"Você está atrasado." Klaus ouviu a voz de Hayley ecoar pelo quarto, tirando-o de seus devaneios.
Ele encarou o próprio reflexo no espelho, em silêncio. Observou ela entrar no quarto em passos curtos, parando um pouco atrás dele. Ele encarou Hayley através do espelho.
"Ela está..?" ele perguntou em um murmúrio.
"Sim, Hope está lá em baixo junto com o resto da família. Todos eles querem ver você." Hayley disse, abrindo um sorriso curto no canto do rosto.
"Como ela é?" ele perguntou, genuinamente curioso.
"Bem.." Hayley entrou no quarto, andando até ele. "Ela é desse tamanho" Hayley mediu a altura de Hope no ar. "a cor favorita dela é roxo, ela gosta de pássaros e é bem falante. Ela é uma mini versão minha, mas me lembra um pouco da Rebekah, você sabe... ela tem seu temperamento." ambos sorriram.
"Você acha que ela vai gostar de mim?" Klaus questionou. Hayley riu incrédula.
Niklaus Mikaelson estava inseguro?
"Claro que ela vai gostar de você, Klaus." ela tocou seu ombro, para conforta-lo. "ela tem sonhado com esse dia desde que tinha quatro anos."
"Tem mais alguma coisa que eu deva saber sobre ela?" ele perguntou, encarando-a.
"Acho que o resto você vai ter que descobrir com ela." ela sorriu.
Eles olharam-se profundamente nos olhos por longos segundos.
Desceram as escadas da casa e chegaram no primeiro andar. No fim do corredor, Klaus viu a família toda virar a cabeça para olhá-lo.
Hayley passou por ele e andou até a cozinha enquanto os irmãos reuniam-se em abraços emocionais.
"Você acha que ele vai gostar de mim?" Hope perguntou para a mãe, que ajeitava uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
"Ele já gosta de você." Hayley sorriu para a filha, lhe dando um beijo no rosto.
Pegou na mão da pequena, guiando-a até a sala, onde Klaus terminava um abraço com Freya.
Hayley olhou para Hope e depois para Klaus. Conseguiu ver os dois pares de olhos iluminarem a sala gradativamente enquanto aproximava os dois.
"Oi, pai." Hope quebrou o silêncio na sala, olhando para cima para olhar nos olhos de Klaus.
Percebeu que tinha os olhos azuis iguais aos do pai. Sorriu para o híbrido, que parecia indefeso.
"Hey." ele sussurrou, parecendo encantado com a graça da filha. Abaixou-se em seus joelhos para ficar quase da altura da pequena.
"Você é do jeitinho que minha mãe disse que era." ela disse, meio acanhada no começo.
"Vou levar isso como algo bom." ele lançou um olhar indiscreto para Hayley, que sorriu.
"Você é engraçado." Hope soltou um riso. "Mamãe também me disse que você era engraçado às vezes."
"Às vezes?" ele retornou, abrindo um sorriso no canto dos lábios.
"É, você sabe.. ela nem sempre é bem humorada." Klaus riu.
Hayley rolou os olhos, sorridente. Se a cena fosse um desenho animado, a híbrida definitivamente teria corações no lugar dos olhos enquanto observava Klaus e Hope.
"Me disseram que você gosta de pintar." ela continuou, animada. Klaus assentiu. "quer ver uma das minhas pinturas?"
"Eu adoraria." ela pegou na mão do pai e acompanhou-o até uma mesinha ali perto, passando várias folhas. Escolheu um dos desenhos e esticou para ele, que observou cada centímetro, maravilhado.
"Você é boa." ela sorriu, envergonhada.
"Obrigado."
"Também gostei desse." ele pegou outro desenho. "Porque você não coloriu este?"
"Não consegui escolher uma cor, então não pintei." a pequenina deu de ombros.
"Que tal... roxo?" Klaus alcançou o lápis de colorir na mesa e ergueu para a filha, que sorriu enérgica.
"Como você sabia?"
"Intuição paterna, eu diria." ele sorriu para Hope.
Hayley tombou a cabeça para o lado em uma risada incrédula, encarando Klaus.
"Quer me ajudar a colorir?" ela perguntou, juntando a folha de papel nas mãos.
"Claro."
Hope assentiu sorridente.
"Vou pegar os meus outros lápis!" e saiu correndo para o corredor.
Klaus ficou em pé, sendo acompanhado por Hayley. Ela cutucou seu braço com o cotovelo.
"Intuição paterna, né?" ambos riram.
Klaus parou de rir gradativamente e então encarou Hayley profundamente durante alguns segundos.
"Obrigada." ele disse, finalmente.
"Pela coisa da cor favorita?" ela sorriu, confusa.
"Não... por tudo, na verdade." ele tocou-a no ombro, gentilmente. "Eu realmente aprecio o que você fez por essa família, pela nossa filha... por mim." Hayley piscou várias vezes como se saísse de um transe, assentindo.
Trocaram um sorriso genuíno.
"Pai, você vem?" Hope chamou-o de dentro do quarto.
Klaus hesitou por um momento enquanto ainda observava cada traço de Hayley, percebendo cada vez mais a semelhança que Hope tinha com a mãe.
"É melhor você se apressar." Hayley quebrou o silêncio com um riso. "Não se esqueça de que ela puxou o seu temperamento."
Klaus curvou os lábios em outro sorriso antes de andar até o quarto da filha.
E a pequena reunida família não poderia estar mais feliz. Afinal, existem dois tipos de família: aquela na qual você nasce, sem escolher; e aquela que você constrói com o passar do tempo, ao lado de alguém importante. E era exatamente isso que Hayley via em Klaus e Hope e vice-versa.
Eles significavam o mundo um para o outro.
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