▲Capitulo 10 ▼

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A noite estava mais fria do que eu pensava que iria estar, na verdade nem vinha vestida a contar em ter que dormir aqui no meio. Isto era deveras assustador, ouviam-se barulhos de todos os lados e a escuridão era tremenda.


“Que vais fazer?” perguntei assim que vi niall tirar o seu casado e pousa-lo no chão.

“Vais querer dormir sem nada por baixo?” ele estava a ser rude, mas também tinha a sua razão. “Anda” ordenou assim que se sentou no chão.

“Não”.

“Vais ficar a dormir sentada?” ele gozou “Tu é que sabes..”.

“A teu lado é que não vou dormir de certeza” rolei os olhos na tentativa desesperada de varrer todas as possibilidades de coisas que ele me poderia fazer e onde poderia tocar se eu me metesse ali tão perto dele.

“Que criança… Aí não vais conseguir dormir” ele explicou-me.


O pior disto tudo é que, mais uma vez, ele tinha razão. Não conseguiria dormir aqui sentada, nem saberia se conseguia dormir neste assustador e escuro lugar, quanto mais. Talvez ele me conseguisse transmitir segurança se o sentisse de perto. Mas por um lado, ele é tão idiota, tão idiota que ainda se pode aproveitar do momento para se tornar ainda mais estúpido comigo.

Aiii Evangeline, não penses tanto. Levantei-me e caminhei lentamente até ele, os seus olhos arregalaram e um sorriso largo tomou a sua cara, ele deitou-se dando algum espaço para mim e esperou atenciosamente que eu o ocupasse. 

Baixei-me e deitei-me bem ao seu lado, a nossa distância era mínima e se o encarasse pareceria menor. Mesmo de costas para ele, conseguia sentir o calor do seu corpo assim que tocava no meu de raspão. Isto era perigoso, não perigoso, perigoso, mas perigoso. Ok, vocês entendem.. 

As suas mãos pousaram nas minhas ancas pressionando o meu corpo contra o seu, agora poderia sentir o meu corpo tremelicar e quase que conseguia ouvir a minha pulsação. Estava nervosa, respirava fundo vezes sem conta na tentativa que o meu coração começasse a bombear mais devagar, mas parecia em vão, as suas pernas estavam dobradas juntas às minhas formando com elas um só corpo, isto iria aumentar ainda mais o seu ego e a sua insistência em mim. 

A minha mão viajou até à sua, que ainda se posicionava na minha anca, e quando entraram em pleno contacto, um choque térmico percorreu-me o meu corpo, o seu toque era quente e relaxante, contudo, foquei-me no objectivo principal e num movimento rápido afugentei a sua mão provocando um gargalhar da sua parte. 


“Com medo?” a sua voz sussurrou bem perto do meu ouvido.

“N-Não” menti.

“Vá lá Evangeline, sabes que não te vou fazer nada” explicou “que não queiras” completou com um gargalhar tal como sempre fazia. “Vira-te para mim!” certamente isso deveria ser um pedido, mas algo me fez interpretá-lo como uma ordem. Talvez pelo seu tom de voz alto e autoritário.


O meu corpo virou-se, mesmo que na minha mente uma voz gritasse para eu não o fazer. Estava-mos próximos, muito próximos até, e isto era algo intimidante. O seu corpo perto do meu, a sua cara perto da minha, os seus olhos fixos nos meus e os seus lábios a centímetros dos meus enquanto que os nossos narizes se raspavam.

As suas mãos juntaram cada centímetro dos nossos corpos e antes que pudesse fazer alguma coisa, uns lábios foram pressionados contra os meus. Os seus lábios eram suaves e mexiam-se a um ritmo vagaroso, dando tempo de captar cada gesto e cada movimento detalhadamente. Isto era errado, mas porque é que tudo o que é errado parece tão certo? A minha mente lutava contra o meu corpo, numa batalha impossível de vencer, não conseguia pensar em nada, nem no quão errado isto era.

O seu corpo virou-nos um pouco e eu abri ligeiramente as pernas para que ele tivesse um espaço para se posicionar. As suas mãos passavam por todo o meu corpo dando leves apalpoes e as nossas línguas agora debatiam-se de uma maneira perfeita que parecia não conseguir acabar. Vencidos pela falta de ar, separámos os nossos lábios dando-me alguns segundos para assimilar tudo.

Um sorriso estava estampado na sua cara e assim que estava a voltar à realidade e a conter-me para que mais nada acontecesse, um gemido involuntário escapou-me deixando os meus pensamentos desorientados. A sua mão por entre as minhas cuecas fazia-me sentir algo que não sentia a algum tempo. Prazer..

O seu indicador mexia-se com alguma dificuldade e pressionava na minha pele fazendo-me contorcer, os meus olhos estavam fechados e era impossível abri-los. As minhas calças foram chegadas até metade das minhas pernas, assim como as minhas cuecas. O frio que apouco sentia, agora parecia ter desaparecido dando lugar a uma onda de calor.

Com os olhos ainda pressionados e com os meus pensamentos desordenados, consegui sentir algo húmido contra a minha pele, sentia várias sensações, cada uma diferente da outra, mas parecia ser algo bom. Alguns gemidos escapavam da minha boca, por entre todos os outros que tentava impedir, eles ecoavam naquele enorme espaço tal e qual como algumas gargalhadas que Niall deixara escapar.


“Tu… meu deus Evangeline” Niall falou pela primeira vez deixando-me ainda mais excitada.

“Vá… goza para mim” A sua voz ordenou novamente assim que o senti penetrar alguns dos seus dedos.

“Diz que não gostas” isso foi outra coisa que ele dissera no momento “Diz que não o queres”.


O meu corpo tremeu e senti todas as minhas forças desaparecerem de um momento para o outro, sentia-me cansada. Niall puxou novamente a minha roupa fazendo-a ficar tal e qual como estava antes de ele a “tirar”. Queria disputar contra ele e arranjar uma desculpa para o que havia acabado de acontecer, mas tinha sido algo tão bom… tão único… 

Que estás para ai a pensar Evangeline? Meu subconsciente ordenava que eu parasse de pensar naquilo e pensasse em algo que me fizesse esquecer deste momento, contudo, estava cansada demais para que os meus neurónios raciocinassem correctamente.


“Boa noite” Horan sussurrou perto do meu ouvido dando sinal que iria dormir.


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Um raio de sol penetrava por entre as folhas queimando a minha pele. Os meus olhos abriram lentamente na tentativa de me habitual à claridade e quando dei por mim, Niall abraçava-me com força encostando-me o máximo ao seu corpo como para que não fugisse. Suspirei e tentei assimilar tudo o que tinha acontecido, foi um erro, prometi a mim mesma que mais nenhum me iria tocar como o outro tocou, a diferença é que desta vez não me senti obrigada a nada, senti que necessitava, precisava de me sentir única nem que fosse esta a ultima vez. Ohh, claro Evangeline, isto foi mesmo a ultima vez. Quer dizer… O que é que se passou mesmo? Nada.. Isso mesmo, não se passou nada. 



“Bom dia ” Uma voz rouca fez-me voltar à realidade.

“Oi” disse sem ânimo. 

“Evangeline….” Suspirou “Esquece isso, o que aconteceu, aconteceu…” disse como se conseguisse ouvir as vozes que gritavam na minha cabeça “Não há como voltar a trás” completou aconchegando-me contra o seu peito..

“V-Vamos embora” sussurrei e empurrei o seu corpo para estabelecer uma pequena distância como prevenção.


Olhei atentamente para ele captando cada detalhe, ele era lindo quando acordava, a sua voz era rouca e os seus olhos brilhavam mais que o normal. Ele era simplesmente perfeito, como não conseguia ter visto isso antes? “Ser perfeito não significa que não seja idiota” uma vozinha na minha cabeça teimava em destruir os meus pensamentos e contrariá-los sempre que tentava achar algo de bom nele. 


“Sim?” perguntou com as suas sobrancelhas alinhadas parecendo apenas uma.

“Nada” abanei a minha cabeça afastando aquelas vozes.

“Já me estavas a olhar a algum tempo” ele explicou.

“Oh”


O seu corpo preguiçosamente se levantou ajudando-me a levantar também, agarrou o seu casaco e sacudiu-o pendurando-o no seu braço. Andava se um lado para o outro encarando o chão, certamente estava a procura do telemóvel que tinha perdido a noite passada.


“Queres ajuda?” perguntei gentilmente.

“Se quiseres ajudar… Afinal a culpa foi tua.”


Já estranhava ele não ter sido um idiota antes, já deveria saber que a sua simpatia era apenas algo matinal, não se iria prolongar durante muito tempo. Logo à primeira oportunidade, aproveitou para começar a ser um otário comigo novamente, acho que teria que me habituar à ideia.

Sem dizer uma única coisa que fosse, ajudei-o e ao fim de muito procurar encontrei. Pensava ouvir um “Obrigado” da sua parte, mas a única coisa que ouvi foi “Não fizeste mais que a tua obrigação”, será que ele não se cansava de ser tão estúpido e arrogante? Caminhei atrás dele que, afinal não conhecia isto tão mal como eu achava, chegamos ao Campo em menos de 20 minutos e pelo caminho não se ouviu uma única palavra que fosse. Caminhei até ao meu quarto preparando tudo para ir tomar um relaxante duche e já lá não estava ninguém, olhei o pequeno relógio em cima da mesa de cabeceira e marcava as 12 e 15.

Agarrei em tudo necessário e caminhei até ao balneário rezando para que estivesse vazio. A porta foi aberta e todo o vapor embateu na minha cara fazendo-me recuar um pouco, isto parecia uma sauna, olhei em volta e afinal, não estava cá tanta gente como pensava que estava. Caminhei entre as pessoas até aos bancos do meio e apressei-me a chegar aquela pequena divisão onde se encontrava o chuveiro individual, pendurei as toalhas ao lado, tal e qual como sempre fizera e durei uma meia hora até sair de lá. Abri um pouco a cortina e tentei pegar as minhas toalhas, o silêncio instalara-se naquela pequena divisão, já deviam todos ir embora. Tentei pegar as toalhas novamente, mas apenas consegui agarrar o cabide onde estavam penduradas (é cabide que se chama? Xd ok, deu-me branca).

Comecei a ficar aflita, alguém deve ter pegado a minha toalha por engano, abri um pouco a cortina e olhei em volta, não se via ninguém, tentei procurar a minha toalha e encontrei-a pendurada perto de um chuveiro na mesma fila dos que eu estava. Não era muito longe, olhei novamente em volta e comecei a correr até lá pedindo a Deus para que ninguém entrasse.


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Oláaaa meninas, sim, deve ser maioritáriamente meninas a ler a minha fic xD
Estão boas?
Desculpem eu ter demorado muito a postar, eu vou tentar meter mais frequentemente, mas com a escola não tem dado. Creio que as férias me vão ajudar nisso :)

Bem... Eu gostava de receber criticas, saber o que deveria melhorar, se estão a gostar e isso tudo :)

Obrigada :DD

Mysteries*Where stories live. Discover now