▲Capitulo 12 ▼

246 12 0
                                    

Quando estava prestes a decidir se iria ou não me sentar a seu lado, já estava parado e à sua frente pedindo permissão. Notei o seu desconforto e arrependi-me automaticamente de o ter feito, deveria ter deduzido que ela não quereria a minha companhia, mas ela surpreendeu-me quando deixou escapar um “estás à vontade” junto de um sorriso tímido.

Um sorriso cresceu na minha face antes que eu o conseguisse amparar e que ela reparasse nele. Desconfortavelmente pousei o tabuleiro e sentei-me mesmo ao seu lado, de frente para a porta de saída. 

O silêncio era avassalador, ela não dizia uma palavra que fosse e eu também não sabia o que dizer, o barulho dos talheres a baterem contra o prato arrepiavam-me e parecia piorar aquele momento. 

“Estás bem?” perguntei sem a encarar.

“Estou sempre” ela disse indiferente à pergunta.

“É… Eu também” suspirei e acabei de comer “Evangeline…” comecei tentando captar toda a sua atenção “Esta noite vamos jantar fora”

“Vamos?” perguntou confusa “Ai não, não vamos não” disse meio nervosa.

“Às nove estou a porta do teu quarto” levantei-me “leva algo…. Agradável” sorri e saí dali meio que a correr para que não aturasse a birra que estaria prestes a fazer.

A possibilidade dela vir comigo é nula, ela não ia, eu sei que não, não comigo.. Não depois do que aconteceu ontem. Ela apenas tem que esquecer isso, foi algo do momento, nada demais, não se repetirá. De qualquer das maneiras, tenho que a deixar longe do Harry, por isso, tentar não custa nada, tirando a parte que vou ter que a aturar durante esta noite e talvez as próximas...

▲Evangeline POV ▼

“Leva algo… Agradável”.

Essa era a frase que se ouvia e repetia na minha mente aumentando o meu ódio por ele… Agradável? Ele poderá ser tudo menos Agradável. Porque quereria ele que eu levasse alguma coisa assim? Hmm, iria fazer contraste com a sua estupidez, devia ser por isso.

A vontade que tinha era de ir atrás dele e barafustar, dizer-lhe que ele não tem nada a ver com o que visto e perguntar o que é que ele quereria dizer com aquele “Agradável”. De qualquer das maneiras, acho melhor ignorar, tal como sempre fiz (ou tentei fazer). 

Pousei o tabuleiro na bancada e tentei limpar a minha mente, que iria fazer esta tarde? Dormir seria bem pensado, estou cansada e preciso de estar pronta para a nossa noite, “nossa noite?” pensei achando aquilo um tanto ridículo, nem sei se vou sair com ele, o que o levou a convidar-me? Deve pensar que irá acontecer algo como na noite passada, deve pensar que sou apenas mais uma das suas amigas ridículas de quem ele usa e abusa sempre que quer.

Não vou. Decidi assim que me deitei na cama.

[..]

A porta do quarto fechou e uns risos preencheram aquele silêncio fazendo-me acordar, esses risos eram-me familiar, eram elas, Anny,Mirian e Eleanor. Abri suavemente os olhos podendo vê-las e espreguicei-me tentando que o sono não se apoderasse de mim novamente.

“Isso é que é dormir” eleanor riu sentando-se na minha cama.

“Oh” encolhi os ombros e sorri fraco “Estava cansada” confessei.

“Imagino” Anny riu “Nem passaste a noite aqui” todas riram.

“Não se metam já a magicar coisas” levantei-me e olhei para o relógio, havia dormido umas boas horinhas, eram agora oito horas e vinte.

“Nãaaao” Mirian riu “Mas é claro que não”

“Com quem passaste a noite?” Anny perguntou em tom de gozo.

Mysteries*Where stories live. Discover now