninguém me visse. A lua brilhava naquele céu escuro, iluminando perfeitamente todo o caminho até ao quarto dos rapazes. Novamente o segurança não andava por aqui, sinceramente nem sei porque temos um segurança nocturno se ele não faz nada cá.

Livrei-me desses pensamentos estúpidos e rodei a maçaneta da porta, que como sempre, se encontrava aberta. Os meus olhos viajaram pelo quarto e assim que tinha a certeza que estavam todos a dormir profundamente, entrei e fechei a porta caminhando lentamente até à primeira cama, a cama onde se encontrava o Luck, abri o frasco e deixei escorregar um bocado para a sua boca que se mantinha totalmente aberta. O seu corpo automaticamente respondeu ao meu acto, deixando soltar da sua boca um grito enquanto abanava as suas mãos à frente da boca, na tentativa de acalmar o ardor. Encolhi-me e escondi-me rapidamente debaixo da sua cama, para que ninguém me visse.

“Ahh merda, isto arde” Luck tentava dizer dando saltos em cima da cama e respirando ofegantemente.

“Água, água” gritava pelo quarto acordando todos os outros. “Água!” disse novamente assim que encontrou um jarro de flores que certamente a sua mãe ou alguém tinha posto apenas para decorar. As flores voaram para o outro lado do quarto e a água que o jarro tinha, caiu toda na sua cara, que se mantinha virada para o tecto com a língua de fora. “Fodasse, que nojo” ele disse limpando a sua língua com as mãos, correndo do quarto para fora.

Alguns risos se faziam ouvir, fazendo a vontade de soltar uma risada ainda maior. Trinquei a língua, tentando acalmar-me e fiz um esforço enorme para não me mexer, pois se me mexesse, iriam descobrir que alí estava.

Comecei a ouvir uns passos e logo ouvi a porta a ser fechada, boa, já podia sair de baixo desta cama imunda. Senti uma vontade enorme de espirrar, tentei conter, mas deixei escapar, não fazendo muito barulho.

“Quem está ai?” uma voz masculina ecoou naquele quarto assim que comecei a ouvir passos. Não pode, não posso ser descoberta, fogo Evangeline… “Quem está ai?” aquela frase voltou a ouvir-se num curto espaço de tempo, assim como os seus passos lentos.

Pressionei os meus olhos fechando-os na tentativa de me acalmar, a minha respiração começava a ficar acelerada e ofegante a cada passo ouvido. Um “Encontrei-te!” fez-se soar alto perto de mim, fazendo todo o meu corpo estremecer com o seu berro.

“Evangeline?” Os seus olhos arregalaram-se assim que encontraram os meus.

“N-Niall?” perguntei confusa

“Levanta-te daí ” Disse elevando o seu tronco ficando perfeitamente direito, esperando que eu me levantasse “Que fazes aqui?” perguntou meio confuso “Oh não, já sei… Foste tu não foste?” 

“Hu-hum” assenti com a cabeça engolindo em seco

“O que fizeste ao Luck?”

“E-Eu… Eu meti-lhe piri piri na boca” tentei dizer sem me começar a rir

Mysteries*Where stories live. Discover now